segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sobre a paixão

Hoje pela manhã, enquanto escrevia um programa de computador, abri este blog e comecei a escutar as músicas aqui postadas. Depois de ouvir Quando você voltar do Renato Russo, fui ver quais as outras músicas dele estavam disponíveis naquela janelinha do Youtube. Acabei encontrando Longe do meu lado.

Nunca tinha ouvido essa música. Confesso até que não gostei da melodia, mas a letra... Engraçado como em determinados momentos da vida algumas palavras possuem uma importância muito maior do que teriam em outros.

Renato Russo, pelo menos ao que parece, sempre amou muito. Vai ver por isso machucou-se tanto. Vai ver por isso me machuco tanto.

Esses dias Donna foi jantar lá em casa. Havíamos combinado esse jantar na volta de Ceres. Convidei também Laís e um colega de trabalho, o Alano. Naquele momento de rasgação de seda, por parte de Donna, ela comentou: "Você sabe agradar uma mulher". Mesmo não concordando, já que preciso melhorar muito ainda para que isso seja verdadeiro, respondi: agradar uma pessoa é fácil. Difícil é encontrar alguém que mereça.

Sei que essas palavras soaram de forma áspera aos ouvidos de Donna, mas as feridas que carrego falaram mais forte. Sei também que encontrarei alguém que mereça. Sei que algumas, não fosse meu rancor, mereceram muito mais do que fiz.

O fato é que hoje estou assim:

"
Se a paixão fosse realmente um bálsamo
o mundo não pareceria tão equivocado.

Te dou carinho, respeito e um afago,
mas entenda, eu não estou apaixonado.

A paixão já passou em minha vida.
Foi até bom, mas ao final deu tudo errado
e agora carrego em mim
uma dor triste, um coração cicatrizado.

E olha que tentei o meu caminho,
mas tudo agora é coisa do passado.

Quero respeito e sempre ter alguém
que me entenda e fique sempre ao meu lado,
mas não, não quero estar apaixonado.

A paixão quer sangue e corações arruinados
e saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago.

E essa escravidão e essa dor não quero mais.
Quando acreditei que tudo era um fato consumado
veio a foice e jogou-te longe.

Longe do meu lado.

Não estou mais pronto para lágrimas.
Podemos ficar juntos e vivermos o futuro.
Não o passado.

Veja o nosso mundo:
Eu também sei que dizem
Que não existe amor errado
mas entenda, não quero estar apaixonado.
"


domingo, 27 de julho de 2008

Olá!

Oi moças e moços que nas suas horas vagas passam por aqui para ler meu blog. Escrevi esse post para dizer que ainda estou vivo. Algumas pessoas me mandaram e-mail perguntando algumas coisas como, por exemplo:

- Se estou apaixonado;
- Se estou bem;
- Se parei de escrever;
- E algumas até me perguntaram para quem foi que escrevi os dois posts anteriores a esse.

Pois bem! Acredito, então, que outras pessoas também estejam curiosas em saber o motivo pelo qual tem alguns dias que não escrevo. A resposta é simples: pura falta de tempo. Escrevo, aqui, apenas para contar algum fato interessante que aconteceu na minha vida ou em alguns casos raros (até porque tem pouco tempo que escrevo nesse blog) para dizer alguma coisa para alguém que ao ler, sabe para quem escrevi e porque escrevi.

Quanto ao nome das pessoas para as quais escrevo, isso não é importante. O importante é que cada pessoa para a qual escrevo sabe que foi para ela que escrevi. Podem ter certeza que quando uso algum nome ele não é o verdadeiro.

Aproveito para informar que, em breve, o primeiro capítulo de um romance que estou escrevendo será postado. É uma mistura de fatos reais com ficção. Difícil, para quem lê, será saber quando é ficção e quando é realidade. Espero que gostem.

Abraços.




Letra

quarta-feira, 23 de julho de 2008

02:02 Te amei um dia, com certeza...

O que clareia meus olhos não é a luz do sol,
Nem a luz da lua,
Mas a luz que o homem fez.

O som que ouço não é o do agito do dia,
Nem o som de nossas músicas,
Mas o som do silêncio dos que dormem.

A saudade que sinto não é de alguém que se foi,
Nem de alguém que está perto,
Mas de alguém que habita minha alma.
Esse alguém que nunca se foi, por ser o meu ser.
Esse alguém que meus lábios choram a distância.
Esse alguém que meus olhos chamam em silêncio.

O que me faz pensar não são as coisas desse mundo,
Nem as coisas doutros mundos,
Mas sua presença que em mim habita.

O que me faz calar não é o medo de algo,
Nem a coragem de me quietar,
Mas essa distância que não posso suportar.

O que me faz te querer assim não é o desejo,
Nem é o amor que tens por mim,
Mas o conjunto de tudo isso e muito mais.
Esse teu cheiro que me enlouquece.
Esse teu gosto que me desnorteia.
Esse teu jeito que me deixa sem jeito.

Mas mesmo aqui,
Mesmo estando só,
Mesmo estando frio,
Mesmo distante de minha vida,
Não consigo não sentir teu sono gostoso no meu peito.

Amo você. <-- isso FOI verdadeiro desde a primeira vez!




Letra

terça-feira, 22 de julho de 2008

07:07 te amo... Ou te amei, não sei.

Onde está aquela por quem meus neurônios não se aquietam?
Ah! É verdade! Você está aí... Eu aqui... Você aí...

Ah tempo danado que nos tortura:
Quando perto estamos você voa...
Quando longe você trava.

Por isso eu prefiro o desejo:
Quando longe nos encontramos ele é forte...
Quanto perto ele é avassalador.
Ele não quer parar.

Desejo...
Esse sentimento que com nós dois convive.
Longe ou perto ele sempre está presente.

E o que falar da saudade?
Se a cada segundo longe um do outro
Faz o tempo morrer e o desejo não calar.

E o amor?
Esse que me toma o pensamento.
Me toma a alma.
Me toma a vida que não é mais minha (nem quero que seja),
Pois me fez dá-la toda à sua vida que é (era) nossa.

Amo (?) você a cada segundo dos milissegundos da existência.



Letra

terça-feira, 15 de julho de 2008

Carla, a prostituta

Eu devia ter quatorze ou quinze anos. A minha frente um rio não muito largo, pouco sinuoso. A água era de cor clara. Fluía mata a dentro numa velocidade bastante tranqüila. A luz do sol atravessava as brechas entre as árvores e era refletida de forma agradável na água. O som dos pássaros e do vento nas folhas das árvores completavam o cenário. Estava tão concentrado com a vara de pescar e a entender como ou porque um peixe é atraído pela isca que nem prestava muita atenção ao ambiente que me envolvia. Vez ou outra eu deixava a linha com a isca paradinha num mesmo lugar. Sentia alguns pequenos puxões, mas não pegava peixe nenhum. Mudava de tática, fazendo com que a isca se movesse lentamente na vã esperança de que, com aquele movimento, algum peixe se interessasse por ela. Até deixar a ponta da vara virada para cima eu experimentei. Mas aquele era o dia da caça.

Já que não pegava peixe nenhum olhei para o lado para ver onde as outra pessoas estavam. Meu avô, pouco mais de cem metros abaixo, estava sentado, à margem, sobre uma grande pedra. Pareceu-me que os peixes gostavam mais da isca dele, já que consegui ver uma meia dúzia de peixes pendurados no galho de uma árvore. Entre meu avô e eu estavam meu pai (o de criação, não o biológico pois esse nunca conheci) e meu tio Dedé, irmão da minha mãe. Os dois improvisavam, num buraco e com algumas pedras, o fogão onde seria cozido um arroz com carne de sol e fritado os peixes. Os dois estavam conversando alguma coisa, em voz meio baixa, e por isso eu não os escutava.

Cansado de ficar ali naquele lugar onde estava e mais ainda motivado pelo sucesso do meu avô, decidi ir para mais perto dele, ainda na esperança de que algum peixe se sentisse atraído pela minha isca. Quando me aproximei do meu pai e do meu tio escutei a frase: - "Mas é bom levá-lo logo para ele conhecer e tomar gosto pela coisa.", dita pelo meu tio. - "Nunca conversei com ele sobre isso, mas vou levar sim.", respondeu meu pai. Eu não teria dado muita atenção ao assunto não fosse outra frase do meu tio, dita olhando para mim, com um sorriso lerdo no rosto: - "Né magrelinho? Tá na hora de descobrir o que tem de bom na vida!". Sem entender do que se tratava e mais interessado em conseguir apanhar um peixe, apenas sorri e continuei indo para onde meu avô estava.

Mais ou menos um ano depois estava em casa, sozinho com meu pai. Ele já tinha bebido algumas cervejas. Seu rosto já estava um pouco inchado e seus olhos moles, caídos. Eu fazia alguma coisa no meu computador, um TK2000 Color, meu passatempo preferido. Sem mais, sem menos, meu pai pega a chave da moto, uma ML 125 prata que tínhamos e diz: - "Vamos ali numas amigas minhas.". Salvei o que estava fazendo. Me levantei. Pedi para ir pilotando. Saímos. Fora as orientações sobre o caminho não falamos nada durante o trajeto.

- "Pronto! Chegamos.", disse ele em frente a uma casa baixa, com paredes no puro tijolo. Algumas placas de metal encostadas na parede. Em uma delas, escrito a mão, sem capricho nenhum, pude ler: Bar Samambaia. Meu pai desceu e entrou, enquanto eu estacionava a moto. Ao passar pela pequena porta do tal bar, pude ver, do lado esquerdo, um sofá revestido em plástico, com braços de madeira, pintados de preto, em formato cilíndrico e detalhes redondos nas pontas. Uma coberta de retalhos tentava cobrir os rasgados que nele havia. Do lado direito um balcão improvisado. Não era muito alto. Alguns bancos sem encosto ajudavam a reforçar a idéia de balcão. Atrás dele um freezer branco e uma geladeira azul claro. Na parede havia algumas folhinhas, aqueles calendários com gravuras que muitas empresas distribuem no final do ano, penduradas em pregos na parede. Lá no fundo mais um ou dois sofás pequenos, do mesmo modelo do maior encontrado na entrada. O chão era de cimento vermelho. Grosso. Sem brilho. Meu pai estava conversando com uma senhora, de mais ou menos quarenta anos. Ao me aproximar ela me olhou, voltou-se para meu pai e indagou: - "É a primeira vez?". Antes que meu pai respondesse, ou talvez ele tenha respondido com um aceno de cabeça que eu não tenha visto, ela continuou: - "Já falei para a Carla tomar um banho. Se ele quiser pode esperar no quarto. Ele bebe?". - "Não. Só eu. Esse é o garoto do pai. Não bebe e não fuma. Puxou a mãe.", respondeu e explicou meu pai e, voltando-se para mim, disse, apontando para uma porta azul: - "Pode esperar ali. A moça está tomando um banho.".

Constrangido com o lugar, com aquela mulher que eu nunca havia visto antes e com toda aquela situação, entrei no quarto. A primeira coisa que vi foi uma cama de casal, com uma colcha branca. A cabeceira era pequena. Acima dela uma janela com vitrô de correr. Estava fechada e tinha um lençol servindo como cortina. A esquerda uma penteadeira com um espelho não muito grande. Duas ou três gavetas. Poucos vidros de cremes, outros de perfumes e alguns outros cosméticos. Me virei, fechei a porta e a tranquei usando o trinco, única coisa que possuía para mantê-la fechada. Do lado esquerdo da porta, penduradas, em pregos na parede, duas toalhas. No canto um cesto com roupas sujas. Me voltei para a cama. Do lado direito uma porta. Pelas frestas saía uma luz fraca e o som do chuveiro.

Eu ainda estava ali, de pé, parado quando a porta do banheiro se abriu. Saiu de lá uma menina vestindo uma camiseta branca que lhe cobria até o meio das coxas. Enxugava, com uma toalha, seus cabelos compridos. Era gordinha, mas como quase todas as gordinhas que conheço, seu rosto era bonito. Sua pele era branquinha, quase tanto quanto a camiseta. Ela me olhou, sorriu e disse: - "Oi! Já estou quase terminando. Se quiser pode se deitar na cama.". E se dirigiu para a penteadeira.

Sem tirar os sapatos me deitei, deixando os pés fora da cama. Fiquei observando ela pentear seus cabelos. Sem parar de se pentear ela disse:

- "Meu nome é Carla." e em seguida perguntou: - "Qual o seu nome?".

Respondi e então ela perguntou: - "É a sua primeira vez?".

- Seria, respondi e continuei, se fosse acontecer alguma coisa aqui hoje.

Ela se virou e indagou: - "Você não quer? Não gostou de mim?"

- Não é isso! Respondi. É que não lhe conheço. Tenho uma namorada. Gosto muito dela. Meu pai não perguntou se eu queria vir aqui. Olha... Não leve a mal, mas ficaremos aqui conversando até dar a hora. Daí todos ficam bem: meu pai vai achar que me fez um favor. Você irá receber seu dinheiro. Pode ser?

Ela se levantou. Veio até a cama. Se deitou do meu lado e disse:

- "Ok! Como você quiser. E sobre o que você quer falar?".

- Quanto anos você tem?

- "Tenho dezessete. E você?".

- Quinze. Tem muito tempo que você trabalha aqui?

- "Aqui não. Mas faço isso desde os quinze.".

- E você gosta?

- "Algumas vezes. Quando são com pessoas legais, como você por exemplo.".

- Eu sou legal?

- "Parece que sim. Você é limpinho. Cheiroso. Não me tratou como uma puta. Está aqui conversando comigo... Eu gostaria de transar com você. Tem certeza que não quer?"

- Algumas vezes é ruim?

- "Muitas vezes. Não gosto de caras que fumam. Eles fedem. Alguns parecem não tomar banho nunca. Fedem. Alguns querem fazer algumas coisas que eu não gosto. Alguns são estúpidos."

Fiquei calado alguns minutos pensando em tudo aquilo...

- "Como é a sua namorada? É bonita?", me perguntou passando a mão no meu rosto.

- É linda. Inteligente. Brava...

- "Brava? Como assim, ela briga com você?".

- Algumas vezes. Ela é muito ciumenta. Não gosta que eu me atrase. Essas coisas.

- "Entendi. Meu namorado é assim também".

- Você tem namorado? Perguntei surpreso.

- "Tenho. Ele é um gato.".

- Mas... Ele sabe que você...

- "Não! Claro que não! Ele acredita que eu trabalho de arrumadeira de casa".

Nisso alguém bate na porta. E a voz da senhora que estava conversando antes com meu pai diz: - "Carla! Deixa de conversa e vai trabalhar. Faça logo o que tem que fazer.".

- "É colega...", me disse Carla, "...temos que fazer alguma coisa ou então você precisa ir.".

Me levantei. Ela também. Dei um beijo na bochecha dela. Agradeci pela conversa. Ela disse: - "Valeu! Se mudar de idéia me procure.". Saí do quarto. Pedi meu pai que pagasse a moça e perguntei se podíamos ir embora. De pronto ele atendeu. Voltamos para casa e nunca tocamos nesse assunto.

O vídeo abaixo tem a música que eu ouvia naquela época e ficava imaginando que o amor devia ser bom mesmo. Como tenho quase certeza absoluta que não terei música melhor para ilustrar essa história da minha vida e, não por amar Carla, mas por ela ter sido legal e termos conversado um pouco, aí está. Divirtam-se!




Letra
Tradução

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Escolhendo o filme certo

Foi um daqueles dias quentes. Quando tudo parece ser problemático e cansativo. Estava precisando relaxar, esquecer as mazelas estressantes de um dia de trabalho frustrante . Foi então que o celular tocou. Apareceu escrito Lilian no visor. Conheci Lilian a muitos anos atrás. Não me lembro onde. Na lembrança mais antiga que tenho dela estávamos em uma boate. Eu devia ter quase trinta e ela no máximo uns dezoito anos. Ela com um dos caras mais idiotas da nossa turma e eu com a mãe das minhas filhas.

Algum tempo depois, que me separei, encontrei Lilian na rodoviária de Inhumas. Ela iria pegar o mesmo ônibus que eu, com destino a Goiânia. Antes desse dia não tinha prestado atenção nela. Talvez pelo excesso de "tipo assim" que ela usava em tudo que ia falar. De cada 10 frases, onze tinham "tipo assim". Mas nesse dia percebi que ela estava mais comunicativa. Se expressava muito bem. Seus longos cabelos de cor escura brilhavam muito. Seus lábios com batom vermelho, de tom discreto, combinava com seus olhos castanhos escuros. A menina bobinha do interior agora era uma mulher muito bonita e inteligente. Conversamos muito nesse dia.

A partir daí passamos a nos encontrar, virtualmente, algumas noites. Nos falamos por telefone, mas nunca dava certo de nossos horários coincidirem para nos encontrarmos pessoalmente, até aquele dia quente e cansativo em que ela me ligou. Atendi e ela: - "Adivinha quem está de férias?". Nós dois estávamos estressados e então combinamos de ver um filme naquele dia mesmo, pois ela estava indo para Brasília e queria me ver antes de ir.

No horário combinado nos encontramos e fomos logo escolher o filme, pois ela estava com pouco tempo, por causa da viagem para Brasília. Os horários não nos favorecia, já que a maioria dos filmes começou meia hora antes de chegarmos. Sobraram duas opções:

- O Aviador, uma aventura tendo no elenco Leonardo Di Caprio e;
- Jogos Mortais, terror, o primeiro deles.

O que ela queria ver era o Aviador, mas ele tem quase três horas de duração e não daria. Deveríamos ter esquecido o cinema e ter ido comer e beber na praça de alimentação, mas não. Dei a idéia de assistirmos Jogos Mortais. Entramos. Nos acomodamos. Conversamos um pouco antes do filme começar. Trocamos alguns carinhos inocentes. As luzes se apagaram e o filme começou. Alguns minutos depois, de filme, comecei a achar que tudo que eu havia vivido naquele dia não tinha sido nada, comparado a tanto terror e tensão que Jogos Mortais conseguiu nos passar.

Quando saímos do cinema, Lilian saiu correndo e foi embora. Nunca mais a vi. Nos falamos algum tempo depois. Mas ela nunca mais foi a mesma. Nunca conseguiu esquecer aquele dia que fomos ao cinema para relaxar e se divertir e ficamos mais tensos ainda.

Saber escolher um bom filme, principalmente no primeiro encontro é muito importante. A maioria dos meus amigos escolhem filmes que agradam a eles, como se o fato de agradá-los, por si só, já fosse regra para agradar a pessoa com a qual se está indo ao cinema.

Pouco tempo atrás Donna, aquela minha amiga do texto anterior a esse, me ligou convidando para ir ao cinema. As opções não estavam boas. Havia uma comédia romântica, que eu já havia assistido, e alguns outros filmes entre terror, ação, comédia... Não tive dúvida: sugeri que fossemos assistir a comédia romântica que eu já assistira. Fiz essa escolha por três motivos: primeiro por me lembrar da trágica experiência com Lilian. Segundo por saber que Donna gostaria de assisti-lo e, por último, por ter certeza que iria rir bastante novamente. Acertei em cheio! Donna adorou e nos divertimos muito naquele dia.

Saber escolher o filme certo, para cada momento, é algo que tenho praticado ultimamente, pois um bom filme pode fazer a diferença entre a noite terminar bem ou mal. A grande dica para meus amigos é: dê preferência para as comédias românticas se for a primeira vez que você está indo com sua companhia ao cinema e ainda não conhece os gostos dela por filmes.

Segue algumas sugestões que homens deveriam assistir para entender um pouco melhor a cabeça da maioria das mulheres e as mulheres para continuarem a ter esperanças para com nós:

Alguém Como Você - (Someone Like You...)
USA 2001 de Tony Goldwyn


Hitch - Conselheiro Amoroso - (Hitch)
USA 2005 de Andy Tennant


Proposta Indecente - (Indecent Proposal)
USA 1993 de Adrian Lyne


E para entendermos sobre o que realmente tem valor na vida, duas dicas:

A Grande Sedução - (Grande Séduction, La)
CA 2003 de Jean-François Pouliot


Albergue Espanhol - (Auberge Espagnole, L')
FR 2002 de Cédric Klapisch


E o vídeo de hoje é com Carla Bruni:


Letra
Tradução

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A vida é feita de pequenos detalhes

Era quarta ou quinta-feira. Estava, eu, em Brasília com meus pensamentos. Ela, aquela minha amiga que gosta de frisar que somos amigos, que de agora em diante chamarei de Donna, me ligou. "Vamos para Ceres nesse final de semana?" - indagou pelo celular. Depois de ter aceito o convite fui saber dos detalhes: festa com banda tocando rock, dormir na casa dos pais de amigo nosso (que chamarei de Sales), conversar muito, sorrir bastante, comer, beber... Combinamos, então, de sair sábado às três horas da tarde.

Na sexta-feira fiquei sabendo que uma amiga de Donna, que chamarei de Laís, iria também. Já havíamos nos conhecido antes, em uma festa de arraial. Me encantei muito com Laís naquela festa. Talvez esse encanto, já que nos falamos pouco, se deu pelo fato dela ter um rostinho lindo, que lembra uma garotinha de quinze anos.

No sábado, alguns minutos depois das duas horas da tarde, Donna me liga: "Talvez me atrase um pouco, pois só agora estou saindo de casa para ir ao salão". Não sou nenhum Nelson Rodrigues, conhecedor de várias nuances das mulheres, mas pelo pouco que conheço calculei que ela só passaria em minha casa depois das cinco da tarde. Alguns consideram o atraso das mulheres um exagero, mas ao meu ver é um charme nato. Esse atraso cria uma atmosfera de expectativa que só desaparece quando elas, as mulheres, aparecem mais perfumadas e mais lindas do que já são costumeiramente. Nessa mesma ligação Donna me pediu que preparasse um repertório musical para que ouvíssemos durante a viagem, que duraria pouco mais de duas horas.

Agora eu tinha dois desafios: deixar minhas coisas arrumadas para quando Donna e Laís chegassem não ficassem esperando e escolher um bom repertório musical. Baseado nas poucas informações que tinha dos gostos musicais de Laís e no de Donna, convidei então Ivete, Skunk, Capital Inicial, Banda Eva, Nando Reis, Charlie Brown Jr., Paralamas e Titãs. Mochila arrumada e repertório definido, então, foi só esperar por elas. Valeu cada segundo que esperei. Estavam lindas.

Ao som dos convidados conversamos a viagem toda. Nos divertimos com "o medo" de nos perdermos, pois nenhum dos três sabia onde fica Ceres, apesar de Donna e eu já termos ido lá. Falamos sobre a vida, sobre as nossas vidas, sobre a vida de outras pessoas. Brincamos. Sorrimos muito. Por volta das 19:30 chegamos. A família de Sales, nosso amigo, foi muito receptiva. Nos acolheu muito bem. Todos de uma simpatia impar.

A noite, um pouco depois que Donna e eu saboreamos um delicioso licor de Jaboticaba, preparado pela dona da casa, e de Laís tomar um ou dois copos de cerveja com Flávio, irmão de Sales, fomos para a festa. Lugar muito bonito, próximo ao rio que corta Ceres. Iluminação agradável. A banda deu um show. Tocaram muito bem. A organização do evento estava perfeita. Da limpeza dos banheiros ao maravilhoso serviço dos garços que não deixavam ninguém de copo vazio. Nem mesmo o frio que fazia prejudicou a noite.

Tudo estaria perfeito, não fosse uma tristeza quase imperceptível no fundo dos olhos de Laís. Alguma coisa estava lhe preocupando. Depois de algumas tentativas minhas finalmente ela contou o que era e conversamos quase a noite toda, mesmo com o som auto que nos fazia gritar para conseguirmos nos ouvir, mas que também nos fazia conversar de rosto colado. Confesso que o perfume me agradou muito. Foi assim que descobri que, apesar de ter rostinho de menina e pouca idade, as palavras de Laís são de uma mulher que já viveu muitas coisas nessa vida. Suas histórias são complicadas como as minhas. Seus sonhos possíveis de serem alcançados. Sua alma a de pessoa boa, dessas que a cada dia se tornam mais difíceis de se encontrar.

No outro dia, depois de um almoço delicioso, com direito a churrasco, Tucunaré assado e um feijão tropeiro de dar inveja aos mais conceituados chefes brasileiros, Laís e eu fomos para frente da casa, onde sentamos numa pequena pilastra que cerca a árvore que nos deu sombra. Conversamos novamente. Pude conhecer um pouco mais da vida dela. Sobre sua profissão. E de tudo que ela viveu até aquele momento.Teve partes tão tristes que tive vontade de encostá-la no meu ombro e deixá-la chorar sem dizer mais nada, mas nossa convivência ainda não me dá liberdade para tanto.

O mais importante nisso tudo foi ver a determinação de Laís. Poder compartilhar da vida dela. Saber o quanto ela confiou em mim para contar tantas coisas. Lembrar que não sou o único que enfrenta, de cabeça erguida, os problemas que a vida trás. Perceber que nós, todos os três, Donna, Laís e eu queremos o que, provavelmente, todo ser humano quer: ser feliz com os pequenos detalhes que a vida nos proporciona como, por exemplo, um final de semana tão agradável como esse, com direito a pequenos detalhes tão preciosos e tão sinceros.




Letra

Tradução

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O silêncio...

Gosto de Brasília. Muitas pessoas me dizem que odeiam. Passei praticamente a semana toda por aqui. Visitei algumas pessoas queridas. Beijei bocas conhecidas. Comi Frango Frogoió da Brasil Vexado. Andei por ruas largas... Daqui a pouco já é hora de voltar para Goiânia. Deitar no meu sofá verde. Ligar a TV, o computador e continuar vivendo.

Não sei se é o ar daqui. Sei que essa foi uma semana de pensamentos. Avaliei essa minha vida, que uma colega define como "bandida". Prefiro chamar de vida minha. Vida livre. Não preciso dar satisfação de nada que faço para ninguém e isso me conforta. Mas então por que não estou feliz? Por que essas bocas já não disparam mais meu coração?

Um amigo disse que já estou velho para isso. Pode ser. Acredito mesmo é que me deixei apaixonar. Risco que todos corremos. Como sempre acontece, pelo menos na minha vida, não é um caso simples de resolver pois tenho meus medos. Mais uma vez essa dúvida, esse medo. Mais uma vez o medo de errar. Medo de cometer os mesmos erros do passado. Ela tem suas dúvidas.

O fato é que:

"
Eu perco o controle
Por sua causa, meu bem
Eu perco o controle
Quando você me olha deste jeito
Há algo em seus olhos
Que está dizendo que esta noite
Eu não sou mais uma criança
E a vida abriu a porta
Para uma nova e incrível vida
"

É irônico, mas ela esteve comigo. Se fez de Eva e pediu para que eu a amasse. Mas tolo que fui não me entreguei. Me mantive congelado e distante nos meus pensamentos e minhas dúvidas. Ao contrário de James Blunt que canta:

"
Não estou pedindo uma segunda chance,
Estou gritando com toda a força da minha voz
Me dê razão, mas não me dê escolha,
Porque eu cometerei o mesmo erro outra vez
"

Quero uma segunda chance. Quero me entregar e deixar apaixonar de vez. Quero tê-la por completo dessa vez e quero me entregar de corpo e alma. Quero deixar todos meus medos no passado. Quero amá-la. Não apenas tê-la algumas vezes. Mas não quero prendê-la. Quero que ela tenha a liberdade que lhe dei lá no começo de toda nossa conversa. Quero que seja livre. Quero que voe. Quero que viva.

Me lembro da primeira vez que eu a vi:

"
Eu perco o controle
Quando estou perto de você, meu bem.
Eu perco o controle
Não me olhe deste jeito
Há algo em seus olhos, isso é amor à primeira vista?
Como uma flor que cresce
A vida só quer que você saiba
Todos os seus segredos
"

Lembro pouco do vestido, pois fiquei vidrado no rosto e no cabelo dela. Mas me lembro que daquele dia em diante não parei mais de pensar...

Vida bandida. Vida de aventuras. Vida de liberdade. Não se pode ter tudo. Se escolho mil bocas não tenho o carinho verdadeiro, nem o amor e nem a paixão intensa. Se escolho uma pessoa não sou inteligente o bastante para renovar a paixão, o amor e o carinho todos os dias.

"
Não há nenhum lugar onde eu não possa ir
A minha mente está turva mas
Meu coração está pesado, não se nota?
Eu perco a trilha que me perde
Assim aqui vou eu
"

Não sei o que ela pensa sobre isso tudo. Ela não fala mais comigo como antes. Às vezes eu sinto uma possibilidade. Outras vezes acredito que não há mais possibilidade nenhuma. Algumas vezes sinto que ela quer deixar o chão dela e voar ao meu lado. Outras, penso que ela cortou definitivamente minhas asas. Entenderei se for uma coisa ou se for outra. Só não consigo entender o silêncio.

Citações tiradas das letras das duas músicas abaixo:



Letra

Tradução



Letra

Tradução

quarta-feira, 2 de julho de 2008

"O que não se pode explicar aos normais"

Essa semana conversamos várias vezes. Ela sempre faz questão de frisar que somos amigos. Já parece até obsessão ou medo de receber uma cantada e ter que mudar de assunto ou me magoar. Falamos de muitas coisas. É possível que ela me conheça quase tanto quanto eu. Não é muito, mas é o quanto eu me conheço.

A grande questão é que eu mereço cada vez que ela frisa nossa amizade. Também, "não sou flor que se cheire", diria minha mãe. Mas pode ser o medo do "jeito" dos homens "perseguirem" as mulheres. Pode até mesmo ser medo de dar chance ao azar e perdemos o que temos de melhor: nossa amizade.

Seja o que for, aprendi a gostar dela. Aprendi a conhecê-la e antecipar sua vontade. Eu saberia acalma-la, compreende-la... Saberia calar quando fosse a hora e a ouvir quando fosse preciso. Saberia a hora de fazer carinho e a hora de carícias. A hora de estar perto e a hora de deixá-la sozinha com suas milhares de idéias. Eu saberia.

Sou tão confuso com meus sentimentos que tudo isso pode ser apenas essa questão da amizade. Nunca tive uma amizade tão aberta e forte assim. Por isso quero que continue como está, pois essa amizade não tem preço.

Sei que você que está lendo, neste momento, é uma pessoa curiosa em saber quem é ela. Não darei um nome, pois não posso. Só posso dizer que falamos:

"Sobre o amor e o desamor, sobre a paixão,
Sobre ficar, sobre desejar, como saber te amar,
Sobre querer, sobre entender, sem esquecer,
Sobre a verdade e a ilusão,
Quem afinal é você,
Quem de nós vai mostrar realmente o que quer,
Um coração nesse furacão, ilhado onde estiver,
O meu querer é complicado demais,
Quero o que não se pode explicar aos normais,
Sobre o porque de tantos porquês,..."

Mas o que realmente eu gostaria de dizer é que:

"Entre a razão e a emoção eu escolhi você!"

Não você que está lendo, mas ela. E não como você talvez esteja imaginando, mas como nós sabemos e como ela faz questão de frisar sempre.