segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O que me faz gostar tanto dela?

Será que é aquele olhar? Aquele que me paralisa. Que me deixa com cara de bobo. Que tanto me diz. Que tanto me pergunta. Que tanto me sonda.

Será que é aquele sorriso? Aquele que me alegra. Que me deixa com cara de menino. Que tanto me diz. Que nunca pergunta. Que tanto me deixa feliz.

Talvez seja aquele abraço? Aquele que me aperta. Que me deixa seguro. Que tanto me diz. Que tanto me possui. Que tanto me cativa.

Ou será que é aquele beijo? Aquele que me apaixona. Que me deixa nas nuvens. Que tanto me diz. Que tanto me aquece. Que tanto me atiça.

Pode ser também por aquela amizade. Aquela que me deixa confiante, seguro, feliz, ... Que tanto me responde sem mesmo que eu pergunte. Que me segura pela mão e caminha ao meu lado.

Pensando bem... Não é por nenhuma dessas coisas, mas sim pelo conjunto de todas elas.

Cada dia mais feliz ao seu lado. Amo você.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Não há o que temer, mesmo assim tememos.
Não há porque duvidar, mesmo assim duvidamos.
Somos seres humanos, temos nossas fraquezas.
Medos. Lembranças ruins do passado...

Isso tudo nos faz imaginar coisas ruins.
Nos faz dizer coisas que não eram as que queríamos dizer.
Nos faz pedir para a outra pessoa não fazer isso ou aquilo.
Somos atendidos. Mas isso não resolve o medo.

Cada um dos 38 anos que já vivi me fizeram chegar até aqui.
Não sem medo. Não sem dor. Não sem dúvidas.
E esses 38 anos, bem vividos, tenho que admitir.
Me fazem entender seus medos, dúvidas e dores.

Seu jeito de menina perdida e sofrida.
Suas atitudes de mulher vivida e decidida.
Seus carinhos, abraços e beijos.
Seu sorriso... Ah! Seu sorriso.

Me fazem querer entender cada dia.
Todos os dias. A cada instante.
Um pouco mais de você.
Pois o pouco que sei é pouco e quero mais.

Quero mais lhe entender para lhe agradar.
Lhe entender para sonhar.
Lhe entender para aceitar.
Para lhe amar.

Suas dúvidas, seus medos, suas dores.
Entendo-as por experiência.
E por entender tenho paciência.
Tenho calma. Isso irá passar.

O tempo irá lhe mostrar.
Que já fiz minha escolha.
Escolha de ficar com você.
De abrir mão de tudo que não pode ser sem você.

O tempo irá mostrar.
Que o que sinto não diminui.
Pelo contrário a cada dia aumenta.
Pois o amor não troca, não pede,...

O amor, esse que tanto tempo procurei,
Não é perfeito, não é de todo consciente.
Mas é sincero.
É pra sempre.

Amo você.
E acordo todos os dias pensando em você.
E em como fazer você esquecer.
Seus medos do passado

Amo você Josiani.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As coisas que realmente importam

Já procurei a felicidade na prata, no ouro, no luxo, ... Em lugares famosos: Madrid, Paris, Rio de Janeiro, Salvador, ... Em diamantes, em joias, em casacos de pele. Procurei em carros e em casas de vários cômodos. E em muitas mulheres.

Não encontrei em nada disso.

Encontrei foi na simplicidade da madeira. Debaixo de uma refrescante sombra. Nas pequenas coisas. Nos lugares mais simples. Na pessoa mais simples.

E ela me sorriu. Um sorriso metálico, por causa do aparelho, que me deixa tão aereo por gostar tando do que aquele sorriso me proporciona. E me olhou. Um olhar castanho, brilhante e fixo. Cativante. Senti a maciez de suas mãos. A firmeza. O aconchego entre meus dedos. E a tranquilidade, força e desejo de seus beijos.

Encontrei a felicidade e complementei minha vida com nosso amor.

Agora, feliz e amando, entendo que as coisas mais simples são as mais cheias de amor e felicidade. Pois o amor não complica e a felicidade não custa caro. Para amar e ser feliz, basta apenas observar as coisas simples que nos completam.

E então passamos a entender, que em um simples anel de madeira é possível encontrar mais riqueza que há em muitas joias caras. Que nenhum lugar é tão bom quanto aquele em que estamos ao lado das pessoas que amamos. E que de baixo de uma árvore, sob uma sombra fresca, ao lado da mulher ou do homem que nos ama e que amamos, esse sim, é o lugar mais perfeito do mundo.

E por entender e ter tudo isso que amo e sou feliz assim.

domingo, 4 de outubro de 2009

Um mês


Perdi a noção do tempo. Não tenho conseguido acompanhá-lo direito. Uma hora as vezes me parece semanas. E semanas as vezes me parecem segundos.

Hoje completa um mês que nos conhecemos. Um mês desde o primeiro beijo. Desde que não conseguimos mais ficar distantes um do outro.

Mas esse mês, essas quatro semanas, nos parece ser muito mais que quatro anos. Parece que nos conhecemos a muitas vidas. É engraçado. É estranho. É simplesmente fabuloso.

Cada um daqueles sorrisos. Cada vez que aqueles olhos castanhos brilharam ao nos olharmos. Cada uma daquelas vezes que andamos de mãos dadas. Cada segundo que passamos juntos. Tudo isso pareceu frações de segundos vividos tão intensamente que nos fizeram acreditar que estamos juntos a muitos anos. Que nos conhecemos a muitas vidas.

Cada segundinho ao lado dela transborda meu coração de alegria. E isso, assim como tantas outras coisas que não consigo explicar, nos fazem duas pessoas muito felizes. E é por isso que sou tão grato por tê-la em minha vida.

E o mais maravilhoso em tudo isso é que bastou uma fração de segundo olhando para ela para me apaixonar e poucos dias para amá-la tanto assim. Mas claro, talvez essa fração de segundo tenha sido vários minutos ou horas e esses poucos dias talvez trinta dias.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nossas famílias

Há coisas nessa vida que não conseguimos explicar com palavras. Há coisas com as quais muitas pessoas sonham, mas por vários motivos não conseguem transformar em realidade.

Uma dessas coisas é encontrar alguém que tenha o perfil da pessoa com a qual sonhamos passar todos os dias da nossa vida. Encontrei essa pessoa. Tentei escrever como é essa sensação, mas não consegui. Hora parecia muito simples e vazio. Hora muito exagerado e utópico. Não consegui relatar como é encontrar a pessoa com a qual sempre sonhamos. Uma pena.

Sempre sonhei encontrar alguém que fosse educada, delicada, carinhosa e tantas outras qualidades. Algumas vezes encontrei educadas, mas nada carinhosas. Carinhosas, mas confusas. Quando encontrava uma pessoa que atendia alguns requisitos a família era contra, não apoiava e ainda tentava acabar com tudo. Outras vezes minha família era contra.

Hoje tenho como namorada uma pessoa que é educada, carinhosa, muito simpática, atenciosa, verdadeira, ... Uma pessoa que tem uma família que me recebeu com muita atenção, carinho, respeito e sinceridade. Uma pessoa que minha família gostou, elogiou e se sentiu bem com ela.

Uma pena eu não conseguir explicar o quanto é bom o que tenho sentido com essa pessoa e com a família dela. Mas espero que pelo menos consiga despertar em quem me lê a importância da participação da família em um relacionamento e o quanto isso nos deixa mais confiantes e fortes.

O papel da família é fundamental na felicidade. E nossas duas famílias nos deixam muito felizes.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Noite de chuva

Sozinha estou indo

Seguindo meu caminho

Meus pensamentos não me seguem onde devo chegar

Eles estão longe, muito longe

A te procurar


Cai uma chuva fina em quanto caminho

O outono acabou

A primavera chegou

E eu continuo a te esperar.


Está um vazio aqui no peito

As lágrimas começam a rolar

Meu olhar está vazio

E paro apenas para observar


Aquela chuva tão fria

Eu ali esperando meu ônibus vindo me buscar

Este vem logo

Mas o amor

Ah… Ele foi embora para nunca mais voltar.


Hávela Mendes

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

"A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência."
Mahatma Gandhi

Ouvimos tanto falar em LIBERDADE!
Eu sou livre ou seja livre ou faça o que você quizer...
Mas...
O que EU realmente quero?!
Ou será que o que eu penso que quero é simplesmente o que todo mundo quer, ou o que todo mundo faz, ou o que "parece" ser bom?!?!
Claro, faz sentido: Se todo mundo faz assim ou "assado", se as pessoas, a mídia, tudo a nossa volta sugere que vivamos assim, façamos tal coisa...deve ser bom!

Mas existe algo muito mais profundo aí.
Pra mim, a verdadeira liberdade está em dizer NÃO.
Não pra muitas coisas que são tidas como boas, consideradas o melhor da vida.
A minha liberdade está nas escolhas da minha consciência, de acordo com aquilo que eu tenho de valor para mim. Mesmo que isso muitas vezes signifique viver fora dos padrões impostos pela sociedade. Padrões de liderança. Padrões de juventude. Padrões de prazer e alegria. Padrões de paz...PADRÕES!

Como já disse a muitos anos atrás o Apóstolo Paulo aos Coríntios:
..."Pois, por que há de a minha liberdade ser julgada pela consciência de outrem?"

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Procuramos eternamente

E não há mais uma procura, pensei ao encontrá-la,
Mas descobri que sempre há o que procurar.
Antes procurava por ela,
Agora procuro formas de conquistá-la todos os dias,
Como se a primeira vez fosse.
C´est la vie: uma eterna procura!
No entanto, agora,
Procuro com sorriso nos lábios.
Pois eis que encontrei meu amor.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Fiquei horas deitado naquele colo. E ela horas no meu peito. Cada aperto de mão era mais forte, mais amigo. Cada beijo um sonho. Cada sonho uma vontade...

Dez, nove, oito...

Poderia ficar minha vida toda ali. E ela ficaria comigo. Cada abraço era mais forte, mais cúmplice. Cada respiração um desejo. Cada desejo mais vontade...

Vinte, dezenove, dezoito...

E o mundo lá fora continuava girando, mas não ali. Naquele lugar tudo parecia estar parado, hipnotizado... Só o tempo não parava. Logo já era hora de dormir.

Horas e horas de uma boa prosa e ainda teríamos mais infinitos dias de assunto.

Muitas pessoas não entendem a velocidade disso tudo. E quem disse que isso é para ser entendido? Isso tudo é para ser vivido e desejo que todas as pessoas de todos os mundos possam viver.

Cem, noventa e nove, noventa e oito...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

E onde eu estava?

Percebo hoje que enquanto eu procurava (e não a encontrava) aprendia coisas que me preparavam para esse momento: o de encontrá-la.

Aprendia o que é ciúmes e como controlá-lo. Respeitar para ser respeitado. E que ninguém deve levantar a mão num gesto de violência a ninguém.

Aprendia que frases como "dessa água não beberei" só servem para nos mostrar que as coisas mudam e que muitas vezes precisamos voltar a trás em muitas decisões.

Aprendia que o que faz um homem ser Homem não é a quantidade de mulheres que ele leva para cama, mas a intensidade que ele consegue amar uma única mulher.

Aprendia que não basta estar junto de uma pessoa para que ela sinta sua presença. Que participar de uma vida exige dedicação, atenção, paciência, carinho, cumplicidade, sinceridade, ...

Aprendia que não adianta forçar um amor, pois ele quando surge, não força, não adia, não adianta, não promete... Quando ele chega não há comparação disso ou daquilo. Ele chega e pronto!

Aprendia que amor não é uma prisão, uma troca ou algo assim. Aprendia que na hora certa as coisas simplesmente são, sem que aja uma cobrança para que elas sejam. E que um carinho no rosto pode dizer mais do que mil palavras.

Aprendia, com Drummond, que "se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu". E que "quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida." E, ainda, que "se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês".

Aprendia, com Shakespeare, que há uma sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendi "que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança". E aprendi "que beijos não são contratos e presentes não são promessas". "Que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la", e que posso fazer coisas em um instante das quais me arrependerei pelo resto da vida." Aprendia, ainda com Shakespeare, "que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida". E aprendia também "que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou".

E aprendi que, mesmo já estando quase desistindo da procura, não tinha achado ainda por não ser a hora. Aprendi que sempre soube o que queria, mas era preciso aprender tudo isso e muito mais, antes de poder encontrá-la.

Valeu cada aprendizado... Assim como vale cada segundinho ao lado dela desde então.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Por onde andei? Enquanto você me procurava"

O sol estava de rachar... De rachar qualquer coisa.

Saí do quarto do hotel para descobrir a vizinhança. Havia viajado mais de 1.200 quilômetros e não queria ficar dentro do quarto. Queria descobrir as coisas e as pessoas daquele lugar.

Mas aquele calor... Aquele calor estava demais. Uma volta no quarteirão e meu suor já estava pingando.

Decidi voltar e aproveitar o ar-condicionado.

Foi quando eu a vi pela primeira vez. Na hora senti uma paz com aquele rosto. Nem olhei direito as outras pessoas que estavam com ela. Mas não sabia quem era. Fiquei quieto, só olhei... Mas me encantei por ela desde o primeiro segundo...

Saímos, toda a turma, para um barzinho. E no final da noite eu segurei aquela mão macia, para ajudá-la a descer um degrau. E não soltei mais. E, no outro dia pela manhã, tinha certeza que havia encontrado o que tanto procurava.

Ela cantou um trecho de uma música do Nando Reis ontem a noite. E, então, tive certeza que estava apaixonado. Ela me olhou, deitou-se no meu peito e cantou:

"
Por onde andei?
Enquanto você me procurava
"

Não sei por onde ela andava, mas sei que no dia certo, na hora certa, ela estava lá esperando por mim e eu, agora, me dedicarei a cada segundo que puder pa mantê-la próxima de mim de forma feliz e sincera.

Não sei por onde andavas linda, mas sei por onde meu pensamento anda no momento. E, imagino, que você se preparava de sinceridade, paz, afeto e carinho. Na medida certa para deixar claro, num tempo tão curto, que o que eu procurava existe.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Que faço?

Me fizeram uma pergunta complicada alguns dias atrás.
O que dizer se a tentativa é de manter um silêncio angustiante? O que dizer se não tenho resposta?

O que dizer? O que responder?
Procuramos tanto uma reposta e não achamos.

Fico imaginando...

Como seria?! O que aconteceria se eu tivesse essa reposta?!
Nada do que eu diga será suficiente...
Então
...

Aliás, como vou responder se também estou procurando essa resposta?!

Eh!! Vida... Experiências. Dúvidas. Expectativas. Saudades. Esperanças. Certezas!

É! É isso.

Não tenho resposta. Mas como disse Mário Quintana:

"A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas."

domingo, 26 de julho de 2009

Pequena história - Parte 01

E o que a dor já ensinou tanto e tanto é o que? Perguntei a ela.

Tanto é tanto! Respondeu com um sorriso e continuou. Sempre aprendi um "tanto muito" com meus erros e com minhas dores. Isso fez-me crescer.

Continua com rostinho de criança! Galanteei. Já li que nós, seres humanos, só aprendemos com a dor.

Obrigada pelo rostinho de criança. Sorriu, aceitando meu galanteio. Realmente a dor é uma boa educadora.

Não quero aprender mais não... Já está bom (como se pudéssemos escolher).

Você? Já tem juízo suficiente? Sei não hein! Disse ela, sorrindo muito.

Olha! "Por quem me tomas"? Tenho esse jeito de louco e apaixonado por todas mas sou tímido, quieto e caseiro. E nem tudo que dizem de mim ou que escrevo no meu blog é verdade. Muitas coisas são só imaginação.

E ela, com um sorriso contente e decidido: Mas se imaginou...

Qual o mal em imaginar?

Nenhum! Só revela que és muito criativo.

Sei... Da forma que disse pareceu-me mais uma coisa ruim do que boa hein?!

Não! A imaginação pode ter dois lados. Não acha?

Penso que tudo nessa vida tenha dois lados. Não é possível existir o bem se não existe o mal.

Pura verdade!

Tenho que ir agora! Tenho uma reunião. Nos falamos amanhã. Beijo na bochecha. Juízo hein!

Vá lá! Vá com Deus. Beijinho.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Carta, aberta, de um anjo para outro

Há coisas que jamais saberá. Que jamais viverá! Que jamais entenderá. Pois fostes covarde em sua análise.

Há coisas que jamais experimentará. Que jamais verá! Que jamais conhecerá. Pois deixou sua vontade pela vontade de outrem. E o pior, por outrem que nem lhe merece. Seus princípios, porém, lhe dizem ser o melhor a fazer. Então, faça.

O problema em saber ver o futuro é que ele muda toda vez que se olha para ele. E ele muda pelo fato de que alguém olhou para ele.

As coisas mudam. O tempo lhe mostrará isso. Esse é outro problema ao olhar para o futuro: a dor nos consome antecipadamente.

As coisas mudam e, daqui onde estou, continuo desejando que eternamente seu sorriso brilhe. Sei que ele tem ficado um pouco triste e pensativo em alguns momentos e, nesses momentos, também entristeço-me. Sei, também, que ele tem surgido espontaneamente, como sempre fez. Nesses momentos meu sorriso sai fácil, como se feliz eu estivesse.

Saiba, pois, que como a sombra de uma nuvem branca continuo a lhe abrigar, observar e a lhe sentir. Como anjo seu, que sou, continuo, mesmo que de longe, tentando proteger você por esse caminho torto que é a vida.

As coisas mudam, mas nem sempre da forma que gostaríamos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fotos...Fotos

Como é bom reviver a infância, nem que seja por alguns segundos de loucura. Ou minutos, vendo fotos...
Fotos antigas, muito antigas.
Eh!Nem tão antigas assim também.
Mas fotos que trazem muitas lembranças. Que geram no coração muitas saudades. Que revelam muitas alegrias.

Momentos inesquecíveis. Fase maravilhosa que não volta mais.
Tempo em que não se tem preocupação com nada. Não tem responsabilidades. Nem obrigações a cumprir. Ninguém te cobra nada, afinal você é apenas uma criança.
Tempo onde o melhor a fazer e onde o que mais se faz é brincar, brincar e brincar!!

Ah!!!saudade...

E assim como não escolhemos nascer, também não optamos por crescer e muito menos por morrer. Como diria alguém que hoje (por enquanto,espero) não me diz nada: Esta é a vida.

Grande "autor desconhecido" ao dizer:

"Crescer significa mudar e mudar envolve riscos,
uma passagem do conhecido para
o desconhecido."

- Autor desconhecido (livro: A cabana)

Crescer é mesmo uma grande aventura, cheia de riscos. Digna de livros e filmes. Uns de romance, lindos de suspirar. Outros de suspense. Aventura. Drama, que nos fazem chorar. Alguns de terror. E os maravilhosos de comédia.

Tudo isso porque crescer é viver!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O céu continua azul, com aquelas nuvens brancas que hora parecem enormes algodões-doces. Hora formam figuras estranhas, engraçadas... Hora parecem sorrir para mim. E isso me faz lembrar de certos momentos.

O vento continua balançando as folhas daquela enorme mangueira ali fora. Lá os pássaros e morcegos continuam vivendo. Fazendo festa, cheios de alegria. E isso me faz lembrar de certos momentos.

As pessoas continuam andando pelas ruas. Algumas com suas caras carrancudas, outras com sorriso lindo e amigo. Pessoas andam devagar, outras apressadas. E isso me faz lembrar de certos momentos.

Nada mudou. Tudo continua como antes. Ou, pelo menos, quase tudo.

Na lista de contatos meus não há mais aquela foto com sorriso que tanto gostava de olhar pela manhã. Nem foto alguma que me anime a tagarelar por todo o dia. Engraçado que, mesmo sabendo que não irei ver aquela foto por lá, olho todos os dias a procurar por ela.

Essa saudade me aperta o coração. Faz um segundo parecer uma vida e uma vida parecer ter durado apenas um segundo.

Saudade...

sábado, 4 de julho de 2009

O tempo nos gasta. Nos come pele, carne, ossos. Leva embora nossa visão, audição, fôlego. Ele nos mata. Carrasco dos que, assim como eu, esperam. Não há como escondermos dele, pois acha-nos em qualquer lugar, qualquer hora ou segundo.

O tempo é o caminho da morte. Para uns breve e curto caminho. Para outros é longo. Não tão longo quanto a maioria deseja. Nunca há tempo suficiente. O tempo é nossa condução ao fim. Condução da qual não podemos saltar. Não há desvios. Não há alternativas.

Deitado nessa pequena cama que um dia já foi minha. Olhando as paredes desse quarto que um dia já foi meu. Tudo está como antes. Parece que esse carrasco não passou por aqui. Porém, olhando o pó, teias de aranha e rachaduras nas paredes, percebo que ele esteve aqui. Talvez a procurar-me. Não me encontrou deitado. Saí daqui a muitos anos atrás. Encontrou-me em outros lugares. Castigou-me. Riu de mim quando eu dizia que não tinha tempo para a vida.

Quarto nostálgico. Lembrei-me de quando achava que sabia de tudo. Hoje sei que nem o tempo sabe tudo. Nada está escrito. Podemos fazer nossos caminhos. A cada segundo podemos escrever a história de nossas vidas.

Não podemos com o tempo. Com ele ninguém pode. Cada segundo é um grão de vida que nos é tirado. Não há como ser diferente. Mesmo sabendo disso sou feliz. Sei que um dia morrerei e que não há como fugir desse destino. Por saber que irei morrer, vivo intensamente. Por isso acredito, todos os dias, que o grande amor da minha vida está logo ali depois daquela curva. Por acreditar procuro. E por saber que meu tempo é cada dia mais curto, procuro com pressa. Mas, sem pressa, observo cada detalhe quando encontro uma possibilidade.

Encontrei uma possibilidade. E aqui, deitado nessa cama, não consigo deixar de pensar nela. Não apenas no sorriso, mas em toda dificuldade pela qual passamos desde o dia em que declarei-me a ela. Dificuldade que juntos, separadamente, tentamos resolver.

Quero que ela seja feliz. Seguindo o caminho que decidir seguir. Ela quer que não me machuque. Quer me ver sempre feliz como sou.

Conflito! Temos um conflito! Quero subir. Ela quer descer. Eu a quero. Ela me quer. Ideias diferentes. Sentimentos diferentes. Conflito! Nossa história, hoje, é como areia movediça. Se não nos movemos não saímos dessa situação. Se nos agitamos, afundamos. Cada vez mais fundos nessa história. Eu a desejo como flor. Ela me quer como perfume. Mas há os espinhos. Espinho para mim. Orvalho para ela.

Tempo... Tempo ao tempo. Mas sabendo que o tempo é proporcionalmente menor a medida que cada vez mais eu ganho mais tempo, tenho medo. Medo de que a flor murche ou o perfume acabe antes que possamos resolver essa história. Medo! Temos medo!

Enquanto ele, o tempo, passa por nós trazendo a experiência, o carinho, o afeto, a preocupação mutua, a fé, a esperança, a amizade, o amor, a dor, o cuidado, as lágrimas, os sorrisos, as gargalhadas, nós vamos vivendo. Vida! Viver é isso.

Dou a ela uma vida intensa. Tirei-a daquela vida de menina que não sabia por qual caminho seguir. Dou-lhe vida de mulher. Cada dia uma dose a mais. Cada dia uma intensidade maior. Vida! Viver é isso. Ela me dá seu sorriso, seu carinho, sua atenção, sua companhia, sua alegria, suas lágrimas, parte de sua vida. Quanto mais ela pensa em mim, mais forte me sinto. E ela faz isso cada vez mais. Lembra de mim até mesmo quando, pelo menos nas convicções dela, não devia lembrar.

Faço parte da vida dela. Tenho meu espaço lá naquele coração que ei de sentir bater forte encostado ao meu. Ela faz parte da minha vida. Tem o espaço dela nesse meu coração. Esse que bate forte quando penso nela. Esse que quase para quando ela corta raízes da minha esperança. Esse que algumas vezes, brincando ou não, chamo de coração burro. Burro por escolher quem já está escolhida e já escolheu. Sei, no entanto, que de burro ele nada tem, pois se tivesse não teria escolhido alma tão linda para tomar conta dele.

Tempo... Meu carrasco. Algumas vezes me tortura por passar tão rápido quando estou conversando com ela e por passar tão vagarosamente quando a única coisa que posso fazer é pensar, imaginar, me iludir. Ilusão! Ela me diz que isso tudo é ilusão. Que seja! Melhor viver uma ilusão que não viver ou viver nada.

Estou confuso e por isso calado. Mesmo querendo tagarelar estou procurando ficar calado. Confuso! Quero subir e descer ao mesmo tempo. Estou confuso.

Tempo... Maldito tempo! Mas, espere! Que estou eu dizendo de ti tempo? Meu único aliado. Perdoe esse ingrato que, por uma mistura de impaciência, descrença, saudade, dor, sentimento de injustiça, confusão, incerteza, ilusão e paixão reclama de ti. Desculpe-me, meu amigo tempo, por reclamar assim de ti. Mostra-me, por favor, que amor de verdade só se conquista com sua ajuda.

Tempo... Meu amigo tempo. A morte é nossa última parada. E só lá perderei minhas esperanças de tê-la como o grande amor de minha vida.

Tempo. Meu amigo tempo.

sexta-feira, 3 de julho de 2009


O que há cravado dentro de um talvez?

Mais uma vez venho falar do timming. Esse que é a fina película que separa uma verdadeira história de amor de casos, amizades, encontros e outras formas de duas pessoas relacionarem.

"O que é timming?", perguntou-me uma das leitoras desse blog. Timming é a curta fração de um milésimo do segundo que une duas almas em uma só. Timming é o tempo. Tempo... Tempo... Timming é o que nos faz chegar, no segundo certo, frente a frente nosso amor.

Quando existe, esse timming, o amor acontece. Um segundo antes ou um segundo depois é o suficiente para que o alguém que você procura ou o alguém que procura por você esteja com um outro alguém.

Muitas pessoas chamam o timming de destino, coincidência, sorte, karma... O nome não importa.

No filme O curioso caso de Bejamim Button, há o relato de como coisas podem acontecer (ou não) por causa de uma outra. No filme, se qualquer um dos acontecimentos tivesse sido diferente, talvez a pessoa não tivesse sido atropelada. Talvez!

Talvez? Não consigo entender o talvez. E a vida quer que eu aprenda. "Lição de vida", poderei dizer aos meus futuros netos.

Timming... Talvez se eu tivesse chegado um segundo antes seríamos ela e eu em um contexto diferente.

Mas não é. Talvez seja, talvez não.

Tempo! Timming! Talvez! Não consigo mais suportar tantas palavras. E fraco, solto e descrente, caminho cabisbaixo em busca da miragem da esperança de que o timming possa estar logo ali adiante.

"O problema com o futuro é que ele muda toda vez que você olha para ele. E muda por você ter olhado". O que para uns pode parecer uma benção, para outros pode ser uma maldição.

E respondendo antencipadamente algumas perguntas que irei receber: não estou triste. Estou apenas desabafando. :-)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Talvez

"Como podemos nos entender (...).
Se nas palavras que digo coloco o sentido e o valor das coisas como se encontram dentro de mim; enquanto quem as escuta inevitavelmente as assume com o sentido e o valor que têm para si, do mundo que tem dentro de si?" - Luigi Pirandello

Eita! Luigi, que até então não o conhecia.

Fuçando na internet achei esse texto acima que, "coincidentemente", (não acredito em coincidências) tem tudo haver com esse exato momento que vivo.

Ai...ai...
É tão bom conversar.
Adoro conversar.

Na verdade acho que converso até demais. Agora pensa: uma pessoa assim, curiosa e conversadeira, encontrar um "boca de trapo" pelo caminho.

Aja linhas e mais linhas de longas e prazerosas conversas. As vezes, confesso, conversas meio confusas. Cheias de altos e baixos. Muitas vezes polêmicas. Porém, sempre cheias de aprendizado e respeito.

Mas e quando as palavras já não dizem mais nada? O que fazer?
E quando palavras já não expressam o que queremos dizer?
E quando nossos sentimentos já não cabem mais em palavras...

E ai?!?

Um gesto...
Um olhar...

Talvez!!

Tentativas de mais palavras...
Lágrimas...
Sorrisos...
Gargalhadas...

Talvez!!

Ou seria simplesmente o vazio e a infinidade de sentidos do SILÊNCIO...

Seria melhor, então, calar. Sufocar dentro de si o que quer explodir. Mas não encontrar palavras. Ou apenas fitar os olhos de forma fixa e profunda no seu objetivo e deixar-se entender. Mesmo correndo, assim, o risco de não ser compreendido.

Mas se até mesmo com palavras isso acontece, não somos bem compreendidos...

Então... Talvez!!

Há quem não goste de "talvez". Mas essa situação está cheia deles.

domingo, 21 de junho de 2009

Sem palavras

"
A vida inteira busquei
explicações e deciframentos:
encontrei silêncio e segredo,
às vezes o conforto de um ombro,
outras vezes
dor.

No último lapso
de um tempo sem limites
--- embora a gente o queira compor
em fragmentos ---,
abriram-se as águas
e entrei onde sempre estivera.
Tudo compreendido
e absolvido,
absorta eu me tornei
luz sem sombra:
assombro.
"
Lya Luft em: O silêncio dos amantes

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Loop

Aprendi algo novo.

...Gosto quando você está sorrindo.
Fica ainda mais linda.
Seu sorriso é paz, sabia?

...que bom!!!sorrio ainda mais sabendo disso!

Algo que roda, roda, roda e roda e roda...
Gosto da definição de que loop é como um laço.

Então...
eu dizer que você fica mais linda faz com que você sorria mais...
O que me faz elogiar mais ainda...
O que faz você sorrir mais ainda...
O que me faz elogiar mais ainda...
loop!!!!

Uau!!
Mas na verdade o que me faz sorrir mais ainda é saber que num mundo como esse nosso, onde os fins justificam os meios. Onde o que importa é vencer. Nem que para isso seja necessario travar uma guerra. Passar por cima de quem for preciso. Saber que o seu sorriso é paz, é simplismente sem explicação.

Com certeza, esse loop não irá acabar no que depender de mim. Porque saber disso só me fará sorrir cada vez mais.

sábado, 13 de junho de 2009

Tantas coisas pequenas aconteceram até aqui. Desde o dia em que ela apareceu. Momentos raros. Vontades confusas. Sonhos caros. Confesso que fiquei encantado, pois nos olhos dela encontrei paz. Senti uma tranquilidade. Uma alegria.

Tantos momentos pequenos aconteceram até aqui. Desde o dia que ela me sorriu. Sorriso singelo. Sonhos confusos. Vontades caladas. Pois nem tudo que desejamos conseguimos ou podemos ter na hora que queremos. Fiquei perdido, pois nos olhos dela não me achei. Mas tem alguma coisa em sua alma dizendo o contrário.

Tantas vontades pequenas perderam-se até aqui. Desde o dia em que ela disse não querer, não poder ou não dever. Sonhos raros. Momentos caros. No entanto irei esperar. Estarei todos os dias "ao lado" dela. Ainda irei ver em seus olhos sua alma tanto me querer.

Tantos sonhos pequenos esconderam-se até aqui. Desde o dia em que ela disse querer continuar com seus planos. Vontades raras. Momentos confusos. Que razão tem esperar por ela? "Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que existe razão?"

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Tempo ao tempo...

Uma pessoa, muito querida, disse-me que acredito que tudo está escrito e definido. Que acredito em um Ser superior. Verdade! Dissestes bem!

Um dia essa mesma pessoinha (que de "inha" não tem nada, pelo contrário é uma "pessoona") disse-me que planos mudam. Que um dia, os meus ou os dele, mudariam. E assim, como essa, muitas outras coisas tenho aprendido com essa convivência e com essa gostosa companhia. Mesmo que, quase sempre, por uma "janelinha".

Fico encantada ao perceber que uma pessoa, que andava afoita e que dizia que "...dar tempo ao tempo e ficar esperando as coisas acontecerem sozinhas, não faz muito meu estilo", hoje, abraça com todas as forças, até as últimas gotas do seu oceano, até o último suspiro de esperança ao tão precioso e santo remédio que é o tempo.

Tempo ao Tempo...

Não sei porque. Não sei onde. Não sei quando. Não sei quais as exatas circunstâncias. Na verdade, "ainda", não sei de muita coisa. Espero viver o suficiente pra ir descobrindo aos poucos e continuar sentindo o prazer de viver!

Mas tem uma coisa que sei: gosto de aprender coisas novas. Adoro viver coisas novas. Amo conhecer pessoas novas. E sei, também, que estou verdadeiramente encantada com tudo isso!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Chegamos e o teatro já estava cheio. Encontramos poltronas que abrigaram nós quatro. Dessa vez estavam "O coisa", a "Mulher invisível" e o "Aquaman". Minha irmã também estava junto.

O regente maestro Joaquim Jayme guardou sua inspiração total para o final com Allegro con brio, de Beethoven. Simplesmente empolgante e motivador. No programa da noite Coriolano como abertura. Allegro, Adágio un poco mosso e Rondó (Allegro). Achei que na primeira parte faltou empolgação. Não da parte do solista Caio Pagano que, com seus dedos mágicos, me fez ter a impressão de estar ouvindo dois pianos ao mesmo tempo e de ver na espressão de sua face o sentimento de cada nota.

Na segunda parte Poco sostenuto. Vivace, Allegretto e Presto; Presto meno assai. Presto.

Noite tranquila. Mim´alma que não aquieta-se quis transceder novamente. Não encontrou aquela fina película que a guiava. Mesmo assim quis procurar pelo que não mais pode ser encontrado e aquietou-se com a minha repreensão dizendo: não! Não vá!

É bom estar entre amigos/as que nos seguram a mão, nos fazem um afago, nos permitem um abraço gostoso e nos libertam sorrisos livres de desilusões.

Viver é música. É quase dormir com Adágio tranquilizante. É elevar-se com Allegro con bio.

Tempo ao tempo, pois mesmo no meu último segundo de vida, minha esperança estará viva.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Pra tudo existe um tempo determinado. Para todo propósito, para toda ação. Como seres humanos temos pressa. Queremos que as coisas aconteçam logo e corremos, como que atrás do vento, para alcançarmos os nossos objetivos na infinita ânsia, de todos nós, de sermos felizes!

O difícil, em dar tempo ao próprio tempo, é ESPERAR...


Como muitos dizem: "paciência é uma virtude". Virtude que poucos têm, mas o difícil em esperar é esperarmos aquilo que nós ainda não podemos ver.

"A esperança tem asas. Faz a alma voar. Canta a melodia mesmo sem saber a letra. E nunca desiste. Nunca", bem disse Emily Dickinson. E Paulo, o apóstolo escreveu: "Esperança que se vê, não é esperança, pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos".

Bem, fica claro, então, que só lógica realmente não explica tudo. Lógica não explica certos sentimentos. Não explica algumas loucuras. Não explica nenhum coração, até porque o coração não age com a razão, isso é tarefa do cérebro!

Eis aí outra dúvida: o que é melhor emoção ou razão?

Isso lembra-me que alguém, com quem tenho aprendido muito e ao qual espero também ensinar, me disse: "O que vale mais? Vale mais um segundo que dure a vida toda ou toda uma vida que dure só um segundo na memória?" E assim podemos dizer que precisamos dela, a FÉ, pois com ela que aguardamos com esperança!

Ah! Esperança... Existem tantas!!!

Alguns acreditam e esperam que "planos mudem". E eles mudam mesmo. As vezes não da forma como tanto queremos, mas da forma como realmente precisamos. Outros esperam e acreditam em mudanças, não só de planos, mas uma mudança radical na própria existência, ou melhor, no sentido da própria existência.

É tão bom quando vemos realizar-se aquilo que tanto esperamos...

Uma de minhas esperanças já tem se realizado. Tenho causado diferença na vida de uma pessoa... E continuo esperando algo ainda maior... Como já disse: não desisto fácil! E com paciência espero.

Me alegro ainda mais nessa esperança, pois essa pessoa também esta fazendo diferença na minha vida. Acredite ou não: mudou minha rotina. Não da pra explicar. Talvez não seja a hora, ou talvez ele ainda não entenda como, mas é uma grande diferença...

A esperança é que gera nos corações vontade de continuar vivendo e lutando. Fé é que nos fortalece para aguardamos com paciência...Acredite: Ter esperança e fé valem a pena...

domingo, 7 de junho de 2009

Assisti mais uma vez "Um amor para recordar". Fui motivado por uma conversa que tive durante a semana.

É engraçado como as coisas acontecem. Um sorriso lindo disse-me a poucos dias: "não acredito em coincidências". Combinamos de escrever um texto sobre a esperança e uma das músicas mais lindas desse filme é Only Hope (única esperança).

Essa música diz:

"
Há uma música que está dentro da minha alma
É a música que eu tentei escrever de novo e de novo
Estou acordada no frio infinito
Mas você canta para mim
Mais uma vez e mais uma vez

Então eu abaixo minha cabeça
E eu levanto minhas mãos e oro
Para ser somente sua, eu oro
Para ser somente sua eu sei agora
Você é minha única esperança

Cante para mim a canção das estrelas
Da sua galáxia dançando
E rindo e rindo de novo
Quando sentir que meus sonhos estão tão longe
Cante para mim os planos
Que você tem para mim novamente

Eu te dou meu destino
Eu me dou por inteira
Eu quero sua sinfonia
Cantando em tudo que eu sou
com todo o meu fôlego
Eu estou dando o que tenho
"

Em alguns momentos quis acreditar que o melhor a fazer fosse desistir. Perder a fé. Então me lembrei que ela me disse: "não tenho poder sobre os sentimentos (niguém tem), mas o que tenho uso: FÉ".

Assistir ao filme foi muito bom, mas teria sido melhor ao lado dela. Sei que isso irá acontecer. Quando? Não sei... Tempo ao tempo. Outra coisa que não sei é dar nome a isso tudo. Não importo-me com o nome, pois seja o que for que sinto por ela, me faz bem sentir e isso me basta (por hora).

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quem irá dizer?

Agora "quem ira dizer" somos eu e você!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cada nota uma emoção. Depois de tanto tempo ouvir, ao vivo, um pianista internacional tocando Chopin, Mozart, Rachmaninov e outros gênios foi prazeroso.

Minha companhia estava linda, perfumada. Estava mulher crescida. Atenta a cada toque no piano. Muito linda! A companhia de um casal de amigos também foi agradável. Casal bonito. Do tipo que me faz querer alguém ao meu lado.

Quase tudo estava perfeito. Faltou ela. Aquela que, ainda, não pode dar-me as mãos para juntos caminharmos, de mãos dadas, por um parque. Por estradas ainda a descobrir.

Meu pensamento, levado por cada nota, algumas vezes suaves, calmas e outras graves e fortes, transcendia meu corpo. Transcendia as paredes do teatro. Foi longe em busca daquele sorriso despojado, cativante, apaixonante. Foi ao encontro dela.

Almas não são presas a nada. Elas transcendem as dificuldades, os medos. Elas são pacientes e esperam quando é tudo o que podem fazer.

Perdi-me nas lembranças de cada frase, cada gesto, cada olhar dela. Por menor que cada momento tenha existido. Pelo pouco que cada um tenha durado. Por menor que tenha sido é o que tenho: esses momentos.

Lembrei-me dela. Muitas vezes. Fechei os olhos e a contemplei: menina, mulher, criança, esperança, alegria.

Minha esperança. Tempo ao tempo.

domingo, 31 de maio de 2009

"Temos medo". Com essa frase um amigo concluiu um parágrafo de um texto sobre ele: o medo. Com três pontinhos ela deixou aberta uma possibilidade. A possibilidade de ela querer, mas ter medo.

Quem não tem? Viver é isso. Viver é superar os medos. Porém, pelo menos para mim, ao lado dela sei que tudo será mais fácil. Pois ela é guerreira.

Tenho meus medos também. Amedronta-me a possibilidade de não tê-la como além de uma amiga. Amedronta-me a ideia de tê-la como algo intenso.

Ora! Para mim já é intenso. Será que passar todo um final de semana lembrando dela não é intenso? Não é pura intensidade ficar parado, olhando para o longe e, pensando em toda consequência que esse meu gostar causa?

Tenho medo sim, mas dessa vez não de entregar-me ao colo, sorriso, tranquilidade... Não tenho medo do preço que eu tenha que pagar. Passei bons anos poupando para investir agora. Tenho como pagar cada centavo de alegria, dedicação, atenção, carinho e amor que ela merece.

Se hoje ela está despreparada para renunciar o chão em que ela se sente firme, tenho toda paciência para mostrar-lhe que, além de chão, quero dar a sustentação necessária para que ela cresça: como mulher; como criança; como alma; como sonho. Serei o telhado nos dias de chuva e as estrelas nas noites tranquilas.

Falta a ela a fé nos meus sentimentos? Plantarei a cada dia uma flor de verdade em cada esquina de dúvida. Irei perfumar-lhe o caminho, para que ela entenda que não estou brincando quando digo que conquistou-me. Sei que ela terá mais fé e menos lógica. Foi com ela que aprendi que só lógica não explica tudo. E não tenho uma resposta lógica para isso que sinto por ela. Apenas sinto. Se fico calado (ou pelo menos me esforço para ficar) é justamente por não querer que, por minha causa, a dolorosa frustração ou qualquer outro sentimento ruim atormente os pensamentos dela.

Ela sabe o que sinto e a cada dia procuro mostrar, com minhas atitudes e palavras, que gostei dela não para tê-la por uma noite, mas que a quero para estar ao seu lado por todos os dias que me restam. Para admirá-la ainda mais. Para sorrir mais. Para entendê-la, apoiá-la, incentivá-la. Tudo isso para que, ao chegar nos últimos dias da minha vida, possa dizer: o que senti por ti no primeiro dia em que a vi não foi um desejo, não foi paixão. Foi, é e será sempre, todo esse carinho que lhe dei durante minha vida. Não quero que ela abandone seus planos por mim. Pelo contrário! Quero ser o refúgio e o amigo que ajudará na realização deles.

Quem é ela? Uma pessoa especial, inteligente, bonita e dona de um sorriso que me enche a alma de tranquilidade. Uma pessoa que nunca me deu esperança nenhuma de possibilidade alguma. Por isso aprendi a gostar mais ainda dela. Isso continuará mesmo que ela continue com seus planos atuais. E porque faço isso? Por acreditar que planos podem mudar. "A esperança é a última que morre".

...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esse tal de gostar é engraçado. Num momento estamos trabalhando e seguindo nossos planos e, de repente, lá se foi o sossego. Mas quem quer sossego quando os olhos brilham mais? Quem quer seguir os planos quando o pensamento está viajando buscando lembrar-se de cada pedacinho da pessoa que nos tirou o sossego? Céu azul! Queremos é ver o céu azul, mesmo que ele esteja cinza para outras pessoas.

Lá estava eu. Trabalhando. É verdade! Estava trabalhando, mas não adiantou planejar nada. Tudo saiu de improviso depois que ela chegou. Tudo bem! É assim mesmo: esse tal de gostar é inesperado.

Tem gente que foge desse gostar pois é sabido que um gostar correspondido acaba virando paixão. Paixão pode queimar e nos machucar ou, quando temos sorte, vira amor. Ah! Amor... Que saudade desse sentimento.

Fugi por um tempo, mas agora alguém conseguiu cruzar o abismo. Muitas tentaram. Algumas muito mal tentado, com suas cabecinhas de vento cheias de nada dentro. Algumas quiseram tentar, mas acovardaram-se. Alguém cruzou o abismo e, dessa vez, não estou com medo.

Segura minha mão. Não estás totalmente sozinha. :-)

sábado, 9 de maio de 2009

Fui um dia antes. Donna não tinha dado certeza se iria e eu precisava chegar antes para ajudar. Mas sabia que ela, no dia seguinte, estaria em boas mãos e que sua viagem seria muito divertida.

Já era noitinha quando ela e demais pessoas queridas chegaram na pequenininha cidadezinha chamada Ivolândia. Eu não estava lá. Havia saído com o organizador do evento para buscar duas pessoas que desceram no trevo da principal via de acesso daquela redondeza. Quando voltei vi o carro e comentei: o pessoal chegou.

Logo os sorrisos se abriram em quase todos os rostos. Isso só não aconteceu na face da menina que ainda não cresceu, mas que quer mostrar que já é tão entrosada quanto todo mundo. Quanto mais ela tenta isso, mais distante ela fica. E isso eu entendo o porque, pois amizade não se conquista com farpas, mas com carinho. Entendo também que ela está percebendo isso. E por acreditar que, mesmo ela estando perdida, ela é uma pessoa boa, foi que eu a convidei.

Ficamos hospedados numa minúscula pequena apertadinha pensão. A melhor da cidade (acredito eu que a única). E quer saber? Ela parecia gigante, pois estávamos felizes e qualquer lugar no mundo poderia estar bom: better togheter, lembra? Até o fato, de definir quem ia dormir onde, era motivo de risos. Imagina escolher quem dormiria no quarto com banheiro e quem ficaria com o banheiro fora do quarto? Só alegria! Dormir? Só depois de colocar as fofocas em dia.

Divertido foi disputar os abraços de Donna com o seu... Seu... Seu? Não sei... Hum... Já sei! Com nosso amigo! Assim fica bom (penso eu). Carinho de amiga é bom! E sim! É muito bom mesmo!

Vi tantas coisas. Vi até o Quarteto Fantástico em ação. E descobri, que mesmo com seu escudo ativo e com seu poder de invisibilidade, consigo ler os olhos da mulher invisível, que a cada dia aparece mais. Sorri mais. Vive mais. E cada dia adimiro mais seus poderes.

Vi que o Tocha Humana está aprendendo a controlar suas chamas e que, com isso, não está mais queimando a mocinha.

Vi O Coisa mostrar que ele tem força não apenas em suas mãos, mas também em suas palavras. Repito, aqui, um comentário sobre ele feito em outro blog (por considerar que tal comentário foi perfeito): "O coisa é uma pessoa ainda mais legal do que eu pensava".

Aprendi que o Senhor Fantástico pode usar seus poderes para ajudar e proteger, e não apenas para defender-se.

E que Donna, além de linda e inteligente sabe voar com os pés no chão.

Vi tanta coisa nessa viagem: amizade, carinho, beijos, olhares, ... Queria comentar sobre todas essas coisas que vi, mas esse post seria pequeno para tanto. O importante é registrar que mais uma vez viajei com Donna e mais uma vez foi muito bom e mais uma vez combinamos de fazer tudo isso e mais um tanto de coisas mais vezes, pois isso nos renova a vida.

O importante, também, é que fique claro uma coisa: quando estamos ao lado das pessoas que gostamos, todas elas são lindas, não por tudo ser perfeito, mas por saber que com amizade, carinho, atenção e união, os problemas ficam tão pequenos que são resolvidos com sorrisos e abraços.


domingo, 3 de maio de 2009

Segurei aquelas mãos por alguns segundos, antes que ela as puxasse. Senti a temperatura. Senti o pulso dos batimentos cardíacos. Senti a maciez.

Quando ela, tímida, insegura e assustada, tirou-as discretamente das minhas mãos, levei, as minhas, as narinas. Fechei os olhos. Por alguns segundos apreciei aquele perfume: simplesmente embriagante. Meu coração acelerou. Mantive a calma ou pelo menos tentei.

Ela, apesar de tímida e insegura, não fugiu. Ficou ali com aqueles olhos curiosos. Eu, enquanto falava, imaginava a maciez daqueles ombros nus e observava cada detalhe, por menor que ele fosse, mas o que eu queria ver, de verdade, estava coberto por aqueles lindos olhos: seus pensamentos. Nunca tive tanta dúvida sobre o que uma pessoa estava pensando. Será isso que há por trás deles: dúvida?

E assim, entre carinhos inocentes, olhares curiosos, falas intermináveis e muitos pensamentos não revelados, a madrugada nos abraçou. Foi então que não resisti e a abracei. Se o perfume das mãos me embriagaram, o que dizer do perfume acima dos seus ombros?

Pena que esses momentos bons passaram tão rápidos quanto o último abraço e é por isso que quero andar de mãos dadas com ela.

sábado, 25 de abril de 2009

Calor. Suor... Cheguei sem pretensão nenhuma. Queria apenas achar meu cantinho e por lá ficar. Haviam muitas pessoas. Alguns rostos conhecidos surgiam e sumiam. Nenhum encantou-me como, costumeiramente, encantaria.

Abracei e beijei a bochecha de Donna, da qual saudades ainda tenho. Que vida corrida é essa sua linda?

Apesar de toda agitação consegui analisar algumas situações humanas. Vi olhares indiscretos para mim e para outras pessoas. Mulheres chateadas por terem de ficar esperando por seus maridos. Vi, também, o olhar triste da menina que terminou com o namorado. Que dizer a ela? Sei que isso passará, mas dependerá dela esforçar-se para isso. Auto-piedade não ajudará. É preciso entender que na vida, todos os dias, ganhamos e perdemos. É preciso encontrar o equilíbrio.

Notei a curiosidade de muitas pessoas. Algumas assustadas naquela bagunça e outras tão tranquilas como se tivessem nascido nela.

Percebi, mais uma vez, a falta de timming não permitir um momento de felicidade: uma mulher bonita e aparentemente legal deixada sozinha. Talvez o motivo fosse o evento, mas pareceu-me, mais lógico, que tratava-se de um daqueles casos de um homem querendo manter duas possibilidades. Primeira: a de não deixar claro, para a mulher que deseja, que está com uma outra mulher. Segunda: a de não deixar claro, para a mulher que o deseja, que ele está interessado na outra.

O que pensar dele? Que é um cachorro? Um espertalhão? Um Don Juan? Um carente? Um cara com medo da carência?... Talvez eu o observe apenas para entender meu passado recente.

O fato é que somos todos egoístas. Queremos nos satisfazer e nem sempre conseguimos fazer isso sem magoar alguém.

Lembrei-me de porque parei de fazer sexo com as mulheres que queriam. Não parei por considerar os sentimentos delas. Parei por não suportar o vazio que me consumia depois do ato e, olhando aquela mulher bonita largada, mendigando um pouco de atenção, imaginei o quão vazio não deve ser o sexo dos dois. Se não é agora, será num futuro próximo.

Ontem a noite, quando cheguei em casa, já tomando a segunda taça de vinho, não consegui responder, para uma mulher tão perdida quanto eu estava (ou ainda estou), a pergunta: "por que você deixou de fazer sexo com aquele tanto de mulher?". Não respondi pelo cansaço ou por considerar que aquele assunto não seria produtivo naquele momento. Fui deitar-me.

E respondendo a pergunta: "você está apaixonado?": não, não estou. O texto anterior, a esse, foi apenas a transcrição da minha vontade e não da minha realidade. E por que não estou apaixonado? As respostas podem ser várias, mas a que escolho é essa: descobri que mulher para sexo é tão fácil quanto escolher o sabor de uma pizza, mas mulher para se amar é tão rara quanto uma pedra preciosa. Deve ser assim, também, para as mulheres com relação aos homens.

Martinho da Vila escreveu: "...como um louco eu até sorri, mas no fundo só eu sei das angústias que senti. Sempre sonhamos com o mais eterno amor..."

domingo, 19 de abril de 2009

É bom ficar imaginando o que aconteceria se nós saíssemos juntos. É ruim também, sabia? Sim! Essa incerteza do que poderá acontecer é assustadora.

O que será que você pensa de mim?

Ah se você soubesse que o simples fato de sentir seu perfume deixa meu dia mais feliz... Feliz, também, fico quando imagino você ao meu lado.

Veja só que ironia! Logo agora que decido não me envolver com ninguém tão jovem você me aparece para surpreender-me e jogar, na minha face, que existem mulheres novas, porem maduras.

Será isso, em você, que encantou-me ou foram seus lindos olhos curiosos, de olhares discretos? Talvez tenha sido seu jeito de andar... Que importa?

Chega! Não quero mais pensar em você. É perder meu tempo. Não! Perder tempo não é. O que é então? Carência? Curiosidade? Já chega! Vou dormir... Não!

Não posso fechar os olhos sem que seu perfume venha-me as narinas. Preencha, encha meus pulmões. Percorra todo meu corpo. Suba ao cérebro. Dispare meu coração. Meu, mas pode ser nosso, se quiseres.

Melhor fechar meus olhos agora e sentir tudo isso de novo e, se der, arquitetar planos para continuar mantendo isso em segredo e fazer de conta, todas as vezes que lhe vejo, que não sinto nada por você... Mas a cada dia torna-se mais difícil. E isso me faz lembrar de uma música, interpretada por Chitãozinho e Chororó: Meu disfarce. Você conhece?

"Você vê esse meu jeito
De pessoa liberada
Mas não sabe que por dentro
Não é isso, eu não sou nada
Tenho ares de serpente
Mas em caso de amor
Sou pequeno, sou carente
Sou tão frágil, sonhador
Eu me pinto e me disfarço
Companheiro do perigo
Eu me solto em sua festa
Mas, sozinho, eu não consigo
Digo coisas que eu não faço
Faço coisas que eu não digo
Quero ser o seu amado
Não somente o seu amigo
Cada vez
Que eu sinto um beijo seu na minha face
Eu luto pra manter o meu disfarce
E não deixar tão claro que eu te quero
Cada vez
Se torna mais difícil o meu teatro
Não dá mais pra fugir do seu contato
Estou apaixonado por você"
E é assim que estou. Não percebes?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Em conversa, com várias pessoas, percebi que a maioria delas querem a mesma coisa: felicidade. Nada mais óbvio e lógico que isso. O que me surpreende é que, ao indagá-las sobre o que é felicidade, cada uma reage e responde de forma aparentemente diferente umas das outras.

Essas pessoas são de sexo, religião, nível cultural, social e político diferentes.

Percebi também que elas, apesar de responderem de forma diferente tem, em comum, a vontade de encontrarem o grande amor ou o amor verdadeiro. Ao perguntá-las, sobre o que é esse amor, as respostas são surpreendentemente diferentes mas, ao mesmo tempo, assustadoramente semelhantes.

É o caso, por exemplo, da menina certinha do interior, que vem morar na cidade grande. Ela trás consigo a ingenuidade que aprendeu com sua família, amigos e tranquilidades (para não dizer falta de oportunidades) da cidade onde morava. Ao chegar na cidade é exposta a uma variedade tentadora de possibilidades. Então responde que "ser feliz é morar na cidade grande". Algum tempo depois, porém, já machucada pela maldade ela responderá: "felicidade eu tive quando morava no interior".

Outro exemplo é o da mulher que está saindo da adolescência e começando a entender sua personalidade. Ela não quer ser mais criança e então diz: "ser feliz é ser madura e independente". Mas irá chorar, várias noites, sozinha em sua cama por não ter o colo carinhoso de sua mãe quando terminar um namoro ou quando a vida lhe fizer profundamente triste.

Refletindo sobre as respostas que obtive, de várias pessoas com as quais conversei nos últimos seis meses, percebi uma coisa: o amor acontece quando duas pessoas, que se completam, encontram-se no exato momento em que esse complemento é bastante evidente ou necessário. E isso acontece sem joguinhos, cobranças, medos ou frescura. Acontece sem que importe o credo, raça, idade, posição social, cultural ou política.

Quando essas pessoas encontram-se, mas não estão nesse timming, mesmo completando uma a outra, o amor não acontece, pois elas, na tentativa de conseguirem o tal amor, farão joguinhos. Irão cobrar coisas que são impossíveis. Irão fechar-se nos seus medos.

Isso fica evidente no 20º capítulo (se não me engano) da primeira temporada de House, em que ele friamente, numa mesa de restaurante, faz uma dura análise do interesse de Cameron por ele. Numa primeira análise podemos imaginar que House é um insensível, um monstro. Numa análise mais profunda, no entanto, é possível ver quão nobre é a alma desse personagem.

Analisando, minha vida e experiências pessoais, percebi o quanto amadureci na questão relacionamento amoroso. Falta, agora, apenas encontrar alguém no mesmo timming que eu. Até lá meus pensamentos, minhas amizades, bons livros e filmes são minhas melhores companhias.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Cortar o cabelo faz bem para os olhos

Sexta-feira, final de semana. Cansaço. Já era hora de dizer boa tarde quando recebi o convite de ir beber com uma pessoa que gosto muito. Logo convidei um amigo; e outro; e outro...

Bebemos (algumas refrigerante, outras cerveja). De repente me lembrei que era preciso ir cortar meu cabelo. Não podia ser outro dia. Ninguém merece ficar olhando para aquele cabelo terrível. E aquela barba? Caramba... Estava terrível.

Mas cortar cabelo onde? Numa sexta-feira por volta das vinte horas me parecia impossível. Um amigo também queria cortar (realmente estávamos precisando). Em frente de casa tem um salão unissex. Vamos lá? Indagou esse colega. Estava fechado. O salão estava fechado. O tempo estava fechado. Frio. Que preguiça! Quis tomar banho e dormir, mas não tinha como... Era preciso cortar aquele cabelo.

Encontramos, uma ou duas esquinas de casa, um outro salão unissex. Teríamos de esperar. Havia uma cliente na frente. Por mim tudo bem... Não ia fazer mais nada naquela sexta-feira mesmo!

Turma animada sabe como é... Conversa vem... Conversa vai... Violão? Você tem um violão aqui no salão? Temos dois tocadores talentosos, eu disse para a dona do salão. Uma música. Outra música. Mais uma? Sim! Por que não?

Tudo estava em paz. Foi quando ela entrou. Descompasso no violão. Esquecimento de letra. Afinação? Só no andado dela. Ritmo? Meu coração não tinha. Fazia tempo que não via alguém bonita daquele jeito: pele clara, seios perfeitamente proporcionais, bumbum lindo. "Era mais que um poema", cantaria Tom Jobim.

Eu e meus amigos ficamos sem jeito. Percebi pelo olhar deles. Olhar que só tinham uma direção: ela. Pena que aquele rostinho lindo falou pouco. Sorriu pouco. Cantou um pouco. Tudo foi tão pouco. Saí de lá com uma certeza: cortar o cabelo faz bem para os olhos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Primeiro ato - parte I

Me lembro bem que foi numa terça-feira. Sob as sombras de várias árvores plantadas por toda a extensão da 1ª Avenida, do trecho entre a praça Universitária e a avenida Anhanguera, eu caminhava pensativo. Como quase sempre estava usando uma calça jeans, camiseta sem marca e um par de tênis.

Pensava na tarefa que, a pouco mais de quinze minutos, começaria a cumprir. Por mais que eu estivesse preparado estava ansioso. Havia, pois, chegado o dia de começar a cumprir minha nova missão.

Cheguei, finalmente, em frente ao portão de onde morava. Sabia de tudo que aconteceria assim que o abrisse.

Era o portão de um pequeno sobrado, construído para fornecer quitinetes. Eu, no entanto, morava em um barracão de três cômodos nos fundos. Ao entrar vi Cida, a sindica, sair de sua pequena quitinete e vir caminhando apressada em minha direção. Era uma mulher baixinha. Gordinha. Quase sempre muito animada. Morava de favores em uma das quitinetes. Fazia o papel de sindica e zeladora do local. Era mais velha que eu, aparentando ter uns quarenta e cinco anos.

Que bom que você chegou, disse ela, as duas irmãs do 203 estão ali em casa e passando muito mal. Já não sei mais o que fazer e não tem mais ninguém aqui no prédio. Preciso levá-las a um hospital. Estão debilitadas. Vomitando desde as três horas da tarde e agora já são mais de sete. Ainda não melhoraram nadinha! O que faço? Eu sabia o que devia fazer. Já havia pensado várias vezes naquela cena e calculado várias vezes o que deveria fazer. Havia chegado o dia. Era hora de começar agir. Peguei logo o celular e liguei para um ponto de taxi. Pedi que não demorasse, pois tratava-se de emergência. Disse para Cida: vamos lá vê-las e prepará-las. Assim que o taxi chegar vamos para um hospital.

Cida entrou primeiro na quitinete e tratou logo de cobrir uma das irmãs. A de pele clara, que estava deitada de bruços sobre a cama. Ela vestia um short marrom e estava sem blusa. O que revelava pequenos detalhes da lateral dos pequenos e brancos seios. Tirei a blusa dela, disse Cida, para ver se ajudava a refrescar um pouco. Fiquei pensando se aquele branco todo, da pele dela, seria a cor natural ou palidez causada pela situação. Vi um balde que estava sendo usado toda vez que ela vomitava. Vi também a outra irmã. Tinha pele morena clara. Estava deitada num pequeno sofá. Parecia estar menos ruim que a outra, mas também precisava de cuidados médicos. Voltei a observar a moça de pele branca. Fiquei ali parado. Estagnado diante daquelas costas de pele tão clarinha. Já havia sonhado tantas vezes com aquela cena, mas naquele momento era real. Ela realmente estava ali deitada. Mesmo debilitada estava linda. Acho, disse Cida quebrando aquele meu momento de contemplação, que foi alguma coisa que elas comeram. Olhei para Cida e percebi sua preocupação para com as moças. Foi quando me lembrei do porquê estava ali. Foi para ajudar que fui colocado ali naquele momento e não poderia me dar aos caprichos da admiração. Pelo menos não naquele momento. Eu precisava agir. Vou ali em casa deixar minhas coisas, disse olhando para Cida, e vou para o portão esperar o taxi. Prepare as moças.

Quando o taxi chegou eu já estava no portão. Desci até a quitinete de Cida para ajudar a irmã mais debilitada chegar até o carro. Ela apoiou-se em meu ombro pois caminhava com dificuldades. Ao apoiá-la toquei, sem querer, um dos seios dela. Estava sem sutiã e usando uma fina camiseta branca que revelava as curvas daqueles pequenos, mas perfeitos seios. O toque foi tão rápido, menos de um segundo, mas foi suficiente para que eu percebesse a delicadeza e a rigidez. Reposicionei minha mão de forma que ficasse longe dos seios e a levei até o carro.

Cida ajudou a outra irmã e elas, as três, sentaram-se no banco de trás. Sentei-me no banco da frente. Vamos para o neurológico, disse ao motorista, mas antes passemos em um caixa eletrônico, preciso sacar dinheiro.

Neurológico? Indagou Cida. Por que não vamos a um hospital mais perto? A irmã morena respondeu: melhor mesmo irmos ao neurológico, pois minha irmã faz tratamento lá e toma medicamentos fortes. Eles conhecem o histórico dela e poderão medicá-la da forma correta. Eu já sabia disso e minha escolha não havia sido ao acaso. Sabia disso e sabia de mais coisas. Principalmente da encantadora moça de pele clara.

Ela chamava-se Regina. Fazia cursinho para tentar uma faculdade de medicina. Seus cabelos não eram pretos e nem loiros. Ficava entre o castanho e o dourado. Eram longos e cacheados. Sua pele era muito clara, que fazia ser inevitável o apelido de Branquinha. Costas largas, mas delicadas. Boca pequena. Lábios finos e convidativos. Gostava de usar saias curtas, bermudas, shorts e calças jeans. Calçava quase sempre sandálias rasteirinhas. Algumas vezes tamanco. Vestia blusinhas curtas, que exibiam sua linda e delgada barriga. Aquela barriga que eu ainda iria tocar e beijar tantas vezes.

Chegamos ao hospital. Fiquei uns trinta minutos na recepção sem saber o que estava acontecendo, até que Cida apareceu. Pode ir embora descansar, disse ela. Obrigada por tudo! Graças a Deus você apareceu! Perguntei a ela: tem certeza que eu posso ir embora Cida? Tenho sim! Pode ir. Insisti: não precisa de mais nada? Se quiser posso ficar aqui o tempo todo. Muito obrigada! Vá para casa e descanse, passarei a noite aqui com elas. Eu sabia que não poderia fazer mais nada por elas naquele dia. Abri minha carteira. Tirei duzentos reais e entreguei para Cida. Não precisa disso tudo, disse ela, deixe comigo apenas metade e não se preocupe com mais nada.

Despedi-me e voltei para casa. Tomei, como de costume, meu banho quente e demorado. Liguei meu computador. Fiquei trabalhando e navegando na Internet até por volta de meia noite, quando cansado, deitei-me e dormi o sono dos anjos.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Minhas palavras...

O que fazer quando deseja-se algo que não pode ter?
O que fazer quando a razão quer esquecer
Mas a alma insiste em lembrar?
Qual pode mais, a razão ou a alma?
A alma, quando pura, pode mais.

Hoje me lembrei do trecho de uma música:
"Quem no certo procurou, mas no errado se perdeu...
Precisou saber recomeçar."
Na tentativa de acertar me perdi.
Na tentativa de me encontrar, lhe perdi.

Hoje eu pensei se um dia realmente tive você
Ou se tudo foi ilusão da minha mente.
Foi? Tudo foi ilusão?
Talvez eu erre mais uma vez, mas,
Já que não tive minha chance, vou dar chance a alguém.

Minha razão diz para eu dar essa chance.
Minha alma diz para eu lutar por você.
Sua boca diz para eu me afastar.
Minhas palavras...
Essas já não dizem mais nada.

Meus olhos, mesmo tentando disfarçar,
Não conseguem esconder:
Eu gosto mesmo de você.
Gosto muito...
Muito mais do que eu podia gostar.

Aprendi com você pequenas coisas
Que me fazem ser melhor do que antes
E agora, o que posso fazer, é torcer
Para que você seja cada dia melhor
E que seu futuro seja tão lindo...

Assim como lindo é o teu sorriso.
Assim como linda é sua alma.
Lindo como linda é você ao acordar.
Linda... Caramba...
Como você é linda.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Era uma vez...

Em um reino não tão distante existe uma princesa. Ela tem um sorriso lindo. Uma bondade que não cabe em seu coração. Um dia, um vilão malvado enfeitiçou seu coração e fez muitas experiências com ele, causando muita dor na bela e jovem princesa.

Transformada pela dor, daquelas malvadas experiências, a princesa passou a fazer coisas terríveis e, na esperança de se livrar daquilo tudo, fugiu para a floresta da solidão e lá se escondeu.

Muito tempo depois um príncipe apareceu na floresta. Encantou-se pela princesa, por causa do sorriso, bondade e simplicidade daquela jovem moça. Mas ela ainda estava sob os terríveis efeitos da grande dor sofrida e quando o príncipe tentava se aproximar ela se escondia mais e mais na floresta da solidão, na ilusão de nunca mais sentir aquela dor e de nunca mais causar dor em ninguém.

O príncipe lutava e tentava salvar a bela princesa, mas acabou descobrindo que ele também estava sob a influência de dores causadas por fantasmas e bruxarias terríveis. Mas descobriu que o simples olhar da princesa tem o poder de curá-lo aos poucos. E descobriu que para salvar a princesa ele precisa se salvar, conquistar a confiança dela e deixar que o tempo faça seu trabalho. Ele sabe que se a princesa perceber que ele tem por ela um gostar superior ao que ela tem por ele, tudo poderá se perder e a bela princesa jamais sairá da floresta da solidão.

E essa história termina assim: o príncipe sabendo que não quer desistir de conquistar o amor da princesa, mas sabendo, também, que se ela perceber esse amor ela se esconderá mais ainda. E ela, a princesa, sabe que precisa do príncipe para aliviar a dor causada pelos espinhos encontrados na solidão, mas que não pode dar esperança ao príncipe, para que ele não sofra o que um dia ela sofreu.

Moral da história: tudo é mais fácil quando se está em um conto de fadas, mas viver a vida real não é seguir um script, onde no final toda dor desaparece. Viver é encontrar, na adversidade e diferenças, o equilíbrio. E que o caminho para a floresta feliz só é revelado quando os dois, juntos, olharem para a mesma direção com o mesmo sentimento, seja de amizade ou de amor.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Quer voar? Voe!!!

Não quero que me diga que vai doer quando você for embora. Eu sei que vai. Perder nunca é fácil, mas o tempo dará jeito em tudo. Só não me prive de ter bons momentos, pois, tendo ou não esses momentos bons, irá doer quando você for. Portanto, me dê momentos bons para que eu tenha pelo menos boas lembranças e boas histórias para me lembrar quando não estiver mais perto de mim.

Não quero que me diga que não gosta de mim da mesma forma que gosto de você. Não sei quanto você gosta de mim, nem mesmo sei o quanto gosto de você. E quer saber? Não estou preocupado com isso. Não estou preocupado com nada. Você quer voar? Voe!!! Voe!!! Voe alto!!! Pois estou voando e agora, daqui de cima, posso perceber quão pequenas eram as coisas para as quais eu dava valor.

Não quero que me diga que faz isso ou aquilo para que eu não me machuque. Apenas viva intensamente quando estiver ao meu lado. Se você me machucar poderei colocar a culpa no meu passado, mas não nas suas atitudes. Pare de pensar o que irá acontecer amanhã e me dê o que quero hoje e só hoje, que é a alegria da sua companhia e a intensidade do seu sorriso.

Não quero que me diga que está preocupada com o que as pessoas irão dizer ou o que elas irão pensar que devemos ou não fazer por estarmos ou não juntos. Quer pegar na minha mão? Pegue! Quer me abraçar? Abrace! Quer me beijar? Beije! Quer me amar? Ame! Sim... Amar... Já fiz muito sexo e sei que não foi sexo dessa vez. Não faça ou deixe de fazer pelas pessoas ou por mim. Faça por você.

O que eu quero é que você entenda que pessoas entram e saem da vida da gente. Umas nos machucam. Outras saem feridas. Umas deixam bons momentos. Outras uma mistura de coisas boas e ruins.

Entenda que o que você fez ontem ou fará amanhã não me preocupa, não me abala, não me deixa inseguro. Entenda que hoje estou aqui. Amanhã quem sabe?

Quero que saiba que se o que você quer é voar, o que posso dizer é: voe!!! Voe!!! Voe alto!!! Quero que saiba que quando precisar de um lugar para pousar você sabe onde me encontrar.

Quer voar? Voe!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

João entrou em seu apartamento. Enxugou lágrimas que ainda insistiam em correr por sua face que, poucas horas antes, estava triste. Porém, naquele momento, seu rosto era de um homem aliviado e o ar, que entrava por suas narinas, era suave e fortalecedor.

Pensou em tudo que acontecera naquela noite, em tudo que ouvira, sentira e aprendera.

Entrou para seu quarto. Deitou-se. Outras lágrimas, mais intensas, correram pelo seu rosto, mas dessa vez não enxugou-as. Encolheu-se como criança pequena e entendeu que, mesmo estando na cama onde muitas passaram, ele não tinha uma mão, sequer, para segurar.

A madrugada findou-se e com ela todo vazio que estava dentro de João. "O choro é o banho da alma", pensou ele ao acordar naquele domingo de sol.

Tomou um banho. Vestiu uma de suas várias camisetas pretas, uma calça jeans e calçou um velho sapato. Saiu rumo a uma feira a poucos metros de casa. Sua face estava transmitindo alegria pura. Todas as pessoas, por quem na rua cruzava, lhe sorriam e desejavam bom dia. "Fazia tempo que isso não acontecia", pensou enquanto comia empadas e tomava caldo de cana.

A semana começou e, durante um almoço, do nada, vira-se para seu colega de trabalho e diz:

― Não quero namorar não!

― Por que não?

― Não sei ao certo. Não quero namorar e vou parar com essa vida bagunçada que levo. Chega de pessoas que só me dão sexo. Não quero mais isso.

― Fico feliz por você. O que lhe fez tomar essa decisão?

João olhou para além de uma vidraça que estava a sua frente. Reparou no vento e nas nuvens negras que se aproximavam. "O tempo esta fechando", pensou ele. Voltou-se para seu colega e respondeu finalmente:

― Porque as pessoas, quando querem, mudam e quero mudar.

― Por alguém em especial? Esta gostando de alguém?

― Por mim. Quero mudar por mim. No entanto, quem me fez ver a necessidade de mudar, foi Maria. Ficamos por mais de hora conversando e chorando. Ela me disse várias coisas. Coisas profundas que me fizeram gostar mais ainda dela, mas, principalmente, voltar a gostar de mim.

― Então é isso? Vai deixar de sair com todas as mulheres que sai hoje, para ficar com Maria?

― Vale a pena deixar várias mulheres que me dão sexo e atenção por uma apenas?

― Mas elas lhe preenchem João?

― A maioria são vazias e ganham minha atenção só pelo sexo. Algumas me preenchem por algumas horas, outras me encantam pela beleza. Uma ou outra pela inteligência e determinação. Porém, a resposta para sua pergunta, infelizmente, é não.

― Mas então por que não fica com Maria?

João olha novamente através da vidraça, mas dessa vez não repara na natureza. Ele relembra tudo que Maria lhe disse. De todas as coisas que ela fez. Das vezes que mentiu, das que falou a verdade e lembrou-se de todas as vezes que ela disse que não queria apenas sexo, mas que também não queria nada sério. Olhou para seu colega e apenas gesticulou com os ombros em sinal de um evasivo "não sei".

Pensou em responder a verdade, mas não conseguiu, mesmo querendo dizer a verdade, não conseguiu.

Ele sabe que vários motivos o impedem de ficar com Maria. Alguns dele mesmo, outros tantos de Maria. Sabe que, também, é pelo medo que tem de fazer isso por uma pessoa e decepcionar-se. Sabe, porém, que esse medo pode ser superado e por isso acredita que a principal razão é por ele não entender os gestos dela. Pela primeira vez, em vários anos, João não sabe que atitude tomar quando está ao lado de uma mulher.

"Que ironia", pensou João que, a pouco tempo, brincava com as inseguranças de tantas mulheres, agora se sente inseguro e não sabe que atitude tomar.

João é inteligente e sabe que seu medo e insegurança são pelo fato de estar pensando muito em Maria e isso, ao mesmo tempo que lhe fascina, lhe aterroriza. Ele tem medo da dependência e isso ele não quer (será que não?). É por isso, provavelmente, que João, mesmo sabendo que o sentimento que sente por Maria cresce a cada dia, tenta, mesmo sem sucesso, acabar com ele.

Mas o que mais perturba João é que esse sentimento, por ela, está muito além do desejo de conquista ou sexo. E, mesmo tendo passado tantos dias sem sexo, está tranquilo e com a alto estima transbordando. Talvez, por ter sido com Maria, sua última e empolgante aventura na cama. Talvez por essa última vez, ao terminar, não deixou João com aquele fatídico sentimento de vazio, pelo contrário, ele está bem até hoje.

Onde João quer ou vai chegar abandonando sua vida de esbórnia ele não sabe. O que sabe é que não estava bom antes e que por isso, pela necessidade de mudança, despediu-se de todos os casos e foi em busca de uma coisa bem simples: o suave toque das mãos de Maria.

João não está entendendo nada do que está acontecendo, mas ele não quer entender, ele quer apenas ir vivendo, cada dia melhor que o anterior e, se não for possível, espera suportar os momentos em que terá de chorar, novamente, sozinho.

Agora ele sabe que, após chorar, sua alma estará lavada novamente.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

João teve um dia cansativo. Teve que fazer quatro coisas complicadas ao mesmo tempo durante quase todo o dia. Teve que trabalhar diretamente em um projeto, reunir-se virtualmente com sua equipe, conversar com clientes e ainda chatear alguém.

No final do expediente conversou com seu sócio e disse:

― Hoje foi um daqueles dias em que o guerreiro, mesmo cansado e ferido, olha para trás e vê seus inimigos derrotados.

No começo da noite, ainda mais exausto, chegou em casa. Deveria ter ido direto tomar um banho, mas precisava sacar dinheiro para um colega que sairia logo mais. Logo em seguida saiu com sua filha para jantar e no caminho pensou:

― Deveria ter tomado um banho antes.

Mas João, de tão exausto, deitou-se em seu sofá, conectou-se à Internet na esperança de encontrar Maria e lá estava ela. Conectada. Abaixo do apelido a mesma frase fria de alguns dias atrás.

Mesmo querendo teclar com ela, João não conseguiu. Realmente estava exausto. Já estava pronto para desligar o micro quando uma janelinha aparece na tela do computador.

― Oi

Cinquenta minutos depois desse "Oi" de Maria ele se arrependeria de ter conectado seu computador à Internet.

Uma hora e trinta minutos depois desse "Oi", João, cochilando no sofá, receberia uma chamada no celular que não atenderia.

Duas horas depois daquele "Oi" ele estaria pensando em suas atitudes e se sentindo um idiota.

Tudo que João queria era um colo verdadeiro para se deitar, mas naquela pequena cidade em que ele se encontrava não tinha colos verdadeiros. João arrependeu-se de não ter atendido a ligação. Mandou uma mensagem dizendo: "Me desculpe. Sou um idiota".

Na verdade, o que João queria dizer é que fez tudo que fez por gostar muito de Maria, muito mais do que devia, mas que, por saber que ela está ou estava em outro caminho, ele faz tudo para afastá-la de perto dele e quanto mais ele faz isso, mais ele gosta dela e quanto mais ele gosta, mais tenta afastá-la e nessa idiotice de João, em seus autos e baixos, vontades e receios, seu cansaço lhe impede de dizer:

― Maria! Segure na minha mão e venha comigo. Eu sei o caminho.

Mas ele já não tem certeza de mais nada e enquanto brinca com umas, tenta esquecer o quanto Maria é importante para ele. E na esperança de esquecê-la, João faz coisas idiotas. Mas lá no fundo ele sabe que basta um oi para que seu coração acelere novamente por ela.

Vídeo
Letra

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

João chegou em casa por volta das 15:00 horas. Como de costume acessou sua conta de e-mail e conversou com algumas pessoas pelo talk. Estava cansado. Na noite anterior ficou até tarde trabalhando.

― Vou tirar um cochilo. Disse ele para duas ou três pessoas com quem estava teclando.

João estava tão cansado que dormiu por duas horas seguidas, o que não acontece com facilidade. Acordou. Tomou um banho demorado. Se preparou para receber uma visita que talvez iria aparecer.

O interfone toca. Ele ouve uma voz feminina e, pensando ser sua visita, destrava o portão. Para sua surpresa aparece outra pessoa. Uma mistura de surpresa, satisfação e preocupação toma conta de seus pensamentos.

― Pensei que fosse outra pessoa. Diz João.

― Quem você pensou que era? Indaga Maria.

― Alguma das pessoas que costumam aparecer por aqui, mas jamais pensaria que era você.

― Você está esperando alguém?

― Não. Por que pergunta?

― Por nada. Me pareceu que estivesse esperando alguém.

Maria estava com a mesma roupa que estava usando da última vez que esteve na cama de João. Cheirava a cerveja. Estava com os olhos caídos. João se perguntou o que Maria fazia ali. Antes mesmo que indagasse ela disse:

― Já levou sua filha? Passei aqui porque pensei que ela ainda estivesse aqui.

― Não. Ela foi ficar com a avó hoje pela manhã.

João se sentou ao lado de Maria e não resistiu. Roubou-lhe um beijo. No terceiro beijo ela parou a ação dele e disse:

― Já não conversamos sobre isso? Você já não terminou com isso? Não disse que não queria mais? Você está bem? O que aconteceu? Por que está fazendo isso?

― Não sei. Respondeu João.

Conversaram mais um pouco. João tentou mais algumas vezes, mas ela continuava evitando. Então ele parou. Conversaram mais um pouco. Mais tentativas...

― O que você quer João?

― Só sexo, nada mais.

― Sem arrependimentos depois João?

― Sem arrependimentos depois Maria.

― Sem palavras que machucam, sem cobranças, sem nada?

― Nada. Só sexo. Nada mais.

Maria retribuiu alguns beijos. Algumas carícias e disse que tinha que ir embora. João já estava certo de que não passaria daquilo quando ela disse:

― Vou lhe dar o que você quer. É o que você quer mesmo?

João teve o que queria. Maria teve o que queria. Voltaram, então, a conversar sobre suas vidas bagunçadas e a falar do motivo pelo qual não ficam juntos para sempre.


Vídeo
Letra
Tradução

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Profundezas

Maria acordou tarde, como de costume. O sol, já bem no alto, esquentava o quarto. Mais uma vez ela estava com aquele gosto de cerveja do outro dia na boca. Corpo cansado. Cabeça pesada. Olhos moles e inchados. Caminhou até o banheiro. Sentou-se no vaso e aliviou-se. Ficou ali sentada, sem nada fazer, por mais alguns minutos. Não conseguia pensar direito. Os poucos pensamentos que surgiam eram confusos.

"Chega!", pensou Maria.

Ainda confusa, sem saber se aquele curto desabafo era para aquela inércia em que se encontrava ou se para aquela vida fútil que estava vivendo. Levantou-se. Olhou no espelho e sentiu-se feia. Viu-se gorda. Percebeu que o rostinho que antes era de menina, agora estava mais velho. Sentiu-se, mais uma vez, um lixo.

"Chega!", falou Maria.

Lavou o rosto. Escovou os dentes, na tentativa de sentir-se limpa. Passou um batom suave, pois não gostava de muita maquiagem. Procurou arrumar o cabelo mas, mais uma vez, sentiu-se feia. Mesmo assim jogou um sorriso nos lábios e invocou uma daquelas frases de livro de auto-ajuda do tipo: "você é feliz! Você pode!".

Voltou para o quarto, ainda com os olhos inchados e com aquele sorriso triste que só enganava a ela mesma e a quem não presta atenção nela. Mas, para aquelas pessoas que olhavam além daquele sorriso, era fácil perceber a tristeza em que Maria encontrava-se.

"Chega!", soluçou Maria.

Com os olhos cheios de lágrimas, com uma dor no peito e um vazio na alma desesperou-se.

"Chega! Chega! Chega! Não quero mais essa vida!", gritou. Porém ninguém a escutou chorar, soluçar e gritar. Mas sem que Maria soubesse alguém estava sentindo a dor que ela sentia. Chorava com ela.

"Maria! Maria! Maria!", gritou essa pessoa, mas Maria estava num buraco tão profundo que não ouviu e mais uma vez nessa história da vida chamada amor, duas almas se perderam.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Comentários sobre a mentira

Eu minto.
Você mente.
Ele mente.
Ela mente.
Nós mentimos.

Isso posto seguem minhas observações quanto à mentira.

Por muito tempo tenho nos observado e procurado entender por qual motivo mentimos. Encontrei alguns genéricos, tais como:

- auto defesa;
- medo;
- preocupação com a outra pessoa;
- prazer;
- problemas na personalidade;
- sacanagem.

Dessas a pior, na minha opinião, é a mentira por sacanagem. Quando uma pessoa mente para a outra com o intuito de enganá-la, de passá-la para trás. Isso pode estar diretamente ligado a outros dois motivos citados: prazer e problemas na personalidade.

A verdade é que nós mentimos por vários motivos.

Acredito que exista um desejo básico para mentirmos. Assim como o desejo de comer (sobrevivência) e fazer sexo (reprodução), talvez a mentira esteja diretamente ligada à auto sobrevivência e quanto mais "perigo" corremos, mais utilizamos da mentira.

Mas na sociedade moderna, cada vez mais tecnológica, mentir tem se tornado fútil e corriqueiro na vida da maioria das pessoas.

A pouco tempo, por exemplo, alguém, provavelmente por medo de mostrar quem realmente é, criou uma conta de e-mail falsa, cadastrou-se numa lista da qual faço parte e escreveu o que ela pensa sobre o que eu digo nas listas. É uma mentira moderna, mas por motivo milenar. Essa pessoa, muito provavelmente, tem sérios problemas pessoais.

Curioso por saber quem seria essa pessoa, pesquisei de várias formas até conseguir ter certeza de quem ela era. Foi ótimo saber quem era. Foi ótimo saber que sou melhor que essa pessoa. Foi triste saber que ela não tem coragem de se expressar e que, pior ainda, tem medo de ser reprimida. O bom nessa história é que ela é uma pessoa nova e há grandes chances dela se tornar uma pessoa melhor.

A mentira, quando utilizada para machucar ou sacanear com uma outra pessoa, fede. É repugnante. E as pessoas continuam utilizando desse recurso, mas se esquecem que nenhuma mentira fica oculta para sempre e que, sempre, é mais fácil usar a verdade.

Antes ficava muito chateado com mentiras, fossem elas contadas para mim ou por mim. Hoje estou mais tranquilo quanto a isso, pois aprendi que nessa história de mentir ou ser verdadeiro, sofre mais quem mente do que quem escuta a mentira.


Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=QhrHH9sb-Mo
Letra: http://letras.terra.com.br/adriana-calcanhotto/868/

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Ligação na madrugada.

Estava sonhando com ela. Jogado na cama ao lado de duas lindas pequenas mulheres. Uma delas dormindo como se fosse um anjo com o dedão na boca. A outra com uma de suas pernas atirada sobre minhas costas.

O celular tocou uma única vez e parou, mas foi o suficiente para que eu acordasse. Eram exatamente 1:14 da madrugada.

Esperei por essa ligação o dia todo. Porém não pude retornar a ligação pois as meninas iriam acordar. Não podia me levantar e ligar da sala pelo mesmo motivo.

Escrevi uma mensagem: nos falamos depois. Antes de enviá-la o celular tocou mais uma vez. Um toque apenas e parou. A vontade de atender era grande, mas fiquei chateado por só ter acontecido àquela hora. Misturado com a dificuldade de falar sem acordar as meninas e com o questionamento do por que só agora? enviei a mensagem.

Fiquei pensando o por quê dela só ligar aquela hora e entre mil dúvidas, mil angústias, mil vontades de voltar atrás e ligar, enfim, mil questionamentos, mil pensamentos sem fundamentos ou respostas...

Já se passava das três horas da manhã quando pensei: não importa o que aconteceu durante todo o dia... Seja o que tenha acontecido ela me ligou antes de ir dormir. Pensou em mim. Quis falar comigo. Foi, então, que voltei a dormir para continuar sonhando com ela.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Duas semanas

Uma pessoa que conheço me disse uma vez que estava a mais de seis meses sem fazer sexo. Nunca consegui ficar mais que uma semana. Nunca antes, pois hoje completam duas semanas. E a última vez foi um daqueles tipos de sexo que chamo de "bom". É aquele sexo que só serve para descarregar algumas tensões. É o tipo que não gosto, mas também não odeio. É o tipo que me preenche com um imenso vazio no final. Literalmente é o sexo que me esvazia. Sabia que seria assim e, por isso, por várias vezes evitei.

Nesse meio tempo, da última vez até agora, tive um momento. Um daqueles que me preenchem. Assisti TV, conversei, discuti, sorri... Vivi com alguém por uma tarde e por uma parte da noite.

Foi lindo vê-la dormindo no meu peito. Foi intenso vê-la chorando por causa de nossas vidas tão confusas. Tudo que aconteceu daquela tarde até à noite foi bom. Não foi pouco, mas não é o bastante pra mim. Quero mais que isso e não estou me referindo a sexo. Estou falando desses momentos simples. Esses momentos que me fazem acordar no outro dia com um sorriso gigante nos lábios.

Me pergunto muitas vezes se quero mais disso.

Quero!

Não, não quero.

Uma metade de mim quer lutar contra uma metade que não quer. Por quê? Por vários motivos que não escrevi aqui nesse blog. Por muitas coisas que aconteceram que não registrei. Por coisas que, pelo menos por enquanto, não quero escrever.

Esses dias uma colega postou um comentário dizendo que "tdo q se faz, se paga". Não acredito nisso e não me arrependo do que fiz, mas o fato é que uma luz pisca na minha cabeça ordenando que eu me afaste, pois as chances de me machucar me assustam. Porém, é possível que mais me arrependa das coisas que deixei de fazer que das que fiz e por isso não quero me afastar.

Gosto dessa luta mental que enfrento à procura de uma resposta que só irei encontrar se deixar as coisas acontecerem. Sem forçar nada. Sem apressar. Sem cobrar. Sem querer.

Difícil nisso tudo é controlar minha ansiedade e minha capacidade de convencer, dominar, desejar e terminar com uma pessoa. E é contra essas últimas coisas que luto no momento. Não quero fazer acontecer. Quero que aconteça como aconteceu até aqui: naturalmente.

Sei que se começar como começou antes, em outros tempos, as chaces de terminar como terminou no passado é grande.

Não quero me machucar, mas também não quero machucar ninguém. Quero que aconteça, mas não quero, mais, apressar nada.

E, tirando a saudade que sinto dela e de momentos como esses que narrei, não estou preso a ela. Não me machucaria se nunca mais a visse. Não dependo dela para me divertir. Não dependo dela para conseguir uma boa noite de sono. E é essa não dependência dela que me faz querê-la. E é esse querer que me faz evitá-la.

Complexo? Esquisito? Loucura? Não sei... Como diria o sábio mestre chinês: foda-se!

Não estou triste com essa história, pelo contrário, estou em paz comigo mesmo e acredito ser por isso que estou a praticamente quinze dias sem sexo e acredite, estou bem, obrigado.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ano novo maravilhoso

Nesse novo ano não espero por dias bons. Não espero por momentos felizes. Não espero que minha empresa prospere. Não espero por rendimentos financeiros melhores... Por nada disso eu espero, pois posso trabalhar para conquistar cada uma dessas coisas.

Nesse novo ano não espero ser compreendido, pois compreenderei melhor as pessoas para que, então, possam me compreender.

Não espero que as pessoas não mintam, pois irei me esforçar para compreender o motivo pelo qual elas mentem e, se não conseguir fazer com que parem de mentir, apenas irei deixando-as pelo caminho ou mudarei o nível de importância que dou para esse assunto.

Não espero que você perceba que gosto de você, nem que decida a gostar de mim, pois nesse novo ano irei gostar de mim e de quem gosta de mim. Se não percebeu até hoje o que tenho de bom para lhe dar, fazer o que? Vou seguir outras oportunidades.

Não irei esperar por nada disso, pois esse é um mundo maravilhoso demais para que eu espere.

Nesse novo ano espero apenas por saúde, pois para todas as outras coisas posso trabalhar, planejar, melhorar, conquistar, ...

E espero, também, que ninguém se arrependa pelas escolhas que fizer.



Letra
Tradução