domingo, 26 de julho de 2009

Pequena história - Parte 01

E o que a dor já ensinou tanto e tanto é o que? Perguntei a ela.

Tanto é tanto! Respondeu com um sorriso e continuou. Sempre aprendi um "tanto muito" com meus erros e com minhas dores. Isso fez-me crescer.

Continua com rostinho de criança! Galanteei. Já li que nós, seres humanos, só aprendemos com a dor.

Obrigada pelo rostinho de criança. Sorriu, aceitando meu galanteio. Realmente a dor é uma boa educadora.

Não quero aprender mais não... Já está bom (como se pudéssemos escolher).

Você? Já tem juízo suficiente? Sei não hein! Disse ela, sorrindo muito.

Olha! "Por quem me tomas"? Tenho esse jeito de louco e apaixonado por todas mas sou tímido, quieto e caseiro. E nem tudo que dizem de mim ou que escrevo no meu blog é verdade. Muitas coisas são só imaginação.

E ela, com um sorriso contente e decidido: Mas se imaginou...

Qual o mal em imaginar?

Nenhum! Só revela que és muito criativo.

Sei... Da forma que disse pareceu-me mais uma coisa ruim do que boa hein?!

Não! A imaginação pode ter dois lados. Não acha?

Penso que tudo nessa vida tenha dois lados. Não é possível existir o bem se não existe o mal.

Pura verdade!

Tenho que ir agora! Tenho uma reunião. Nos falamos amanhã. Beijo na bochecha. Juízo hein!

Vá lá! Vá com Deus. Beijinho.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Carta, aberta, de um anjo para outro

Há coisas que jamais saberá. Que jamais viverá! Que jamais entenderá. Pois fostes covarde em sua análise.

Há coisas que jamais experimentará. Que jamais verá! Que jamais conhecerá. Pois deixou sua vontade pela vontade de outrem. E o pior, por outrem que nem lhe merece. Seus princípios, porém, lhe dizem ser o melhor a fazer. Então, faça.

O problema em saber ver o futuro é que ele muda toda vez que se olha para ele. E ele muda pelo fato de que alguém olhou para ele.

As coisas mudam. O tempo lhe mostrará isso. Esse é outro problema ao olhar para o futuro: a dor nos consome antecipadamente.

As coisas mudam e, daqui onde estou, continuo desejando que eternamente seu sorriso brilhe. Sei que ele tem ficado um pouco triste e pensativo em alguns momentos e, nesses momentos, também entristeço-me. Sei, também, que ele tem surgido espontaneamente, como sempre fez. Nesses momentos meu sorriso sai fácil, como se feliz eu estivesse.

Saiba, pois, que como a sombra de uma nuvem branca continuo a lhe abrigar, observar e a lhe sentir. Como anjo seu, que sou, continuo, mesmo que de longe, tentando proteger você por esse caminho torto que é a vida.

As coisas mudam, mas nem sempre da forma que gostaríamos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fotos...Fotos

Como é bom reviver a infância, nem que seja por alguns segundos de loucura. Ou minutos, vendo fotos...
Fotos antigas, muito antigas.
Eh!Nem tão antigas assim também.
Mas fotos que trazem muitas lembranças. Que geram no coração muitas saudades. Que revelam muitas alegrias.

Momentos inesquecíveis. Fase maravilhosa que não volta mais.
Tempo em que não se tem preocupação com nada. Não tem responsabilidades. Nem obrigações a cumprir. Ninguém te cobra nada, afinal você é apenas uma criança.
Tempo onde o melhor a fazer e onde o que mais se faz é brincar, brincar e brincar!!

Ah!!!saudade...

E assim como não escolhemos nascer, também não optamos por crescer e muito menos por morrer. Como diria alguém que hoje (por enquanto,espero) não me diz nada: Esta é a vida.

Grande "autor desconhecido" ao dizer:

"Crescer significa mudar e mudar envolve riscos,
uma passagem do conhecido para
o desconhecido."

- Autor desconhecido (livro: A cabana)

Crescer é mesmo uma grande aventura, cheia de riscos. Digna de livros e filmes. Uns de romance, lindos de suspirar. Outros de suspense. Aventura. Drama, que nos fazem chorar. Alguns de terror. E os maravilhosos de comédia.

Tudo isso porque crescer é viver!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O céu continua azul, com aquelas nuvens brancas que hora parecem enormes algodões-doces. Hora formam figuras estranhas, engraçadas... Hora parecem sorrir para mim. E isso me faz lembrar de certos momentos.

O vento continua balançando as folhas daquela enorme mangueira ali fora. Lá os pássaros e morcegos continuam vivendo. Fazendo festa, cheios de alegria. E isso me faz lembrar de certos momentos.

As pessoas continuam andando pelas ruas. Algumas com suas caras carrancudas, outras com sorriso lindo e amigo. Pessoas andam devagar, outras apressadas. E isso me faz lembrar de certos momentos.

Nada mudou. Tudo continua como antes. Ou, pelo menos, quase tudo.

Na lista de contatos meus não há mais aquela foto com sorriso que tanto gostava de olhar pela manhã. Nem foto alguma que me anime a tagarelar por todo o dia. Engraçado que, mesmo sabendo que não irei ver aquela foto por lá, olho todos os dias a procurar por ela.

Essa saudade me aperta o coração. Faz um segundo parecer uma vida e uma vida parecer ter durado apenas um segundo.

Saudade...

sábado, 4 de julho de 2009

O tempo nos gasta. Nos come pele, carne, ossos. Leva embora nossa visão, audição, fôlego. Ele nos mata. Carrasco dos que, assim como eu, esperam. Não há como escondermos dele, pois acha-nos em qualquer lugar, qualquer hora ou segundo.

O tempo é o caminho da morte. Para uns breve e curto caminho. Para outros é longo. Não tão longo quanto a maioria deseja. Nunca há tempo suficiente. O tempo é nossa condução ao fim. Condução da qual não podemos saltar. Não há desvios. Não há alternativas.

Deitado nessa pequena cama que um dia já foi minha. Olhando as paredes desse quarto que um dia já foi meu. Tudo está como antes. Parece que esse carrasco não passou por aqui. Porém, olhando o pó, teias de aranha e rachaduras nas paredes, percebo que ele esteve aqui. Talvez a procurar-me. Não me encontrou deitado. Saí daqui a muitos anos atrás. Encontrou-me em outros lugares. Castigou-me. Riu de mim quando eu dizia que não tinha tempo para a vida.

Quarto nostálgico. Lembrei-me de quando achava que sabia de tudo. Hoje sei que nem o tempo sabe tudo. Nada está escrito. Podemos fazer nossos caminhos. A cada segundo podemos escrever a história de nossas vidas.

Não podemos com o tempo. Com ele ninguém pode. Cada segundo é um grão de vida que nos é tirado. Não há como ser diferente. Mesmo sabendo disso sou feliz. Sei que um dia morrerei e que não há como fugir desse destino. Por saber que irei morrer, vivo intensamente. Por isso acredito, todos os dias, que o grande amor da minha vida está logo ali depois daquela curva. Por acreditar procuro. E por saber que meu tempo é cada dia mais curto, procuro com pressa. Mas, sem pressa, observo cada detalhe quando encontro uma possibilidade.

Encontrei uma possibilidade. E aqui, deitado nessa cama, não consigo deixar de pensar nela. Não apenas no sorriso, mas em toda dificuldade pela qual passamos desde o dia em que declarei-me a ela. Dificuldade que juntos, separadamente, tentamos resolver.

Quero que ela seja feliz. Seguindo o caminho que decidir seguir. Ela quer que não me machuque. Quer me ver sempre feliz como sou.

Conflito! Temos um conflito! Quero subir. Ela quer descer. Eu a quero. Ela me quer. Ideias diferentes. Sentimentos diferentes. Conflito! Nossa história, hoje, é como areia movediça. Se não nos movemos não saímos dessa situação. Se nos agitamos, afundamos. Cada vez mais fundos nessa história. Eu a desejo como flor. Ela me quer como perfume. Mas há os espinhos. Espinho para mim. Orvalho para ela.

Tempo... Tempo ao tempo. Mas sabendo que o tempo é proporcionalmente menor a medida que cada vez mais eu ganho mais tempo, tenho medo. Medo de que a flor murche ou o perfume acabe antes que possamos resolver essa história. Medo! Temos medo!

Enquanto ele, o tempo, passa por nós trazendo a experiência, o carinho, o afeto, a preocupação mutua, a fé, a esperança, a amizade, o amor, a dor, o cuidado, as lágrimas, os sorrisos, as gargalhadas, nós vamos vivendo. Vida! Viver é isso.

Dou a ela uma vida intensa. Tirei-a daquela vida de menina que não sabia por qual caminho seguir. Dou-lhe vida de mulher. Cada dia uma dose a mais. Cada dia uma intensidade maior. Vida! Viver é isso. Ela me dá seu sorriso, seu carinho, sua atenção, sua companhia, sua alegria, suas lágrimas, parte de sua vida. Quanto mais ela pensa em mim, mais forte me sinto. E ela faz isso cada vez mais. Lembra de mim até mesmo quando, pelo menos nas convicções dela, não devia lembrar.

Faço parte da vida dela. Tenho meu espaço lá naquele coração que ei de sentir bater forte encostado ao meu. Ela faz parte da minha vida. Tem o espaço dela nesse meu coração. Esse que bate forte quando penso nela. Esse que quase para quando ela corta raízes da minha esperança. Esse que algumas vezes, brincando ou não, chamo de coração burro. Burro por escolher quem já está escolhida e já escolheu. Sei, no entanto, que de burro ele nada tem, pois se tivesse não teria escolhido alma tão linda para tomar conta dele.

Tempo... Meu carrasco. Algumas vezes me tortura por passar tão rápido quando estou conversando com ela e por passar tão vagarosamente quando a única coisa que posso fazer é pensar, imaginar, me iludir. Ilusão! Ela me diz que isso tudo é ilusão. Que seja! Melhor viver uma ilusão que não viver ou viver nada.

Estou confuso e por isso calado. Mesmo querendo tagarelar estou procurando ficar calado. Confuso! Quero subir e descer ao mesmo tempo. Estou confuso.

Tempo... Maldito tempo! Mas, espere! Que estou eu dizendo de ti tempo? Meu único aliado. Perdoe esse ingrato que, por uma mistura de impaciência, descrença, saudade, dor, sentimento de injustiça, confusão, incerteza, ilusão e paixão reclama de ti. Desculpe-me, meu amigo tempo, por reclamar assim de ti. Mostra-me, por favor, que amor de verdade só se conquista com sua ajuda.

Tempo... Meu amigo tempo. A morte é nossa última parada. E só lá perderei minhas esperanças de tê-la como o grande amor de minha vida.

Tempo. Meu amigo tempo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009


O que há cravado dentro de um talvez?

Mais uma vez venho falar do timming. Esse que é a fina película que separa uma verdadeira história de amor de casos, amizades, encontros e outras formas de duas pessoas relacionarem.

"O que é timming?", perguntou-me uma das leitoras desse blog. Timming é a curta fração de um milésimo do segundo que une duas almas em uma só. Timming é o tempo. Tempo... Tempo... Timming é o que nos faz chegar, no segundo certo, frente a frente nosso amor.

Quando existe, esse timming, o amor acontece. Um segundo antes ou um segundo depois é o suficiente para que o alguém que você procura ou o alguém que procura por você esteja com um outro alguém.

Muitas pessoas chamam o timming de destino, coincidência, sorte, karma... O nome não importa.

No filme O curioso caso de Bejamim Button, há o relato de como coisas podem acontecer (ou não) por causa de uma outra. No filme, se qualquer um dos acontecimentos tivesse sido diferente, talvez a pessoa não tivesse sido atropelada. Talvez!

Talvez? Não consigo entender o talvez. E a vida quer que eu aprenda. "Lição de vida", poderei dizer aos meus futuros netos.

Timming... Talvez se eu tivesse chegado um segundo antes seríamos ela e eu em um contexto diferente.

Mas não é. Talvez seja, talvez não.

Tempo! Timming! Talvez! Não consigo mais suportar tantas palavras. E fraco, solto e descrente, caminho cabisbaixo em busca da miragem da esperança de que o timming possa estar logo ali adiante.

"O problema com o futuro é que ele muda toda vez que você olha para ele. E muda por você ter olhado". O que para uns pode parecer uma benção, para outros pode ser uma maldição.

E respondendo antencipadamente algumas perguntas que irei receber: não estou triste. Estou apenas desabafando. :-)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Talvez

"Como podemos nos entender (...).
Se nas palavras que digo coloco o sentido e o valor das coisas como se encontram dentro de mim; enquanto quem as escuta inevitavelmente as assume com o sentido e o valor que têm para si, do mundo que tem dentro de si?" - Luigi Pirandello

Eita! Luigi, que até então não o conhecia.

Fuçando na internet achei esse texto acima que, "coincidentemente", (não acredito em coincidências) tem tudo haver com esse exato momento que vivo.

Ai...ai...
É tão bom conversar.
Adoro conversar.

Na verdade acho que converso até demais. Agora pensa: uma pessoa assim, curiosa e conversadeira, encontrar um "boca de trapo" pelo caminho.

Aja linhas e mais linhas de longas e prazerosas conversas. As vezes, confesso, conversas meio confusas. Cheias de altos e baixos. Muitas vezes polêmicas. Porém, sempre cheias de aprendizado e respeito.

Mas e quando as palavras já não dizem mais nada? O que fazer?
E quando palavras já não expressam o que queremos dizer?
E quando nossos sentimentos já não cabem mais em palavras...

E ai?!?

Um gesto...
Um olhar...

Talvez!!

Tentativas de mais palavras...
Lágrimas...
Sorrisos...
Gargalhadas...

Talvez!!

Ou seria simplesmente o vazio e a infinidade de sentidos do SILÊNCIO...

Seria melhor, então, calar. Sufocar dentro de si o que quer explodir. Mas não encontrar palavras. Ou apenas fitar os olhos de forma fixa e profunda no seu objetivo e deixar-se entender. Mesmo correndo, assim, o risco de não ser compreendido.

Mas se até mesmo com palavras isso acontece, não somos bem compreendidos...

Então... Talvez!!

Há quem não goste de "talvez". Mas essa situação está cheia deles.