domingo, 3 de maio de 2009

Segurei aquelas mãos por alguns segundos, antes que ela as puxasse. Senti a temperatura. Senti o pulso dos batimentos cardíacos. Senti a maciez.

Quando ela, tímida, insegura e assustada, tirou-as discretamente das minhas mãos, levei, as minhas, as narinas. Fechei os olhos. Por alguns segundos apreciei aquele perfume: simplesmente embriagante. Meu coração acelerou. Mantive a calma ou pelo menos tentei.

Ela, apesar de tímida e insegura, não fugiu. Ficou ali com aqueles olhos curiosos. Eu, enquanto falava, imaginava a maciez daqueles ombros nus e observava cada detalhe, por menor que ele fosse, mas o que eu queria ver, de verdade, estava coberto por aqueles lindos olhos: seus pensamentos. Nunca tive tanta dúvida sobre o que uma pessoa estava pensando. Será isso que há por trás deles: dúvida?

E assim, entre carinhos inocentes, olhares curiosos, falas intermináveis e muitos pensamentos não revelados, a madrugada nos abraçou. Foi então que não resisti e a abracei. Se o perfume das mãos me embriagaram, o que dizer do perfume acima dos seus ombros?

Pena que esses momentos bons passaram tão rápidos quanto o último abraço e é por isso que quero andar de mãos dadas com ela.

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