segunda-feira, 6 de abril de 2009

Cortar o cabelo faz bem para os olhos

Sexta-feira, final de semana. Cansaço. Já era hora de dizer boa tarde quando recebi o convite de ir beber com uma pessoa que gosto muito. Logo convidei um amigo; e outro; e outro...

Bebemos (algumas refrigerante, outras cerveja). De repente me lembrei que era preciso ir cortar meu cabelo. Não podia ser outro dia. Ninguém merece ficar olhando para aquele cabelo terrível. E aquela barba? Caramba... Estava terrível.

Mas cortar cabelo onde? Numa sexta-feira por volta das vinte horas me parecia impossível. Um amigo também queria cortar (realmente estávamos precisando). Em frente de casa tem um salão unissex. Vamos lá? Indagou esse colega. Estava fechado. O salão estava fechado. O tempo estava fechado. Frio. Que preguiça! Quis tomar banho e dormir, mas não tinha como... Era preciso cortar aquele cabelo.

Encontramos, uma ou duas esquinas de casa, um outro salão unissex. Teríamos de esperar. Havia uma cliente na frente. Por mim tudo bem... Não ia fazer mais nada naquela sexta-feira mesmo!

Turma animada sabe como é... Conversa vem... Conversa vai... Violão? Você tem um violão aqui no salão? Temos dois tocadores talentosos, eu disse para a dona do salão. Uma música. Outra música. Mais uma? Sim! Por que não?

Tudo estava em paz. Foi quando ela entrou. Descompasso no violão. Esquecimento de letra. Afinação? Só no andado dela. Ritmo? Meu coração não tinha. Fazia tempo que não via alguém bonita daquele jeito: pele clara, seios perfeitamente proporcionais, bumbum lindo. "Era mais que um poema", cantaria Tom Jobim.

Eu e meus amigos ficamos sem jeito. Percebi pelo olhar deles. Olhar que só tinham uma direção: ela. Pena que aquele rostinho lindo falou pouco. Sorriu pouco. Cantou um pouco. Tudo foi tão pouco. Saí de lá com uma certeza: cortar o cabelo faz bem para os olhos.

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