domingo, 31 de maio de 2009

"Temos medo". Com essa frase um amigo concluiu um parágrafo de um texto sobre ele: o medo. Com três pontinhos ela deixou aberta uma possibilidade. A possibilidade de ela querer, mas ter medo.

Quem não tem? Viver é isso. Viver é superar os medos. Porém, pelo menos para mim, ao lado dela sei que tudo será mais fácil. Pois ela é guerreira.

Tenho meus medos também. Amedronta-me a possibilidade de não tê-la como além de uma amiga. Amedronta-me a ideia de tê-la como algo intenso.

Ora! Para mim já é intenso. Será que passar todo um final de semana lembrando dela não é intenso? Não é pura intensidade ficar parado, olhando para o longe e, pensando em toda consequência que esse meu gostar causa?

Tenho medo sim, mas dessa vez não de entregar-me ao colo, sorriso, tranquilidade... Não tenho medo do preço que eu tenha que pagar. Passei bons anos poupando para investir agora. Tenho como pagar cada centavo de alegria, dedicação, atenção, carinho e amor que ela merece.

Se hoje ela está despreparada para renunciar o chão em que ela se sente firme, tenho toda paciência para mostrar-lhe que, além de chão, quero dar a sustentação necessária para que ela cresça: como mulher; como criança; como alma; como sonho. Serei o telhado nos dias de chuva e as estrelas nas noites tranquilas.

Falta a ela a fé nos meus sentimentos? Plantarei a cada dia uma flor de verdade em cada esquina de dúvida. Irei perfumar-lhe o caminho, para que ela entenda que não estou brincando quando digo que conquistou-me. Sei que ela terá mais fé e menos lógica. Foi com ela que aprendi que só lógica não explica tudo. E não tenho uma resposta lógica para isso que sinto por ela. Apenas sinto. Se fico calado (ou pelo menos me esforço para ficar) é justamente por não querer que, por minha causa, a dolorosa frustração ou qualquer outro sentimento ruim atormente os pensamentos dela.

Ela sabe o que sinto e a cada dia procuro mostrar, com minhas atitudes e palavras, que gostei dela não para tê-la por uma noite, mas que a quero para estar ao seu lado por todos os dias que me restam. Para admirá-la ainda mais. Para sorrir mais. Para entendê-la, apoiá-la, incentivá-la. Tudo isso para que, ao chegar nos últimos dias da minha vida, possa dizer: o que senti por ti no primeiro dia em que a vi não foi um desejo, não foi paixão. Foi, é e será sempre, todo esse carinho que lhe dei durante minha vida. Não quero que ela abandone seus planos por mim. Pelo contrário! Quero ser o refúgio e o amigo que ajudará na realização deles.

Quem é ela? Uma pessoa especial, inteligente, bonita e dona de um sorriso que me enche a alma de tranquilidade. Uma pessoa que nunca me deu esperança nenhuma de possibilidade alguma. Por isso aprendi a gostar mais ainda dela. Isso continuará mesmo que ela continue com seus planos atuais. E porque faço isso? Por acreditar que planos podem mudar. "A esperança é a última que morre".

...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Esse tal de gostar é engraçado. Num momento estamos trabalhando e seguindo nossos planos e, de repente, lá se foi o sossego. Mas quem quer sossego quando os olhos brilham mais? Quem quer seguir os planos quando o pensamento está viajando buscando lembrar-se de cada pedacinho da pessoa que nos tirou o sossego? Céu azul! Queremos é ver o céu azul, mesmo que ele esteja cinza para outras pessoas.

Lá estava eu. Trabalhando. É verdade! Estava trabalhando, mas não adiantou planejar nada. Tudo saiu de improviso depois que ela chegou. Tudo bem! É assim mesmo: esse tal de gostar é inesperado.

Tem gente que foge desse gostar pois é sabido que um gostar correspondido acaba virando paixão. Paixão pode queimar e nos machucar ou, quando temos sorte, vira amor. Ah! Amor... Que saudade desse sentimento.

Fugi por um tempo, mas agora alguém conseguiu cruzar o abismo. Muitas tentaram. Algumas muito mal tentado, com suas cabecinhas de vento cheias de nada dentro. Algumas quiseram tentar, mas acovardaram-se. Alguém cruzou o abismo e, dessa vez, não estou com medo.

Segura minha mão. Não estás totalmente sozinha. :-)

sábado, 9 de maio de 2009

Fui um dia antes. Donna não tinha dado certeza se iria e eu precisava chegar antes para ajudar. Mas sabia que ela, no dia seguinte, estaria em boas mãos e que sua viagem seria muito divertida.

Já era noitinha quando ela e demais pessoas queridas chegaram na pequenininha cidadezinha chamada Ivolândia. Eu não estava lá. Havia saído com o organizador do evento para buscar duas pessoas que desceram no trevo da principal via de acesso daquela redondeza. Quando voltei vi o carro e comentei: o pessoal chegou.

Logo os sorrisos se abriram em quase todos os rostos. Isso só não aconteceu na face da menina que ainda não cresceu, mas que quer mostrar que já é tão entrosada quanto todo mundo. Quanto mais ela tenta isso, mais distante ela fica. E isso eu entendo o porque, pois amizade não se conquista com farpas, mas com carinho. Entendo também que ela está percebendo isso. E por acreditar que, mesmo ela estando perdida, ela é uma pessoa boa, foi que eu a convidei.

Ficamos hospedados numa minúscula pequena apertadinha pensão. A melhor da cidade (acredito eu que a única). E quer saber? Ela parecia gigante, pois estávamos felizes e qualquer lugar no mundo poderia estar bom: better togheter, lembra? Até o fato, de definir quem ia dormir onde, era motivo de risos. Imagina escolher quem dormiria no quarto com banheiro e quem ficaria com o banheiro fora do quarto? Só alegria! Dormir? Só depois de colocar as fofocas em dia.

Divertido foi disputar os abraços de Donna com o seu... Seu... Seu? Não sei... Hum... Já sei! Com nosso amigo! Assim fica bom (penso eu). Carinho de amiga é bom! E sim! É muito bom mesmo!

Vi tantas coisas. Vi até o Quarteto Fantástico em ação. E descobri, que mesmo com seu escudo ativo e com seu poder de invisibilidade, consigo ler os olhos da mulher invisível, que a cada dia aparece mais. Sorri mais. Vive mais. E cada dia adimiro mais seus poderes.

Vi que o Tocha Humana está aprendendo a controlar suas chamas e que, com isso, não está mais queimando a mocinha.

Vi O Coisa mostrar que ele tem força não apenas em suas mãos, mas também em suas palavras. Repito, aqui, um comentário sobre ele feito em outro blog (por considerar que tal comentário foi perfeito): "O coisa é uma pessoa ainda mais legal do que eu pensava".

Aprendi que o Senhor Fantástico pode usar seus poderes para ajudar e proteger, e não apenas para defender-se.

E que Donna, além de linda e inteligente sabe voar com os pés no chão.

Vi tanta coisa nessa viagem: amizade, carinho, beijos, olhares, ... Queria comentar sobre todas essas coisas que vi, mas esse post seria pequeno para tanto. O importante é registrar que mais uma vez viajei com Donna e mais uma vez foi muito bom e mais uma vez combinamos de fazer tudo isso e mais um tanto de coisas mais vezes, pois isso nos renova a vida.

O importante, também, é que fique claro uma coisa: quando estamos ao lado das pessoas que gostamos, todas elas são lindas, não por tudo ser perfeito, mas por saber que com amizade, carinho, atenção e união, os problemas ficam tão pequenos que são resolvidos com sorrisos e abraços.


domingo, 3 de maio de 2009

Segurei aquelas mãos por alguns segundos, antes que ela as puxasse. Senti a temperatura. Senti o pulso dos batimentos cardíacos. Senti a maciez.

Quando ela, tímida, insegura e assustada, tirou-as discretamente das minhas mãos, levei, as minhas, as narinas. Fechei os olhos. Por alguns segundos apreciei aquele perfume: simplesmente embriagante. Meu coração acelerou. Mantive a calma ou pelo menos tentei.

Ela, apesar de tímida e insegura, não fugiu. Ficou ali com aqueles olhos curiosos. Eu, enquanto falava, imaginava a maciez daqueles ombros nus e observava cada detalhe, por menor que ele fosse, mas o que eu queria ver, de verdade, estava coberto por aqueles lindos olhos: seus pensamentos. Nunca tive tanta dúvida sobre o que uma pessoa estava pensando. Será isso que há por trás deles: dúvida?

E assim, entre carinhos inocentes, olhares curiosos, falas intermináveis e muitos pensamentos não revelados, a madrugada nos abraçou. Foi então que não resisti e a abracei. Se o perfume das mãos me embriagaram, o que dizer do perfume acima dos seus ombros?

Pena que esses momentos bons passaram tão rápidos quanto o último abraço e é por isso que quero andar de mãos dadas com ela.