terça-feira, 21 de outubro de 2008

"pq eu sou interessante pra vc?"

Parecia que seria mais uma daquelas segundas-feiras tumultuadas por ter várias coisas do final de semana para colocar em dia. Então você apareceu no meu talk. Fazia tempo que não nos falávamos de assuntos tão variados. Estava solta. Livre. Estava com saudades de você.

Então, no meio de várias conversas, você me pergunta: "pq eu sou interessante pra vc?"

Essa é uma daquelas perguntas que me faz parar tudo que estou fazendo e me concentrar para responder. Para que não aja dúvidas sobre o que eu disse, vou registrar aqui.

Você é nova, é verdade. No entanto não faz coisas bobinhas que sua idade permite fazer. Você tem uma boa visão das coisas do mundo e sempre tem um bom assunto por perto. É cheia de dúvidas e isso me deixa cheio de curiosidades e vontade de lhe ajudar. Tem um monte de vontades. Algumas comportadas, outras nem tanto. Seja como for, todas são vontades que vale a pena vivê-las e adoraria viver todas ao seu lado. É cheia de anseios e temores e me agrada a idéia de lhe deixar deitar no meu peito para que se sinta protegida. Gosto do seu ponto de vista em relação ao mundo, às pessoas, à religião... Adoro seu interesse pela computação e pelas coisas livres. Gosto do seu lado profissional e da sua dedicação pelas coisas que se propõe fazer. Gosto do seu corpo, perfume, cheiro, olhar, da maciez de sua pele.

Gosto de você.


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eu sei que apenas eu me sondo

Nasci dentro de uma família católica. Nem me lembro qual foi a primeira vez que participei de uma missa. Com certeza eu era criança de colo.

Era comum na minha família, antes que minha querida avó falecesse, comemorar datas religiosas com a celebração do Terço. Eram festas cheias de foguetes, fogueira e bebidas preparadas com pinga, como o Quentão, por exemplo. Era o santo e o humano festejados juntos.

Acompanhava o terço de forma extremamente mecânica. Não parava para pensar nas palavras. Apenas repetia, acompanhando meus parentes e amigos.

Cresci ouvindo minha mãe dizer que dinheiro não trás felicidade. Que fazer coisas erradas é pecado. Que Deus castiga... Cresci participando de grupos de jovens. Hoje sei que não era por pensar que iria para o céu, mas por ter pessoas por perto. Por ter as meninas. Por poder falar em público. Por ter pessoas para elogiar minha inteligência.

Deus era apenas uma conseqüência.

Fazia o que todos faziam. Rezava o que todos rezavam. Defendia a existência de Deus para fazer parte do grupo, assim como um boizinho fuma para fazer parte da turma.

Com o tempo comecei a perceber algumas incoerências aqui e ali, mas me punia por pensar isso pois, afinal, no meu subconsciente, Ele era todo poderoso e poderia me punir. Mas é difícil ter uma lógica tão desenvolvida como tenho e aceitar a existência de um Pai que nunca apareceu. Que nunca se revelou senão através de terceiros ou escondido entre nuvens. É difícil saber que mesmo Ele podendo tudo, nos coloca nesse mundo para sofrermos e pagarmos por nossos pecados. É difícil acreditar que estamos aqui em um processo evolutivo, por não sermos dignos e nem capazes de entender as coisas espirituais.

Uma vez li um artigo com o título: Ateus, graças a Deus. Me lembrei do livre arbítrio, que diz que cada pessoa é livre para seguir seu caminho. Escolhi não acreditar em algo que me manipula, oprime meus sentimentos e que me vigia para ter certeza que não estou fazendo nada pecaminoso. Escolhi viver. Escolhi criar o meu caminho e dar a mim mesmo os créditos quando as coisas derem certas ou erradas e não a um Deus que se esconde. Escolhi não me culpar e ficar pensando o que fiz de errado quando o mundo me deixa triste.

Acredito que não há outra vida além dessa. Que quando morrer irei apenas apodrecer e que o que ficará serão apenas minha existência na memória daquelas pessoas que se lembrarem de mim.

Sei que o único que me sonda sou eu e que vivo só nesse mundo. Ainda assim sou feliz por gostar da vida que tenho, mesmo com todas as dores que sinto, sou feliz.


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Com quem eu converso sobre tudo

No dia do aniversário de Donna resolvi não ligar para ela. Com certeza, eu ligar, era o que ela estava esperando, já que lhe dei os parabéns um mês adiantado. Não liguei só para fazer charme.

Por volta das dez horas da manhã ela me ligou e me convidou para "uma reunião de amigos, nada sofisticado" que faria à noite na casa dela. Não me lembro mais como aconteceu, sei que acabamos almoçando juntos naquele dia. Ela, algumas amigas/os e eu.

No final do dia estava super carregado de afazeres que surgiram durante a tarde e que precisava concluí-los. Liguei para ela e fiz a seguinte pergunta cretina: se eu não for na sua casa hoje você vai ficar muito chateada comigo?

Rápido silêncio... E então:

― Por quê?

― Estou fazendo algumas coisas e acho que terminarei muito tarde.

― Que horas você acha que irá terminar?

― Entre 21:00 e 22:00 horas.

― Tudo bem! Quando terminar você vem!

Não dou conta de resistir a certos convites. Esse é um deles. Acelerei o que estava fazendo. Negociei outras coisas para dia diferente. Fui um dos primeiros a chegar.

Ela ainda não havia descido, mas não demorou. Linda e bem vestida como sempre. Um pouco a mais de maquiagem do que o necessário, pelo meu gosto (adoro pouca maquiagem), mas linda. Muito linda. Com aquele sorriso maroto de sempre.

Depois que eu já havia bebido algumas doses do meu amigo Johnnie, a irmã dela convidou todas as pessoas a cantarem os parabéns. Logo em seguida várias pessoas falaram sobre Donna. Nada de novidade. Tudo que falaram eu já sabia e concordo plenamente.

Quando ela falou agradecendo as pessoas que estavam presentes (famíliares, amigas/os e demais) fiquei muito feliz. No meio do discurso ela diz: "amigos como o JJ, com quem eu falo sobre tudo". Foi muito bom ouvir isso na frente de tantas pessoas.

Somos assim mesmo. Falamos sobre tudo e ficamos horas fazendo isso. Ela é uma pessoa que admiro muito. Uma amiga, irmã e companheira de luta.

Algumas pessoas que me lêem acham que ela e eu temos algo mais do que amizade. Temos sim. Temos um carinho e uma atenção muito grande. Porém é pura amizade. Nunca trocamos sequer um beijo.

E finalizo dizendo: eu gosto demais de você moça linda! Estou com saudade de viajar ao seu lado. <3