domingo, 28 de dezembro de 2008

Os cachorros não precisam de muito para amar

O pré-conceito é algo que precisamos evitar. Muitas vezes nem percebemos que estamos preconcebendo a opinião sobre algo. Hoje, por exemplo, fui ao cinema com duas pessoas que gosto muito e, na escolha do filme, meu pré-conceito aos da "sessão da tarde" me fez pensar que não seria um bom filme, por se tratar de "um daqueles com cachorro".

Donna me ligou por volta de 11:30 da manhã. Eu ainda estava no sofá com a mesma cara com a que acordei. Estava lendo e-mails, assistindo TV e pesquisando componentes para um robô que pretendo construir. O plano de Donna era ir ao shopping, almoçar e então assistir um filme.

Como opções que se encaixavam no nosso horário e que não eram dublados tínhamos Sete Vidas e Marley e Eu. Queria ver Sete Vidas. Me pareceu que Donna queria ver Crepúsculo (mas só tinha versão dublada). Nosso amigo sugeriu Marley e Eu.

Mesmo com vontade de assistir Marley e Eu, por causa de uma crítica positiva que vi na TV, meu pré-conceito me fazia não querer escolhê-lo. Relutei contra esse preconceito e votei a favor de Marley. Que bom que agi assim.

O filme tem um roteiro muito bom, que nos mostra a vida como ela é. Nos mostra momentos felizes, tristes, problemas, falta de diálogo, superação de momentos difíceis com o diálogo, enfim, vida. Essa vida real nossa. Nada de ficção ou efeitos especiais. O roteiro nos mostra que viver é saber aproveitar os bons momentos e superar os difíceis.

O final é muito interessante. Que nos faz chorar ou escutar o choro de quem está nas poltronas próximas. Não chorei, mas meus olhos lacrimejaram. Me lembrei de quando era criança e tinha um cachorro. Me lembrei de momentos felizes da minha vida, lembrei de momentos tristes também e saí do cinema com aquela sensação de ter aprendi um pouco mais dessa fantástica aventura que é o viver.



Letra
Tradução

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Aprendendo a perdoar

Fazia tempo que não ficava em uma situação que não tivesse uma resposta para ela. Tanto tempo que nem me lembrava como é ruim ficar sem uma resposta ou saída que se saiba as conseqüências e essas não sejam todas ruins.

Fiquei totalmente perdido, pois as duas saídas que eu tinha eram ruins. Uma era sair do lugar onde estava, me despedir das pessoas da mesa e correr para o meu cantinho, mas isso faria com que eu tirasse, pelo menos, uma outra pessoa que lá estava se divertindo. A outra era entrar no jogo. Um péssimo jogo.

Fiquei em uma verdadeira sinuca.

Não deu outra. fiz a pior das escolhas. Escolhi ficar e entrar no jogo. Apesar da torcida achar que eu ganhei o prêmio, na verdade, perdi. Perdi não apenas a partida. Perdi as esperanças. Mais uma vez a fina linha da confiança se rompeu.

Ontem, ao ouvir um pedido de desculpas, de uma pessoa que se despiu de seus temores, pudores e orgulhos, fiquei paralisado. Dessa vez não tratou-se de uma sinuca, mas de ter a opção de ficar com medo do passado e a opção de perdoar de verdade.

Eu não sei perdoar. Minha memória não deixa eu perdoar, mas estou aprendendo.

O passado me ensinou quanto é possível perder quando não se perdoa.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

"Para o alto e avante"

Alguns dias, em nossas vidas, parecem ser o fim de tudo. Parece que estamos no fundo do mais profundo poço. É quando queremos que o mundo acabe. Nada tem sentido.

Nesses dias cada um deve se apegar àquilo em que acredita, pois é nessas horas que descobrimos quem são amigos de verdade e quem são apenas colegas de farra. É quando descobrimos que há momentos ruins na vida, por mais que queiramos apenas viver sorrindo.

Algumas pessoas simplesmente desabam e passam dias tristes e retraídas. Outras pessoas, no entanto, mostram que são bárbaras. Sei que você é assim Bárbara. Sei que dará a volta por cima. Conte comigo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O jeitinho que nos faz felizes

O carro quebrou no trânsito? Vamos puxá-lo até a oficina! É mais barato que contratar o reboque. Está resfriado? Tome um chá com casca de laranja! Não será preciso ir ao médico.

Esses são exemplos do popular jeitinho brasileiro. Dom que parece ser herdado por todo bom cidadão daqui. Para tudo ele encontra solução, resposta ou remédio. Não importa se é a coisa certa a fazer. O importante é resolver rápido, barato e sem dor.

Mas o jeitinho brasileiro não é usado apenas para gambiarras. Há quem diga, e sou um desses, que é esse jeito de resolver as coisas que atribui, ao Brasil, o título de país da criatividade. Com a qual criamos tantas coisas boas, bonitas e divertidas como, por exemplo, o carnaval, o samba e a bossa.

Com ele conseguimos, muitas vezes sem recursos, ajudar ao próximo; concluímos nossos projetos; vivemos felizes.

É esse jeitinho que permite ao povo brasileiro, mesmo tendo tão pouco, organizar-se e ajudar pessoas desabrigadas, como é possível, atualmente, acompanhar pela mídia o caso de Santa Catarina.

Há os que dizem que esse jeito de dar jeito em tudo é o que faz nosso país não ter jeito nenhum. Eu, no entanto, afirmo que é esse jeitinho que nos faz um povo feliz.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ando afoito

Apesar de muito raramente estar sozinho, não gosto de ficar muito tempo sem uma pessoa especial ao meu lado. E já tem um bom tempo que estou apenas beijando bocas sem compromisso nenhum.

Pensando nisso comecei a conversar com algumas pessoas para ver se havia alguma afinidade. Se corpo e mente me agradariam.

Isso é bom para conhecer melhor a pessoa antes de começar um namoro. E é ruim porque durante essa fase de avaliação estou magoando algumas pessoas. Fazendo com que elas pensem coisas ruins de mim. Algumas não se chateiam. Não se magoam. Outras me dizem que eu sou um aproveitador.

Sou muito lógico e tenho a consciência tranqüila pois para nenhuma delas prometi nada e desde o começo sempre disse que poderia dar certo e que também não poderia. E fico tranqüilo também, por saber que para algumas eu era uma opção a mais entre outras que existiam.

É como tenho dito ultimamente: C´est la vie!

Hoje uma pessoa muito legal, dona de uma voz linda e de um carinho muito bom de se ter, me perguntou se estou namorando.

Gostaria de estar namorando. Gostaria de estar andando de mãos dadas por aí. De sentar em algum lugar e conversar fazendo carinho. De me divertir ao lado de uma namorada. De voltar para casa e fazer um sexo pra lá de gostoso. De dormir abraçadinho.

Mas parece que todas as pessoas estão sempre presas ao passado ou eu tenho o carma de gostar de pessoas que não podem rapidamente resolver suas vidas.

O engraçado é que hoje uma pessoa disse que eu fui rápido demais na minha escolha. E o mais engraçado ainda, é que acho que estou sendo até devagar demais e, devido aos fatos, penso comigo se não irei pisar mais fundo ainda no acelerador, pois acredito que dar tempo ao tempo e ficar esperando as coisas acontecerem sozinhas, não faz muito meu estilo.

Por isso estou ao lado de uma pessoa agora, para saber se é com ela que irei ver meu coração disparar com beijos e minha alma molhar com um toque. Se for eu me queto. Se não for continuarei tentando. C´est la vie!


domingo, 30 de novembro de 2008

Uai sô!

Eram dezoito horas e trinta minutos. Donna me liga e pergunta:

― Onde você está lindinho?

― Na área de alimentação e você?

― Estou aqui no box de embarque. Venha para cá.

Ela, eu e outras duas pessoas estávamos indo viajar para Belo Horizonte.

Chegamos em BH mais ou menos às oito e trinta. Depois de todas aquelas horas cansativas sentados nas poltronas o que queríamos era lavar o rosto, escovar os dentes e tomar um bom café da manhã. Foi o que fizemos. Por volta das dez um amigo de Donna chegou ao terminal rodoviário para nos buscar e levar até à casa de outro amigo nosso, onde ficamos hospedados.

O motivo da viagem foi o Encontro Mineiro de Software Livre. Donna tinha, além desse, outro motivo. Queria reencontrar amigos/as e uma pessoa em especial. Alguém que tem grandes chances de tornar-se namorado dela.

A receptividade do dono da casa, de sua mãe e de sua namorada foi um destaque à parte. A mãe uma pessoa muito divertida e boa de prosa. Ele e sua namorada um casal muito bonito e muito simpático. Fica registrado, aqui, meu agradecimento pela hospedagem e pelos bons momentos que passamos juntos, como o bom bate-papo, regado de wisky e "cheese ball", com o simpático Jon "Maddog" Hall. Foi um momento muito prazeroso.

Além da aconchegante hospedagem valeu a experiência promovida durante o evento, a felicidade de Donna ao trocar beijos com seu pretendente e meu constante pensamento em alguém que ficou em Goiás, alguém que tem um sorriso muito gostoso, que me encanta por sua alegria, sua facilidade em deixar o assunto fluir e por sua capacidade de me manter sempre envolvido e cheio de saudades dela.

E é por isso, mesmo aqui estando tão bom, que quero muito chegar na bonita Goiânia, me encontrar com ela (que não me sai do pensamento) e deixar a vida seguir seu rumo... Ah! Vida, vida minha... Siga nosso caminho me deixando sempre com ela ao lado.



quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Nem imaginava.

Na década de 80, quando comecei a ter acesso à Internet, duas coisas eram febres: as salas de bate-papo e os sites pornográficos.

Pornografia cansa. Salas de bate-papo, como as do UOL cansam. Acabei encontrando, ainda bem, outras atividades interessantes e produtivas nessa grande rede.

A dois domingos atrás, no entanto, cansado de programar, de ver TV e sem ânimo algum de ir a qualquer lugar encontrar conhecidos/as, resolvi verificar se as salas de bate-papo do UOL ainda existiam.

Lá estavam elas. Quase do mesmo jeito. Uma pequena melhoria no visual e na organização das salas. Cliquei em cidades. Escolhi Goiânia. Apareceu a tela para escolher um apelido... Inventei um que já falasse meu sexo, minha idade, e o que estava fazendo ali. Acessei a primeira sala. Estava com mais de 30 pessoas. A primeira mensagem que me apareceu foi de um tal de gatopassivo... Pensei em largar mão daquilo. Mas me lembrei que o tédio fora era igual ou pior àquela sala.

Resolvi tentar uma outra sala. Goiânia, por idade, entre 30 e 40 anos... Muitas mulheres chatas e desesperadamente carentes... Resolvi, então, ir para sala de idade entre 20 e 30 anos.

Me pareceu mais tranqüila.

Ali fiquei prestando atenção nos toscos e raros diálogos que apareciam no aberto. Olhei a lista de pessoas na sala. Nenhum dos nomes me chamou atenção. Voltei a prestar atenção na TV, sempre observando a atividade da sala.

Algumas pessoas entraram em contato e quase sempre ficávamos no trivial: "oi", "de onde vc é?", "qual sua idade?" (como se já não estive no apelido que estava usando), "o que vc faz?"...

Até que vi um apelido que me chamou atenção por causa da idade. Era alguém com 26 anos. Me interessei. Puxei conversa. O papo fluiu. Passei o endereço do meu MSN (outra coisa que fazia tempo que não utilizava). Trocamos endereços de e-mail...

Na terça ou quarta-feira, da semana seguinte, me lembrei que não tinha anotado o endereço de e-mail dela e que meu MSN não salvava logs. Interessado em trocar mais algumas idéias, não pensei duas vezes: acessei novamente o MSN. E o engraçado é que ela também não tinha anotado meu e-mail e estava tentando encontrar nos logs.

De lá para cá não consegui não falar com ela. E o porque disso, vocês saberão nos próximos posts.

E o título que usei aqui se justifica pelo fato de eu nem imaginar que conheceria alguém de alma tão bela em uma sala de bate-papo, muito menos do UOL.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Quanto mais você tenta...

Segundo a Wikipédia, feminismo é um movimento sócio-político que luta pela igualdade das mulheres em relação aos homens. Já foi definido como uma ideologia que objetiva a igualdade - ou o que seria mais preciso - a igualdade entre os sexos. Outros estudiosos definem o feminismo como um conjunto de idéias políticas, filosóficas e sociais que procuram promover os direitos e interesses das mulheres na sociedade civil.

Não entendo nada disso. Sei o que vejo e o que está ao meu redor. Não posso fazer análises baseando-me apenas em textos. Como não estou interessado no feminismo (apesar de me interessar bastante pela igualdade) quero que você que estiver lendo saiba, que o que vou narrar abaixo, é apenas uma observação quanto ao comportamento de algumas pessoas que estão próximas e em especial a uma pessoa que está confusa, muito confusa (nah, não é você hehehehe). Portanto, não questione minha experiência quanto ao feminismo, pois não tenho nenhuma. Não tenho experiência nem mesmo com o machismo.

O fato é que algumas mulheres, talvez influenciadas (ou pressionadas) por amigas, por diversas mudanças hormonais, por terem sido deixadas por aqueles por quem elas juraram amor eterno (e eles a deixaram) ou ainda outros fatores diversos, têm desesperadamente tentado provar que são independentes, que são modernas, e que não precisam de homem para viver...

Elas se esquecem que feminismo é a busca da igualdade e não da superioridade. Se esquecem que naturalmente homens precisam de mulheres e mulheres precisam de homens. Homens gostam de transar com mulheres. Mulheres gostam de transar com homens.

Fico vendo a pequena menina que não era boba se perdendo, nessa busca desesperada para não depender de ninguém. Para não amar ninguém. "Nunca mais", talvez ela tenha gritado sozinha em seu quarto.

Enquanto isso, aqui no meu cantinho, vou vivendo e vendo ela me observar. Talvez ela até me deseje e isso a deixe mais revoltada ainda. Isso não me interessa. Sei que ela precisa do tempo dela. Sempre digo que "o que tiver de ser será".

A única coisa que me perturba é quando pessoas medrosas colocam o dedo nos meus medos, para fugirem dos seus.



Letra
Tradução

terça-feira, 21 de outubro de 2008

"pq eu sou interessante pra vc?"

Parecia que seria mais uma daquelas segundas-feiras tumultuadas por ter várias coisas do final de semana para colocar em dia. Então você apareceu no meu talk. Fazia tempo que não nos falávamos de assuntos tão variados. Estava solta. Livre. Estava com saudades de você.

Então, no meio de várias conversas, você me pergunta: "pq eu sou interessante pra vc?"

Essa é uma daquelas perguntas que me faz parar tudo que estou fazendo e me concentrar para responder. Para que não aja dúvidas sobre o que eu disse, vou registrar aqui.

Você é nova, é verdade. No entanto não faz coisas bobinhas que sua idade permite fazer. Você tem uma boa visão das coisas do mundo e sempre tem um bom assunto por perto. É cheia de dúvidas e isso me deixa cheio de curiosidades e vontade de lhe ajudar. Tem um monte de vontades. Algumas comportadas, outras nem tanto. Seja como for, todas são vontades que vale a pena vivê-las e adoraria viver todas ao seu lado. É cheia de anseios e temores e me agrada a idéia de lhe deixar deitar no meu peito para que se sinta protegida. Gosto do seu ponto de vista em relação ao mundo, às pessoas, à religião... Adoro seu interesse pela computação e pelas coisas livres. Gosto do seu lado profissional e da sua dedicação pelas coisas que se propõe fazer. Gosto do seu corpo, perfume, cheiro, olhar, da maciez de sua pele.

Gosto de você.


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Eu sei que apenas eu me sondo

Nasci dentro de uma família católica. Nem me lembro qual foi a primeira vez que participei de uma missa. Com certeza eu era criança de colo.

Era comum na minha família, antes que minha querida avó falecesse, comemorar datas religiosas com a celebração do Terço. Eram festas cheias de foguetes, fogueira e bebidas preparadas com pinga, como o Quentão, por exemplo. Era o santo e o humano festejados juntos.

Acompanhava o terço de forma extremamente mecânica. Não parava para pensar nas palavras. Apenas repetia, acompanhando meus parentes e amigos.

Cresci ouvindo minha mãe dizer que dinheiro não trás felicidade. Que fazer coisas erradas é pecado. Que Deus castiga... Cresci participando de grupos de jovens. Hoje sei que não era por pensar que iria para o céu, mas por ter pessoas por perto. Por ter as meninas. Por poder falar em público. Por ter pessoas para elogiar minha inteligência.

Deus era apenas uma conseqüência.

Fazia o que todos faziam. Rezava o que todos rezavam. Defendia a existência de Deus para fazer parte do grupo, assim como um boizinho fuma para fazer parte da turma.

Com o tempo comecei a perceber algumas incoerências aqui e ali, mas me punia por pensar isso pois, afinal, no meu subconsciente, Ele era todo poderoso e poderia me punir. Mas é difícil ter uma lógica tão desenvolvida como tenho e aceitar a existência de um Pai que nunca apareceu. Que nunca se revelou senão através de terceiros ou escondido entre nuvens. É difícil saber que mesmo Ele podendo tudo, nos coloca nesse mundo para sofrermos e pagarmos por nossos pecados. É difícil acreditar que estamos aqui em um processo evolutivo, por não sermos dignos e nem capazes de entender as coisas espirituais.

Uma vez li um artigo com o título: Ateus, graças a Deus. Me lembrei do livre arbítrio, que diz que cada pessoa é livre para seguir seu caminho. Escolhi não acreditar em algo que me manipula, oprime meus sentimentos e que me vigia para ter certeza que não estou fazendo nada pecaminoso. Escolhi viver. Escolhi criar o meu caminho e dar a mim mesmo os créditos quando as coisas derem certas ou erradas e não a um Deus que se esconde. Escolhi não me culpar e ficar pensando o que fiz de errado quando o mundo me deixa triste.

Acredito que não há outra vida além dessa. Que quando morrer irei apenas apodrecer e que o que ficará serão apenas minha existência na memória daquelas pessoas que se lembrarem de mim.

Sei que o único que me sonda sou eu e que vivo só nesse mundo. Ainda assim sou feliz por gostar da vida que tenho, mesmo com todas as dores que sinto, sou feliz.


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Com quem eu converso sobre tudo

No dia do aniversário de Donna resolvi não ligar para ela. Com certeza, eu ligar, era o que ela estava esperando, já que lhe dei os parabéns um mês adiantado. Não liguei só para fazer charme.

Por volta das dez horas da manhã ela me ligou e me convidou para "uma reunião de amigos, nada sofisticado" que faria à noite na casa dela. Não me lembro mais como aconteceu, sei que acabamos almoçando juntos naquele dia. Ela, algumas amigas/os e eu.

No final do dia estava super carregado de afazeres que surgiram durante a tarde e que precisava concluí-los. Liguei para ela e fiz a seguinte pergunta cretina: se eu não for na sua casa hoje você vai ficar muito chateada comigo?

Rápido silêncio... E então:

― Por quê?

― Estou fazendo algumas coisas e acho que terminarei muito tarde.

― Que horas você acha que irá terminar?

― Entre 21:00 e 22:00 horas.

― Tudo bem! Quando terminar você vem!

Não dou conta de resistir a certos convites. Esse é um deles. Acelerei o que estava fazendo. Negociei outras coisas para dia diferente. Fui um dos primeiros a chegar.

Ela ainda não havia descido, mas não demorou. Linda e bem vestida como sempre. Um pouco a mais de maquiagem do que o necessário, pelo meu gosto (adoro pouca maquiagem), mas linda. Muito linda. Com aquele sorriso maroto de sempre.

Depois que eu já havia bebido algumas doses do meu amigo Johnnie, a irmã dela convidou todas as pessoas a cantarem os parabéns. Logo em seguida várias pessoas falaram sobre Donna. Nada de novidade. Tudo que falaram eu já sabia e concordo plenamente.

Quando ela falou agradecendo as pessoas que estavam presentes (famíliares, amigas/os e demais) fiquei muito feliz. No meio do discurso ela diz: "amigos como o JJ, com quem eu falo sobre tudo". Foi muito bom ouvir isso na frente de tantas pessoas.

Somos assim mesmo. Falamos sobre tudo e ficamos horas fazendo isso. Ela é uma pessoa que admiro muito. Uma amiga, irmã e companheira de luta.

Algumas pessoas que me lêem acham que ela e eu temos algo mais do que amizade. Temos sim. Temos um carinho e uma atenção muito grande. Porém é pura amizade. Nunca trocamos sequer um beijo.

E finalizo dizendo: eu gosto demais de você moça linda! Estou com saudade de viajar ao seu lado. <3


terça-feira, 30 de setembro de 2008

De volta ao luto

Fechei meus olhos e esperei acostumar-me com o escuro. Rodopiei várias vezes até perder a noção de direção. Caminhei dentro do meu subconsciente por horas, ainda com os olhos fechados, até ter certeza de que já não poderia mais me lembrar do caminho percorrido.

Abri meus olhos.

Com a pá da angustia cavei sete palmos, como manda a tradição. Ainda não estava fundo o bastante. Resolvi cavar três vezes mais. Exausto de tanto esforço, decidi que já era suficiente.

Lá, naquela cova profunda joguei o amor que sentia por você.

Coloquei nos olhos dele uma venda, para que nunca mais possa ver nenhuma expressão de esperança vinda do teu rosto. Tampei-lhe os ouvidos para que nunca mais possa ouvir, sequer, uma palavra por você proferida. Com uma fita selei os lábios para que nunca possa clamar por outra chance. Obstruí as narinas para que não tenha chance alguma de respirar ou sentir teu perfume. Para que não possa estendê-las em suplica de um afago, carinho ou carícia, as mãos prendi com algemas. E para que nunca mais caminhe em sua direção prendi uma enorme esfera de chumbo nos tornozelos.

Por cima joguei terra e nela joguei sal, para que nada mais brote dali. Por fim cobri com cimento, para que ninguém cave e desenterre-o.

Fechei os olhos. Rodopiei novamente. Caminhei por horas e voltei para o meu consciente. Pude, então, dormir novamente.


Letra

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

"Por que você é feliz?"

Esses dias fui surpreendido por uma daquelas perguntas que nos espantam num primeiro momento, nos faz refletir em seguida e fica nos martelando por um bom tempo.

Estava conversando com uma pessoal muito legal, que pediu para, pelo menos por enquanto, não ser citada nesse blog. Estávamos numa mesa de barzinho olhando um para o outro e falando sobre várias coisas pelas quais passamos até chegar àquele momento. Sorrimos. Ficamos sérios. Lembramos de coisas boas e de coisas ruins... De repente, do nada, ela atira a pergunta: "Por que você é tão feliz?"

Fiquei chocado. Comecei a pensar em uma série de coisas. A pergunta foi tão sutil quanto aterrorizante. A única coisa que consegui dizer foi: Por quê?

― Porque você está saindo de um relacionamento que ainda lhe faz falta... Porque você tem dois tumores... Porque você não mora com suas filhas... Porque você não dirige... Porque você mora sozinho... Ah... Porque pelo menos eu vejo que você tem um monte de motivos para reclamar da vida, mas você não faz. Raramente está triste.

Pensei nisso tudo por algum tempo, olhando fixamente para ela e então respondi:

― Sou feliz porque sou uma pessoa inteligente. Trabalho no que gosto. Tenho várias amigas/os com as quais converso. Tenho uma super amiga com a qual converso sobre tudo. Tenho o meu cantinho no qual posso me isolar quando quero... Enfim... Sou feliz porque gosto de viver e acho que problemas fazem parte da vida. Uns são fáceis, outros complicados, mas viver é isso e gosto muito de viver.



Essa dispensa letra e tradução...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Momentos raros

Uma vez ouvi alguém dizendo que as coisas boas da vida são momentos raros. Na época eu concordei. Talvez eu estivesse naquela fase do "copo meio vazio". Não sei mais, não me lembro quando foi isso.

Hoje tenho uma opinião diferente. Acredito que existam coisas boas na vida que não são assim, fazendo esse viver ser uma mistura de coisas boas, ruins e de momentos raros.

Eles não são necessariamente momentos bons. Podem existir momentos raros ruins, mas prefiro comentar sobre os bons. Devo estar na fase do "copo meio cheio".

Vislumbrar um corpo nu, branquinho, lindo, puro, de um perfume inesquecível, sendo iluminado pela luz da lua que entra por uma janela de um quarto pequeno e aconchegante é um momento raro. Um singelo gesto de carinho com o polegar quando duas mãos, até então estranhas, estão próximas. Um beijo carinhoso no pescoço fazendo arrepiar todo aquele corpo branquinho e lindo. Ver você tremer e ouvir seus gemidos várias vezes seguidas nos meus braços.

E momentos raros como esse, quando admito em público que errei. Sim eu errei e confesso. Errei ao lhe mandar ir embora. Errei ao lhe deixar ir. Errei sim. Me perdoe por reconhecer isso somente agora.


Letra

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Só não entendo por que tanta mentira

Tenho uma colega. Morena. Muito bonita. Inteligente e... Assim como todas as pessoas: problemática. Mas ser humano problemático atualmente é até moda. Basta lembrarmos do tanto de especialidades para cuidar do mental, dos vários tratamentos e medicamentos.

Mas uma coisa que me intriga bastante é o quanto temos o costume de mentir ou, como uma outra pessoa muito especial na minha vida gostava de dizer, "ocultar" certas coisas. Algumas vezes fazemos isso para nos proteger. Outras para proteger a pessoa que amamos. Porém, o pior tipo é da mentira para enganar. Esse é lamentável.

Mas voltando à minha amiga morena: ultimamente ela tem se apresentado muito confusa. Sei que ela mente para uma pessoa. Sei que ela mente para mim. Sei que ela mente para si mesma. Ela sabe que acabou, mas não perde as esperanças ou talvez ela não saiba mesmo e continuará vivendo na ilusão por mais um bom tempo.

Mas, por que estou escrevendo isso tudo sobre essa colega? Porque é muito provável que eu esteja na mesma situação e não saiba ou não quero enxergar.

Não sei o que essa colega fará. Eu decidi abrir os olhos e mesmo amando, continuar o caminho da minha vida.

E por falar em mentira, me lembrei dessa música, que hoje sei, não tem nenhuma verdade nela.

Letra
Tradução

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Minha mente não te esquece.

Eu vi que o culpado sou eu.
Eu sei... O problema é meu.

Olhei para o passado e vi.
Foi lá que plantei e colhi.

Agora não tem jeito.
É suportar a dor no peito.

Quero esquecer tudo.
Afogar. Chorar o luto.

Sorria. Você merece.
Minh´alma padece.

Por que minha mente,
Não te esquece.


Letra

domingo, 31 de agosto de 2008

"Como vai você?"

Pensei em tantas coisas para escrever. Pensei em contar algumas coisas. Explicar outras. Expor outras tantas. Não consegui... Tudo que quero dizer está na letra dessa música:

Letra

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Apenas uma

Quando eu era criança nem pensava nisso. Era tão bom. Brincava com meus carrinhos feitos de madeira, lata ou alguns poucos de plástico. O lugar preferido para isso era sob um cajueiro. Brincava por horas sem pensar em mais nada.

Quando chegou minha adolescência queria beijar muito na boca. Queria abraçar. Estar junto. Passar o dia pensando. Então conheci o sexo no corpo de uma mulher mais velha. Eu tinha uns dezesseis anos e ela vinte e seis.

Por um bom tempo estive naquela fase do quanto mais melhor. Fiquei nessa até encontrar uma menina. Linda. Muito linda. Enquanto estivemos juntos foi só ela. Nem um beijo se quer dei em outra pessoa.

Mas desde que se foi tenho estado naquela fase do quanto mais melhor. Mas já estou sentindo falta de me dedicar apenas a uma pessoa. Concentrar meus beijos, carinhos e desejos para apenas uma mulher. Tem uma em especial que quero assim, mas talvez o coraçãozinho dela ainda não esteja pronto.

Talvez eu espere. Talvez eu encontre outra pessoa enquanto isso. Não sei... Será que devo esperar? Será que devo esperar por ela sozinho, quieto?

Não sei... Enquanto não sei vou vivendo um pouco: às vezes só para ela, outras só para mim e outras para elas.



Letra

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Surpresas boas acontecem

Saí do local onde estou trabalhando e decidi caminhar. São mais ou menos sete quilômetros até minha casa. Uma boa caminhada para um ser sedentário. Porém, minha idéia era caminhar até o centro, escolher um restaurante, almoçar e voltar para continuar trabalhando.

Ao chegar ao centro, no entanto, decidi que iria até em casa. Pensei em cozinhar um arroz e preparar uma gostosa omelete.

Bem perto de casa meu telefone toca. Não identifiquei o número, pois estou a pouco tempo com o atual celular e ainda não transferi minha agenda.

Era ela... Almoçamos. Passamos a tarde juntos. Assistimos Perfume. Cochilei no ombro dela. Senti aquele cheiro gostoso que ela tem nos seios... Ela chorou. Chorou no meu colo. Recebeu um monte de carinho. Cochilou. Mais carinho. Alguns beijos. Carinho. Carícias. Massagem... Hora de ir embora.

Hoje dormirei mais tranqüilo por sua causa.


Letra
Tradução

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Um antigo novo amor?

Ontem uma amiga minha me disse: "pra esquecer um amor, só com outro". Normal pelo contexto de nossa conversa, mas o engraçado é que mais ou menos uma hora depois meu celular tocou e mostrou um número que eu não sabia de quem era. Pensei em não atender. Foi isso mesmo que fiz. Já estava deitado e não quis correr o risco de atender alguém indesejável.

Cinco minutos depois o telefone toca novamente. Era o mesmo número. Movido pela curiosidade, preocupação e ansiedade atendi. "Júnio?", foi a primeira coisa que ouvi. Tentei identificar a voz mas não consegui. Confirmei que sim e então...

— Sabe quem está falando?

— Não!

— Não faz a mínima idéia?

— Não!

— Imaginei que não saberia. Você se lembra de alguma Cleide?

Corri pelas minhas lembranças e só consegui me lembrar de uma Cleide, mas pensei que poderia não ser ela, devido ao grande tempo que havia se passado desde a última vez que nos encontramos.

— Me lembro de uma Cleide, mas...

— Mas acha que não pode ser por causa do tempo?

Fiquei pasmo! Era justamente isso que eu estava pensando...

— Isso mesmo. Você é a Cleide, minha prima.

— Sou eu sim. Desculpe estar ligando a essa hora. Fiz uma maratona para conseguir esse seu número e só consegui agora e estava muito ansiosa para ligar.

Cleide é a filha de uma prima minha, o que faz dela, se eu não estiver enganado, prima segunda. Foi a minha primeira paixão. Éramos muito crianças. Eu devia ter meus quinze anos e ela apenas uns nove quando falamos que seríamos eternamente namorados. Coisas de criança...

Na festa dos quinze anos de Cleide nos beijamos pela primeira vez. A mãe dela, hoje já falecida, sempre apoiou nosso namoro. Mas a grande verdade é que nós dois nunca namoramos. Sempre que nos encontrávamos era lindo. Nos abraçávamos e nos beijávamos e isso bastava para gostar muito de estar juntos.

— Fiquei sabendo que você está sozinho e como também estou sozinha... Você tem MSN? Gostaria de falar mais com você, mas é muita coisa para falar por celular. Além disso gostaria que você me visse.

Ficamos até agora nos falando pelo MSN. Ela está linda nos seus trinta e um anos. Parece que o tempo não passou por ela. Ainda guarda aquele rostinho lindo de sempre. Aquele sorriso feliz.

Realmente me surpreendeu muito ter reencontrado Cleide. Expliquei para ela o momento complicado pelo qual passo com meus sentimentos e ela me disse a mesma coisa que minha amiga, citada no começo desse texto: "para esquecer um amor, só outro".

Ainda não sei o que irei fazer, mas realmente fiquei muito feliz por ela ter me procurado e por ter passado a noite em claro conversando comigo.

domingo, 24 de agosto de 2008

Mais um jantar na minha casa

Eu a convidei por estar querendo muito ficar conversando com alguém e ela realmente é uma pessoa muito legal. Marcamos por três vezes e ela teve problemas e não pode vir. Na primeira vez ela ficou hospitalizada. Na segunda não pôde recusar um pedido da avó. Na terceira o irmão dela intoxicou-se com nicotina.

Não convidei mais. Fiquei imaginando que ela não queria vir ou que se eu a convidasse de novo alguma outra tragédia iria acontecer. Então ela perguntou se poderia vir aqui. E eu concordei.

Quando ela tinha 15 ou 16 anos a gente se encontrou duas vezes. Na primeira vez ficamos só nos beijos e na segunda vez fomos um pouco mais além, mas nunca fomos para a cama. Muito tempo se passou sem a gente se ver e muitas coisas aconteceram comigo: separação, mudança para Goiânia e o encontro com o amor da minha vida. Só para citar algumas.

Fui buscá-la numa praça aqui perto de casa. Viemos para cá. Ficamos conversando... Mas fiquei o tempo todo falando de uma outra pessoa e acredito que ela queria ter ficado comigo por inteiro, mas eu realmente não consegui tirar você do pensamento.

No dia seguinte ela me mandou várias mensagens. Fiquei pensando que talvez ela estivesse apaixonada por mim, mas foi apenas um mal entendido da minha parte. E a nossa velha amizade continuará.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

...

Hoje foi o dia em que eu morri.
Dor! Amargura!
Hoje foi o dia em que eu matei.
Inocência! Anjo! Amor!

Hoje foi o dia em que eu cortei.
A última linha
Que me ligava a essa
Fatídica tortura.

A dor me matou.
A amargura me matou.
Eu me matei.
Eu lhe matei.

Matei a inocência!
Que me prendia a esse mundo.
Matei o anjo!
Que me protegia nesse mundo.
Matei o amor!
Que me fazia viver nesse mundo.

A inocência só entenderá
Depois que eu partir.
O anjo só entenderá
Depois que eu sumir.
A amor entenderá sempre
Mas não agora enquanto
Tento matá-lo.

Se eu nunca lhe fiz sofrer
Você jamais me conheceu
De verdade.

sábado, 16 de agosto de 2008

Meu último post

Eu poderia escrever muitas coisas
Sobre tudo que aconteceu e o que não aconteceu
Coisas boas ou ruins.

Eu poderia escrever coisas
Sobre o que lhe fiz e o que você me fez
Coisas boas ou ruins.

Eu poderia escrever
Sobre tantas lágrimas minhas e suas
De risos e de choros.

Eu poderia
Sobre a minha dor
Levantar a sua.

Mas prefiro me calar
E fazer desse
Meu último post para você.

I cry when angels deserve to die!
Mas você só me verá sorrindo.
Seja feliz.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A respeito do Mundo da Luz

Em grande parte, este conto trata de duas pessoas de um mundo muito distante do nosso: o Mundo da Luz. Quem ler descobrirá um pouco sobre a história dele e sobre as pessoas que o habitam, principalmente sobre duas pessoas muito especiais que, por causa de uma história incrível, vieram parar aqui no nosso mundo.

Essas duas pessoas especiais são Adamo, que em nosso idioma significa amante ardente e Ada, sua eterna amada, cujo significado do nome é feliz e próspera. Como este conto é sobre a vida dessas duas, antes de continuar a falar sobre elas, contarei um pouco mais sobre o Mundo da Luz.

Não se sabe qual é a localização do Mundo da Luz. Sabe-se que ele fica muito distante daqui. É um mundo muito antigo habitado por um povo muito inteligente e numeroso. Amam a paz, a tranqüilidade e uma boa conversa: ficam horas contando as coisas uns para os outros. Adoram tecnologia e aprenderam a utilizá-la para o bem de todas as pessoas. Mesmo sabendo da existência de outros mundos habitados não fazem questão alguma de entrar em contato com nenhuma outra civilização e investem boa parte do tempo desenvolvendo tecnologia que ajude a mantê-los no anonimato. Seus corpos são formados apenas por luz. Uma luz azul agradável aos olhos. Conseguem se comunicar através do pensamento e uma informação adquirida é logo compartilhada para todo mundo. O que um sabe todos ficam sabendo. Tudo que é de um é de todos. Não há mentira entre eles e sentimentos mesquinhos e comuns a nós seres humanos não fazem parte do Mundo da Luz.

Locomovem-se de um lugar para outro como a luz e podem viajar por todo o universo sem a necessidade de nenhum tipo de equipamento especial. Quando estão na presença de outros seres, sua luz fica tão fraca que se torna difícil saber que eles estão presentes, a menos que eles queiram o contrário.

São seres não muito grandes. Todos, tanto os masculinos quanto os femininos medem 1,70 m. Possuem olhos, ouvidos, boca e nariz pequenos. Possuem braços e pernas, mas aparentemente por pura questão evolutiva, já que conseguem mover as coisas apenas com o pensamento e locomovem-se como a luz. Nos tempos de paz são muito alegres e simpáticos. Não usam nada para se vestir. Seus rostos são largos e finos e um interessante contraste de luzes marcam bem seus olhos, mas a boca, o nariz e os ouvidos só se consegue ver prestando bastante atenção. Se alimentam de energia (qualquer tipo de energia) e não precisam de mais nada, nem mesmo água. Adoram festas e brincadeiras. Suas principais atividades são: o desenvolvimento de novas tecnologias, descobrir e estudar a cultura de vidas espalhadas pelo universo.

Moram em pequenas, mas luxuosas, construções harmonicamente encaixadas ao meio ambiente do Mundo da Luz. A sabedoria deles é gigantesca. Sua capacidade de raciocínio é muito rápida. É um povo que registra todos os acontecimentos, mas o acesso a essas informações só é permitido, através de um complexo sistema tecnológico, a um ser do Mundo da Luz. É provável que em seus arquivos existam o registro de como surgiram vários mundos, inclusive o nosso. E é provável, também, que nesses registros se encontre a razão que fez esse povo se afastar de todos os outros e de construir tanta tecnologia para se manterem desconhecidos para outros mundos. É um povo guiado por vários líderes e todas as decisões são tomadas em conjunto. Por mais de cem mil anos tiveram poucos problemas com guerras. Raramente precisaram utilizar seus sofisticados equipamentos para se defenderem e jamais utilizaram-se de violência, já que sua inteligência superior sempre lhes apresentava uma saída mais digna. Um detalhe muito curioso desse povo é que eles não podem ser mortos por ninguém. Vivem cerca de cinco mil anos e, ao chegar ao fim desse período, toda sua energia é transferida para o planeta novamente e uma nova vida é criada. Isso garante o equilíbrio do número de habitantes.

Tudo ia muito bem, até o dia em que Xenocrates, um ser de um outro planeta que caiu a muitos anos atrás no Mundo da Luz e que foi acolhido por aquele povo resolveu mostrar quem realmente ele era.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Você tem exatamente três mil horas pra parar de me beijar

"
oi
responde :)
lkdjfalksjdfaoisdjfiaoe
por favor, responde...
bom
tou em goiania
queria encontrar vc
mas vc nao ta online
"

Não encontrei você.
Me liga! Me ache! Me diz onde você está que eu vou lhe buscar!!!
Sou pura saudade!
Quero lhe dar aquele abraço demorado...
Está tudo pronto esperando você aqui!
Vamos comemorar o dia dos namorados atrasado!
Super beijos!

Mais uma dose? :-)

sábado, 9 de agosto de 2008

Ainda nos fazemos mal

"
Acorde!
Pegue um escova e coloque um pouco de maquiagem
Esconda as cicatrizes para disfarçar os
"

sofrimentos

"
Por que você deixou as chaves sobre a mesa?
Aí vai você criar outra fábula
"

Nos fazemos mal.

"
Eu não acho que você confie
Em meu suicídio justo
Eu choro quando anjos merecem morrer!
"

Nessa vida nos faremos mal.

Você já cantou tantas vezes essa música, mas não prestou atenção à letra.



Letra
Tradução

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"Tan, tan, tan, batem na porta"

Várias pessoas me perguntaram: "Quem é a Donna de quem você tanto fala"?
Ora, ela:

"
É a moça da Cantiga
A mulher da Criação
Umas vezes nossa amiga
Outras nossa perdição
"

Feliz aniversário moça linda.
Sabes
Que sempre lhe tenho na lembrança.
Que lhe tenho com carinho.
Que ouço seus conselhos.
Que prezo sua amizade.

E sabes
Que basta um teu querer para que eu queira também.




Letra

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Chega logo fim do mês...

Muitas pessoas ficam loucas para que o fim do mês chegue logo. A maioria para que possam receber. Eu também! Mas esse mês tenho razões em dobro para que ele chegue logo, pois:

"eu nao troco nada,
nem ninguem.

nessa terra da garoa,
e' dificil encontrar..
alguem.

que seja amigo -
como o povo ai do cerrado.
nao consigo fazer rima -
faco tudo errado.
(hahahaha)

agosto! mes do desgosto,
te vejo no final,
pra tomar um cafe
uma cerveja
ir no bale (essa foi so' pra rimar, nunca fui no bale')
e tomar outra breja.

de repente um paieiro,
ou um bali hai.

romance nao e' pra mim,
nao sirvo nem de jasmim,
ja nem falam as rosas
e ainda assim,
a quem goste (de mim).

escrever tentando
rimar
e' engracado
melhor e' sorrir
do seu lado

dificil parar
de escrever
mas dificil de ser
e' morrer...

saudade pra porra, caraio!
te vejo no fim do mes! e ai de voce se nao tomar uma breja comigo. ;D

eu nao troco ninguem.
muito menos meu amigo!"


A breja já está na geladeira esperando você chegar, quando o fim do mês estiver próximo comprarei os tomates, as folhas de alface, as azeitonas e os palmitos. Vamos fazer como naqueles tempos, quando você morava aqui pertinho e eu comprava Bali Hai no dia dos namorados.

Saudades...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Troca-se

Troca-se:
Uma colega por uma amiga...
Uma amiga por uma melhor amiga...
Uma melhor amiga por uma namorada...
Uma namorada por você.

Troca-se:
Um pensamento por uma palavra...
Uma palavra por uma frase...
Uma frase por um olhar...
Um olhar por você.

Troca-se:
Uma fraqueza por uma mentira...
Uma mentira por uma vida...
Uma vida por uma eternidade...
Uma eternidade por você.

Troca-se:
Um carinho na mão por um beijo...
Um beijo por um desejo...
Um desejo por um amor...
Um amor por você.

Troca-se:
Uma menina bobinha por uma moça...
Uma moça por uma amante...
Uma amante por uma mulher de verdade...
Uma mulher de verdade como você.



Letra
Tradução

sábado, 2 de agosto de 2008

Procura-se

Procura-se uma mulher de verdade. Que tenha entre 25 e 30 anos. Independente. Inteligente. Que agrade as pessoas com quem conviva. Goste de coisas que gosto como, por exemplo: informática, passear, conversar com amigos/as, sair para lugares não muito bagunçados. Tenha ótimos vínculos com a família. Que seja organizada. Que tenha um cabelo lindo naturalmente. Que não seja nem muito alta e nem muito baixa. Que saiba sair de cantadas com classe.

Procura-se uma mulher de verdade. Que já tenha sofrido desilusões amorosas. Que não minta. Que não use o corpo para chamar a atenção de ninguém. Que goste de ser feliz com coisas simples. Que não seja egoísta. Que tenha boa memória.

Procura-se uma mulher de verdade. Que saiba a importância da fidelidade. Do carinho. Do amor. Das amizades. Das pessoas. Da vida.

Não tenho muito a oferecer a não ser muito carinho, atenção, paixão e, espero, o amor. A certeza da fidelidade. Do cuidado. Do interesse por suas coisas. Da amizade. Da cumplicidade. Do respeito ao seu espaço e à sua vida.

Se você se encaixa nesse perfil e não tem nada que lhe impeça, segure na minha mão, faça um carinho, olhe nos meus olhos e não diga nada... Vamos viver um amor de verdade.

Se você se encaixa nesse perfil e tem alguma coisa que lhe faz temer, não faça nada... Continue com seus pensamentos. Sei que descobrirá, mais cedo ou mais tarde, que precisamos um do outro.

Minha fama não é boa, eu sei. Tenho fama de ter muitas bocas para beijar, muitos corpos para tocar, mas lembre-se: nada disso me satisfaz. Nenhuma delas me dá nada além de físico. Meu emocional ainda continua distante à sua espera.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Sobre a paixão

Hoje pela manhã, enquanto escrevia um programa de computador, abri este blog e comecei a escutar as músicas aqui postadas. Depois de ouvir Quando você voltar do Renato Russo, fui ver quais as outras músicas dele estavam disponíveis naquela janelinha do Youtube. Acabei encontrando Longe do meu lado.

Nunca tinha ouvido essa música. Confesso até que não gostei da melodia, mas a letra... Engraçado como em determinados momentos da vida algumas palavras possuem uma importância muito maior do que teriam em outros.

Renato Russo, pelo menos ao que parece, sempre amou muito. Vai ver por isso machucou-se tanto. Vai ver por isso me machuco tanto.

Esses dias Donna foi jantar lá em casa. Havíamos combinado esse jantar na volta de Ceres. Convidei também Laís e um colega de trabalho, o Alano. Naquele momento de rasgação de seda, por parte de Donna, ela comentou: "Você sabe agradar uma mulher". Mesmo não concordando, já que preciso melhorar muito ainda para que isso seja verdadeiro, respondi: agradar uma pessoa é fácil. Difícil é encontrar alguém que mereça.

Sei que essas palavras soaram de forma áspera aos ouvidos de Donna, mas as feridas que carrego falaram mais forte. Sei também que encontrarei alguém que mereça. Sei que algumas, não fosse meu rancor, mereceram muito mais do que fiz.

O fato é que hoje estou assim:

"
Se a paixão fosse realmente um bálsamo
o mundo não pareceria tão equivocado.

Te dou carinho, respeito e um afago,
mas entenda, eu não estou apaixonado.

A paixão já passou em minha vida.
Foi até bom, mas ao final deu tudo errado
e agora carrego em mim
uma dor triste, um coração cicatrizado.

E olha que tentei o meu caminho,
mas tudo agora é coisa do passado.

Quero respeito e sempre ter alguém
que me entenda e fique sempre ao meu lado,
mas não, não quero estar apaixonado.

A paixão quer sangue e corações arruinados
e saudade é só mágoa por ter sido feito tanto estrago.

E essa escravidão e essa dor não quero mais.
Quando acreditei que tudo era um fato consumado
veio a foice e jogou-te longe.

Longe do meu lado.

Não estou mais pronto para lágrimas.
Podemos ficar juntos e vivermos o futuro.
Não o passado.

Veja o nosso mundo:
Eu também sei que dizem
Que não existe amor errado
mas entenda, não quero estar apaixonado.
"


domingo, 27 de julho de 2008

Olá!

Oi moças e moços que nas suas horas vagas passam por aqui para ler meu blog. Escrevi esse post para dizer que ainda estou vivo. Algumas pessoas me mandaram e-mail perguntando algumas coisas como, por exemplo:

- Se estou apaixonado;
- Se estou bem;
- Se parei de escrever;
- E algumas até me perguntaram para quem foi que escrevi os dois posts anteriores a esse.

Pois bem! Acredito, então, que outras pessoas também estejam curiosas em saber o motivo pelo qual tem alguns dias que não escrevo. A resposta é simples: pura falta de tempo. Escrevo, aqui, apenas para contar algum fato interessante que aconteceu na minha vida ou em alguns casos raros (até porque tem pouco tempo que escrevo nesse blog) para dizer alguma coisa para alguém que ao ler, sabe para quem escrevi e porque escrevi.

Quanto ao nome das pessoas para as quais escrevo, isso não é importante. O importante é que cada pessoa para a qual escrevo sabe que foi para ela que escrevi. Podem ter certeza que quando uso algum nome ele não é o verdadeiro.

Aproveito para informar que, em breve, o primeiro capítulo de um romance que estou escrevendo será postado. É uma mistura de fatos reais com ficção. Difícil, para quem lê, será saber quando é ficção e quando é realidade. Espero que gostem.

Abraços.




Letra

quarta-feira, 23 de julho de 2008

02:02 Te amei um dia, com certeza...

O que clareia meus olhos não é a luz do sol,
Nem a luz da lua,
Mas a luz que o homem fez.

O som que ouço não é o do agito do dia,
Nem o som de nossas músicas,
Mas o som do silêncio dos que dormem.

A saudade que sinto não é de alguém que se foi,
Nem de alguém que está perto,
Mas de alguém que habita minha alma.
Esse alguém que nunca se foi, por ser o meu ser.
Esse alguém que meus lábios choram a distância.
Esse alguém que meus olhos chamam em silêncio.

O que me faz pensar não são as coisas desse mundo,
Nem as coisas doutros mundos,
Mas sua presença que em mim habita.

O que me faz calar não é o medo de algo,
Nem a coragem de me quietar,
Mas essa distância que não posso suportar.

O que me faz te querer assim não é o desejo,
Nem é o amor que tens por mim,
Mas o conjunto de tudo isso e muito mais.
Esse teu cheiro que me enlouquece.
Esse teu gosto que me desnorteia.
Esse teu jeito que me deixa sem jeito.

Mas mesmo aqui,
Mesmo estando só,
Mesmo estando frio,
Mesmo distante de minha vida,
Não consigo não sentir teu sono gostoso no meu peito.

Amo você. <-- isso FOI verdadeiro desde a primeira vez!




Letra

terça-feira, 22 de julho de 2008

07:07 te amo... Ou te amei, não sei.

Onde está aquela por quem meus neurônios não se aquietam?
Ah! É verdade! Você está aí... Eu aqui... Você aí...

Ah tempo danado que nos tortura:
Quando perto estamos você voa...
Quando longe você trava.

Por isso eu prefiro o desejo:
Quando longe nos encontramos ele é forte...
Quanto perto ele é avassalador.
Ele não quer parar.

Desejo...
Esse sentimento que com nós dois convive.
Longe ou perto ele sempre está presente.

E o que falar da saudade?
Se a cada segundo longe um do outro
Faz o tempo morrer e o desejo não calar.

E o amor?
Esse que me toma o pensamento.
Me toma a alma.
Me toma a vida que não é mais minha (nem quero que seja),
Pois me fez dá-la toda à sua vida que é (era) nossa.

Amo (?) você a cada segundo dos milissegundos da existência.



Letra

terça-feira, 15 de julho de 2008

Carla, a prostituta

Eu devia ter quatorze ou quinze anos. A minha frente um rio não muito largo, pouco sinuoso. A água era de cor clara. Fluía mata a dentro numa velocidade bastante tranqüila. A luz do sol atravessava as brechas entre as árvores e era refletida de forma agradável na água. O som dos pássaros e do vento nas folhas das árvores completavam o cenário. Estava tão concentrado com a vara de pescar e a entender como ou porque um peixe é atraído pela isca que nem prestava muita atenção ao ambiente que me envolvia. Vez ou outra eu deixava a linha com a isca paradinha num mesmo lugar. Sentia alguns pequenos puxões, mas não pegava peixe nenhum. Mudava de tática, fazendo com que a isca se movesse lentamente na vã esperança de que, com aquele movimento, algum peixe se interessasse por ela. Até deixar a ponta da vara virada para cima eu experimentei. Mas aquele era o dia da caça.

Já que não pegava peixe nenhum olhei para o lado para ver onde as outra pessoas estavam. Meu avô, pouco mais de cem metros abaixo, estava sentado, à margem, sobre uma grande pedra. Pareceu-me que os peixes gostavam mais da isca dele, já que consegui ver uma meia dúzia de peixes pendurados no galho de uma árvore. Entre meu avô e eu estavam meu pai (o de criação, não o biológico pois esse nunca conheci) e meu tio Dedé, irmão da minha mãe. Os dois improvisavam, num buraco e com algumas pedras, o fogão onde seria cozido um arroz com carne de sol e fritado os peixes. Os dois estavam conversando alguma coisa, em voz meio baixa, e por isso eu não os escutava.

Cansado de ficar ali naquele lugar onde estava e mais ainda motivado pelo sucesso do meu avô, decidi ir para mais perto dele, ainda na esperança de que algum peixe se sentisse atraído pela minha isca. Quando me aproximei do meu pai e do meu tio escutei a frase: - "Mas é bom levá-lo logo para ele conhecer e tomar gosto pela coisa.", dita pelo meu tio. - "Nunca conversei com ele sobre isso, mas vou levar sim.", respondeu meu pai. Eu não teria dado muita atenção ao assunto não fosse outra frase do meu tio, dita olhando para mim, com um sorriso lerdo no rosto: - "Né magrelinho? Tá na hora de descobrir o que tem de bom na vida!". Sem entender do que se tratava e mais interessado em conseguir apanhar um peixe, apenas sorri e continuei indo para onde meu avô estava.

Mais ou menos um ano depois estava em casa, sozinho com meu pai. Ele já tinha bebido algumas cervejas. Seu rosto já estava um pouco inchado e seus olhos moles, caídos. Eu fazia alguma coisa no meu computador, um TK2000 Color, meu passatempo preferido. Sem mais, sem menos, meu pai pega a chave da moto, uma ML 125 prata que tínhamos e diz: - "Vamos ali numas amigas minhas.". Salvei o que estava fazendo. Me levantei. Pedi para ir pilotando. Saímos. Fora as orientações sobre o caminho não falamos nada durante o trajeto.

- "Pronto! Chegamos.", disse ele em frente a uma casa baixa, com paredes no puro tijolo. Algumas placas de metal encostadas na parede. Em uma delas, escrito a mão, sem capricho nenhum, pude ler: Bar Samambaia. Meu pai desceu e entrou, enquanto eu estacionava a moto. Ao passar pela pequena porta do tal bar, pude ver, do lado esquerdo, um sofá revestido em plástico, com braços de madeira, pintados de preto, em formato cilíndrico e detalhes redondos nas pontas. Uma coberta de retalhos tentava cobrir os rasgados que nele havia. Do lado direito um balcão improvisado. Não era muito alto. Alguns bancos sem encosto ajudavam a reforçar a idéia de balcão. Atrás dele um freezer branco e uma geladeira azul claro. Na parede havia algumas folhinhas, aqueles calendários com gravuras que muitas empresas distribuem no final do ano, penduradas em pregos na parede. Lá no fundo mais um ou dois sofás pequenos, do mesmo modelo do maior encontrado na entrada. O chão era de cimento vermelho. Grosso. Sem brilho. Meu pai estava conversando com uma senhora, de mais ou menos quarenta anos. Ao me aproximar ela me olhou, voltou-se para meu pai e indagou: - "É a primeira vez?". Antes que meu pai respondesse, ou talvez ele tenha respondido com um aceno de cabeça que eu não tenha visto, ela continuou: - "Já falei para a Carla tomar um banho. Se ele quiser pode esperar no quarto. Ele bebe?". - "Não. Só eu. Esse é o garoto do pai. Não bebe e não fuma. Puxou a mãe.", respondeu e explicou meu pai e, voltando-se para mim, disse, apontando para uma porta azul: - "Pode esperar ali. A moça está tomando um banho.".

Constrangido com o lugar, com aquela mulher que eu nunca havia visto antes e com toda aquela situação, entrei no quarto. A primeira coisa que vi foi uma cama de casal, com uma colcha branca. A cabeceira era pequena. Acima dela uma janela com vitrô de correr. Estava fechada e tinha um lençol servindo como cortina. A esquerda uma penteadeira com um espelho não muito grande. Duas ou três gavetas. Poucos vidros de cremes, outros de perfumes e alguns outros cosméticos. Me virei, fechei a porta e a tranquei usando o trinco, única coisa que possuía para mantê-la fechada. Do lado esquerdo da porta, penduradas, em pregos na parede, duas toalhas. No canto um cesto com roupas sujas. Me voltei para a cama. Do lado direito uma porta. Pelas frestas saía uma luz fraca e o som do chuveiro.

Eu ainda estava ali, de pé, parado quando a porta do banheiro se abriu. Saiu de lá uma menina vestindo uma camiseta branca que lhe cobria até o meio das coxas. Enxugava, com uma toalha, seus cabelos compridos. Era gordinha, mas como quase todas as gordinhas que conheço, seu rosto era bonito. Sua pele era branquinha, quase tanto quanto a camiseta. Ela me olhou, sorriu e disse: - "Oi! Já estou quase terminando. Se quiser pode se deitar na cama.". E se dirigiu para a penteadeira.

Sem tirar os sapatos me deitei, deixando os pés fora da cama. Fiquei observando ela pentear seus cabelos. Sem parar de se pentear ela disse:

- "Meu nome é Carla." e em seguida perguntou: - "Qual o seu nome?".

Respondi e então ela perguntou: - "É a sua primeira vez?".

- Seria, respondi e continuei, se fosse acontecer alguma coisa aqui hoje.

Ela se virou e indagou: - "Você não quer? Não gostou de mim?"

- Não é isso! Respondi. É que não lhe conheço. Tenho uma namorada. Gosto muito dela. Meu pai não perguntou se eu queria vir aqui. Olha... Não leve a mal, mas ficaremos aqui conversando até dar a hora. Daí todos ficam bem: meu pai vai achar que me fez um favor. Você irá receber seu dinheiro. Pode ser?

Ela se levantou. Veio até a cama. Se deitou do meu lado e disse:

- "Ok! Como você quiser. E sobre o que você quer falar?".

- Quanto anos você tem?

- "Tenho dezessete. E você?".

- Quinze. Tem muito tempo que você trabalha aqui?

- "Aqui não. Mas faço isso desde os quinze.".

- E você gosta?

- "Algumas vezes. Quando são com pessoas legais, como você por exemplo.".

- Eu sou legal?

- "Parece que sim. Você é limpinho. Cheiroso. Não me tratou como uma puta. Está aqui conversando comigo... Eu gostaria de transar com você. Tem certeza que não quer?"

- Algumas vezes é ruim?

- "Muitas vezes. Não gosto de caras que fumam. Eles fedem. Alguns parecem não tomar banho nunca. Fedem. Alguns querem fazer algumas coisas que eu não gosto. Alguns são estúpidos."

Fiquei calado alguns minutos pensando em tudo aquilo...

- "Como é a sua namorada? É bonita?", me perguntou passando a mão no meu rosto.

- É linda. Inteligente. Brava...

- "Brava? Como assim, ela briga com você?".

- Algumas vezes. Ela é muito ciumenta. Não gosta que eu me atrase. Essas coisas.

- "Entendi. Meu namorado é assim também".

- Você tem namorado? Perguntei surpreso.

- "Tenho. Ele é um gato.".

- Mas... Ele sabe que você...

- "Não! Claro que não! Ele acredita que eu trabalho de arrumadeira de casa".

Nisso alguém bate na porta. E a voz da senhora que estava conversando antes com meu pai diz: - "Carla! Deixa de conversa e vai trabalhar. Faça logo o que tem que fazer.".

- "É colega...", me disse Carla, "...temos que fazer alguma coisa ou então você precisa ir.".

Me levantei. Ela também. Dei um beijo na bochecha dela. Agradeci pela conversa. Ela disse: - "Valeu! Se mudar de idéia me procure.". Saí do quarto. Pedi meu pai que pagasse a moça e perguntei se podíamos ir embora. De pronto ele atendeu. Voltamos para casa e nunca tocamos nesse assunto.

O vídeo abaixo tem a música que eu ouvia naquela época e ficava imaginando que o amor devia ser bom mesmo. Como tenho quase certeza absoluta que não terei música melhor para ilustrar essa história da minha vida e, não por amar Carla, mas por ela ter sido legal e termos conversado um pouco, aí está. Divirtam-se!




Letra
Tradução

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Escolhendo o filme certo

Foi um daqueles dias quentes. Quando tudo parece ser problemático e cansativo. Estava precisando relaxar, esquecer as mazelas estressantes de um dia de trabalho frustrante . Foi então que o celular tocou. Apareceu escrito Lilian no visor. Conheci Lilian a muitos anos atrás. Não me lembro onde. Na lembrança mais antiga que tenho dela estávamos em uma boate. Eu devia ter quase trinta e ela no máximo uns dezoito anos. Ela com um dos caras mais idiotas da nossa turma e eu com a mãe das minhas filhas.

Algum tempo depois, que me separei, encontrei Lilian na rodoviária de Inhumas. Ela iria pegar o mesmo ônibus que eu, com destino a Goiânia. Antes desse dia não tinha prestado atenção nela. Talvez pelo excesso de "tipo assim" que ela usava em tudo que ia falar. De cada 10 frases, onze tinham "tipo assim". Mas nesse dia percebi que ela estava mais comunicativa. Se expressava muito bem. Seus longos cabelos de cor escura brilhavam muito. Seus lábios com batom vermelho, de tom discreto, combinava com seus olhos castanhos escuros. A menina bobinha do interior agora era uma mulher muito bonita e inteligente. Conversamos muito nesse dia.

A partir daí passamos a nos encontrar, virtualmente, algumas noites. Nos falamos por telefone, mas nunca dava certo de nossos horários coincidirem para nos encontrarmos pessoalmente, até aquele dia quente e cansativo em que ela me ligou. Atendi e ela: - "Adivinha quem está de férias?". Nós dois estávamos estressados e então combinamos de ver um filme naquele dia mesmo, pois ela estava indo para Brasília e queria me ver antes de ir.

No horário combinado nos encontramos e fomos logo escolher o filme, pois ela estava com pouco tempo, por causa da viagem para Brasília. Os horários não nos favorecia, já que a maioria dos filmes começou meia hora antes de chegarmos. Sobraram duas opções:

- O Aviador, uma aventura tendo no elenco Leonardo Di Caprio e;
- Jogos Mortais, terror, o primeiro deles.

O que ela queria ver era o Aviador, mas ele tem quase três horas de duração e não daria. Deveríamos ter esquecido o cinema e ter ido comer e beber na praça de alimentação, mas não. Dei a idéia de assistirmos Jogos Mortais. Entramos. Nos acomodamos. Conversamos um pouco antes do filme começar. Trocamos alguns carinhos inocentes. As luzes se apagaram e o filme começou. Alguns minutos depois, de filme, comecei a achar que tudo que eu havia vivido naquele dia não tinha sido nada, comparado a tanto terror e tensão que Jogos Mortais conseguiu nos passar.

Quando saímos do cinema, Lilian saiu correndo e foi embora. Nunca mais a vi. Nos falamos algum tempo depois. Mas ela nunca mais foi a mesma. Nunca conseguiu esquecer aquele dia que fomos ao cinema para relaxar e se divertir e ficamos mais tensos ainda.

Saber escolher um bom filme, principalmente no primeiro encontro é muito importante. A maioria dos meus amigos escolhem filmes que agradam a eles, como se o fato de agradá-los, por si só, já fosse regra para agradar a pessoa com a qual se está indo ao cinema.

Pouco tempo atrás Donna, aquela minha amiga do texto anterior a esse, me ligou convidando para ir ao cinema. As opções não estavam boas. Havia uma comédia romântica, que eu já havia assistido, e alguns outros filmes entre terror, ação, comédia... Não tive dúvida: sugeri que fossemos assistir a comédia romântica que eu já assistira. Fiz essa escolha por três motivos: primeiro por me lembrar da trágica experiência com Lilian. Segundo por saber que Donna gostaria de assisti-lo e, por último, por ter certeza que iria rir bastante novamente. Acertei em cheio! Donna adorou e nos divertimos muito naquele dia.

Saber escolher o filme certo, para cada momento, é algo que tenho praticado ultimamente, pois um bom filme pode fazer a diferença entre a noite terminar bem ou mal. A grande dica para meus amigos é: dê preferência para as comédias românticas se for a primeira vez que você está indo com sua companhia ao cinema e ainda não conhece os gostos dela por filmes.

Segue algumas sugestões que homens deveriam assistir para entender um pouco melhor a cabeça da maioria das mulheres e as mulheres para continuarem a ter esperanças para com nós:

Alguém Como Você - (Someone Like You...)
USA 2001 de Tony Goldwyn


Hitch - Conselheiro Amoroso - (Hitch)
USA 2005 de Andy Tennant


Proposta Indecente - (Indecent Proposal)
USA 1993 de Adrian Lyne


E para entendermos sobre o que realmente tem valor na vida, duas dicas:

A Grande Sedução - (Grande Séduction, La)
CA 2003 de Jean-François Pouliot


Albergue Espanhol - (Auberge Espagnole, L')
FR 2002 de Cédric Klapisch


E o vídeo de hoje é com Carla Bruni:


Letra
Tradução

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A vida é feita de pequenos detalhes

Era quarta ou quinta-feira. Estava, eu, em Brasília com meus pensamentos. Ela, aquela minha amiga que gosta de frisar que somos amigos, que de agora em diante chamarei de Donna, me ligou. "Vamos para Ceres nesse final de semana?" - indagou pelo celular. Depois de ter aceito o convite fui saber dos detalhes: festa com banda tocando rock, dormir na casa dos pais de amigo nosso (que chamarei de Sales), conversar muito, sorrir bastante, comer, beber... Combinamos, então, de sair sábado às três horas da tarde.

Na sexta-feira fiquei sabendo que uma amiga de Donna, que chamarei de Laís, iria também. Já havíamos nos conhecido antes, em uma festa de arraial. Me encantei muito com Laís naquela festa. Talvez esse encanto, já que nos falamos pouco, se deu pelo fato dela ter um rostinho lindo, que lembra uma garotinha de quinze anos.

No sábado, alguns minutos depois das duas horas da tarde, Donna me liga: "Talvez me atrase um pouco, pois só agora estou saindo de casa para ir ao salão". Não sou nenhum Nelson Rodrigues, conhecedor de várias nuances das mulheres, mas pelo pouco que conheço calculei que ela só passaria em minha casa depois das cinco da tarde. Alguns consideram o atraso das mulheres um exagero, mas ao meu ver é um charme nato. Esse atraso cria uma atmosfera de expectativa que só desaparece quando elas, as mulheres, aparecem mais perfumadas e mais lindas do que já são costumeiramente. Nessa mesma ligação Donna me pediu que preparasse um repertório musical para que ouvíssemos durante a viagem, que duraria pouco mais de duas horas.

Agora eu tinha dois desafios: deixar minhas coisas arrumadas para quando Donna e Laís chegassem não ficassem esperando e escolher um bom repertório musical. Baseado nas poucas informações que tinha dos gostos musicais de Laís e no de Donna, convidei então Ivete, Skunk, Capital Inicial, Banda Eva, Nando Reis, Charlie Brown Jr., Paralamas e Titãs. Mochila arrumada e repertório definido, então, foi só esperar por elas. Valeu cada segundo que esperei. Estavam lindas.

Ao som dos convidados conversamos a viagem toda. Nos divertimos com "o medo" de nos perdermos, pois nenhum dos três sabia onde fica Ceres, apesar de Donna e eu já termos ido lá. Falamos sobre a vida, sobre as nossas vidas, sobre a vida de outras pessoas. Brincamos. Sorrimos muito. Por volta das 19:30 chegamos. A família de Sales, nosso amigo, foi muito receptiva. Nos acolheu muito bem. Todos de uma simpatia impar.

A noite, um pouco depois que Donna e eu saboreamos um delicioso licor de Jaboticaba, preparado pela dona da casa, e de Laís tomar um ou dois copos de cerveja com Flávio, irmão de Sales, fomos para a festa. Lugar muito bonito, próximo ao rio que corta Ceres. Iluminação agradável. A banda deu um show. Tocaram muito bem. A organização do evento estava perfeita. Da limpeza dos banheiros ao maravilhoso serviço dos garços que não deixavam ninguém de copo vazio. Nem mesmo o frio que fazia prejudicou a noite.

Tudo estaria perfeito, não fosse uma tristeza quase imperceptível no fundo dos olhos de Laís. Alguma coisa estava lhe preocupando. Depois de algumas tentativas minhas finalmente ela contou o que era e conversamos quase a noite toda, mesmo com o som auto que nos fazia gritar para conseguirmos nos ouvir, mas que também nos fazia conversar de rosto colado. Confesso que o perfume me agradou muito. Foi assim que descobri que, apesar de ter rostinho de menina e pouca idade, as palavras de Laís são de uma mulher que já viveu muitas coisas nessa vida. Suas histórias são complicadas como as minhas. Seus sonhos possíveis de serem alcançados. Sua alma a de pessoa boa, dessas que a cada dia se tornam mais difíceis de se encontrar.

No outro dia, depois de um almoço delicioso, com direito a churrasco, Tucunaré assado e um feijão tropeiro de dar inveja aos mais conceituados chefes brasileiros, Laís e eu fomos para frente da casa, onde sentamos numa pequena pilastra que cerca a árvore que nos deu sombra. Conversamos novamente. Pude conhecer um pouco mais da vida dela. Sobre sua profissão. E de tudo que ela viveu até aquele momento.Teve partes tão tristes que tive vontade de encostá-la no meu ombro e deixá-la chorar sem dizer mais nada, mas nossa convivência ainda não me dá liberdade para tanto.

O mais importante nisso tudo foi ver a determinação de Laís. Poder compartilhar da vida dela. Saber o quanto ela confiou em mim para contar tantas coisas. Lembrar que não sou o único que enfrenta, de cabeça erguida, os problemas que a vida trás. Perceber que nós, todos os três, Donna, Laís e eu queremos o que, provavelmente, todo ser humano quer: ser feliz com os pequenos detalhes que a vida nos proporciona como, por exemplo, um final de semana tão agradável como esse, com direito a pequenos detalhes tão preciosos e tão sinceros.




Letra

Tradução

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O silêncio...

Gosto de Brasília. Muitas pessoas me dizem que odeiam. Passei praticamente a semana toda por aqui. Visitei algumas pessoas queridas. Beijei bocas conhecidas. Comi Frango Frogoió da Brasil Vexado. Andei por ruas largas... Daqui a pouco já é hora de voltar para Goiânia. Deitar no meu sofá verde. Ligar a TV, o computador e continuar vivendo.

Não sei se é o ar daqui. Sei que essa foi uma semana de pensamentos. Avaliei essa minha vida, que uma colega define como "bandida". Prefiro chamar de vida minha. Vida livre. Não preciso dar satisfação de nada que faço para ninguém e isso me conforta. Mas então por que não estou feliz? Por que essas bocas já não disparam mais meu coração?

Um amigo disse que já estou velho para isso. Pode ser. Acredito mesmo é que me deixei apaixonar. Risco que todos corremos. Como sempre acontece, pelo menos na minha vida, não é um caso simples de resolver pois tenho meus medos. Mais uma vez essa dúvida, esse medo. Mais uma vez o medo de errar. Medo de cometer os mesmos erros do passado. Ela tem suas dúvidas.

O fato é que:

"
Eu perco o controle
Por sua causa, meu bem
Eu perco o controle
Quando você me olha deste jeito
Há algo em seus olhos
Que está dizendo que esta noite
Eu não sou mais uma criança
E a vida abriu a porta
Para uma nova e incrível vida
"

É irônico, mas ela esteve comigo. Se fez de Eva e pediu para que eu a amasse. Mas tolo que fui não me entreguei. Me mantive congelado e distante nos meus pensamentos e minhas dúvidas. Ao contrário de James Blunt que canta:

"
Não estou pedindo uma segunda chance,
Estou gritando com toda a força da minha voz
Me dê razão, mas não me dê escolha,
Porque eu cometerei o mesmo erro outra vez
"

Quero uma segunda chance. Quero me entregar e deixar apaixonar de vez. Quero tê-la por completo dessa vez e quero me entregar de corpo e alma. Quero deixar todos meus medos no passado. Quero amá-la. Não apenas tê-la algumas vezes. Mas não quero prendê-la. Quero que ela tenha a liberdade que lhe dei lá no começo de toda nossa conversa. Quero que seja livre. Quero que voe. Quero que viva.

Me lembro da primeira vez que eu a vi:

"
Eu perco o controle
Quando estou perto de você, meu bem.
Eu perco o controle
Não me olhe deste jeito
Há algo em seus olhos, isso é amor à primeira vista?
Como uma flor que cresce
A vida só quer que você saiba
Todos os seus segredos
"

Lembro pouco do vestido, pois fiquei vidrado no rosto e no cabelo dela. Mas me lembro que daquele dia em diante não parei mais de pensar...

Vida bandida. Vida de aventuras. Vida de liberdade. Não se pode ter tudo. Se escolho mil bocas não tenho o carinho verdadeiro, nem o amor e nem a paixão intensa. Se escolho uma pessoa não sou inteligente o bastante para renovar a paixão, o amor e o carinho todos os dias.

"
Não há nenhum lugar onde eu não possa ir
A minha mente está turva mas
Meu coração está pesado, não se nota?
Eu perco a trilha que me perde
Assim aqui vou eu
"

Não sei o que ela pensa sobre isso tudo. Ela não fala mais comigo como antes. Às vezes eu sinto uma possibilidade. Outras vezes acredito que não há mais possibilidade nenhuma. Algumas vezes sinto que ela quer deixar o chão dela e voar ao meu lado. Outras, penso que ela cortou definitivamente minhas asas. Entenderei se for uma coisa ou se for outra. Só não consigo entender o silêncio.

Citações tiradas das letras das duas músicas abaixo:



Letra

Tradução



Letra

Tradução

quarta-feira, 2 de julho de 2008

"O que não se pode explicar aos normais"

Essa semana conversamos várias vezes. Ela sempre faz questão de frisar que somos amigos. Já parece até obsessão ou medo de receber uma cantada e ter que mudar de assunto ou me magoar. Falamos de muitas coisas. É possível que ela me conheça quase tanto quanto eu. Não é muito, mas é o quanto eu me conheço.

A grande questão é que eu mereço cada vez que ela frisa nossa amizade. Também, "não sou flor que se cheire", diria minha mãe. Mas pode ser o medo do "jeito" dos homens "perseguirem" as mulheres. Pode até mesmo ser medo de dar chance ao azar e perdemos o que temos de melhor: nossa amizade.

Seja o que for, aprendi a gostar dela. Aprendi a conhecê-la e antecipar sua vontade. Eu saberia acalma-la, compreende-la... Saberia calar quando fosse a hora e a ouvir quando fosse preciso. Saberia a hora de fazer carinho e a hora de carícias. A hora de estar perto e a hora de deixá-la sozinha com suas milhares de idéias. Eu saberia.

Sou tão confuso com meus sentimentos que tudo isso pode ser apenas essa questão da amizade. Nunca tive uma amizade tão aberta e forte assim. Por isso quero que continue como está, pois essa amizade não tem preço.

Sei que você que está lendo, neste momento, é uma pessoa curiosa em saber quem é ela. Não darei um nome, pois não posso. Só posso dizer que falamos:

"Sobre o amor e o desamor, sobre a paixão,
Sobre ficar, sobre desejar, como saber te amar,
Sobre querer, sobre entender, sem esquecer,
Sobre a verdade e a ilusão,
Quem afinal é você,
Quem de nós vai mostrar realmente o que quer,
Um coração nesse furacão, ilhado onde estiver,
O meu querer é complicado demais,
Quero o que não se pode explicar aos normais,
Sobre o porque de tantos porquês,..."

Mas o que realmente eu gostaria de dizer é que:

"Entre a razão e a emoção eu escolhi você!"

Não você que está lendo, mas ela. E não como você talvez esteja imaginando, mas como nós sabemos e como ela faz questão de frisar sempre.

domingo, 22 de junho de 2008

Will be all right... Mas quando?

Uma das coisas que gosto de fazer enquanto trabalho em casa é assistir televisão. Muitas pessoas podem ver isso como algo que atrapalhe a produtividade, mas no meu caso é o contrário. Se não tiver alguma coisa produzindo algum som no ambiente, o silêncio me atrapalha.

Hoje, quando procurava por algum programa interessante, me deparei com uma propaganda de uma nova cerveja. Em um cenário bem simples um homem bebendo sentado em um suporte divaga sobre a coragem de se casar, mas termina dizendo que a verdadeira coragem é exigida quando pessoas que estão casadas e não se amam mais precisam terminar o relacionamento.

Isso me fez pensar o quanto é fácil começar um relacionamento, mas o quanto é difícil terminá-lo.

Quando estamos interessados em uma pessoa tentamos de várias maneiras agradá-la. Agradar pessoas é muito fácil. Apenas um pouco de observação, paciência e criatividade é necessário para encantar. Claro, tem pessoas apressadas que perdem a oportunidade de encantar e querem logo ir para os finalmentes e tem casos que realmente esse é o propósito, mas estou falando de romances, de relacionamentos onde está envolvido muito mais do que apenas sexo.

Difícil é olhar nos olhos da pessoa com a qual você viveu tantas coisas e dizer que o encanto, a paixão e o amor acabaram.

Em meu último relacionamento no qual vivi momentos lindos, mas que infelizmente pouco do encanto sobrou, fiquei vários meses tentando encontrar uma forma de terminar. Tentei várias vezes, mas na hora H uma coisa ou outra me fazia continuar tentando encontrar o encanto, a paixão e o amor de outrora.

O fato é que quanto mais o tempo passava mais estranho ficava o relacionamento e mais difícil e negro me parecia o diálogo para terminar o relacionamento. O que mais me chateava era o fato dela me tratar tão bem. Continuar sendo tão carinhosa e atenciosa mesmo com a minha ausência e indiferença. Isso me machucava e quanto mais ela tentava me agradar mais a situação se tornava difícil. Até que se tornou insuportável e terminamos de uma forma momentaneamente terrível, mas que algumas horas depois mostrou-se um alívio.

Ficaram algumas cicatrizes nos dois, assim como ficaram boas lembranças e com certeza o tempo dará seu jeito.

Realmente é preciso ter coragem de admitir que o que era pra sempre acabou. Dar a oportunidade de cada um encontrar um novo grande amor. Seguir a vida.

Eu aprendi. Não foi fácil. Mas foi preciso.



Tradução da música

sábado, 21 de junho de 2008

Quem irá dizer?

Minha memória não é boa para guardar letra de música. Sempre quando tento cantarolar deixo muito a desejar, não só pela desafinação ou falta de ritmo, mas principalmente por não me lembrar de toda a letra. Alguns trechos, no entanto, ficam gravados em minha mente e um desses é:

"
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão...?

"
De autoria de Renato Russo para o grande sucesso Eduardo e Mônica.

Foi ele que me inspirou o nome desse blog que você está lendo. Já que minha intenção é escrever sobre essa razão ou a falta dela, considerei o nome bem apropriado.

Esse é um espaço onde registrarei minhas experiências ou minha falta de experiência quando o assunto se refere a amizades, paixões, paqueras, romances e, claro, sexo.

Não terei compromisso em escrever todos os dias. Minha intenção é escrever pelo menos uma vez por mês ou quando algo muito significante acontecer.

Outra coisa que pretendo colocar são textos, trechos de letras de músicas, vídeos e fotos que possam me (nos) ajudar a entender os enigmas desse assunto.

Finalizo com esse vídeo do clipe de Renato Russo interpretando Eduardo e Mônica, para relembrarmos ou, para quem não conhece, ter a oportunidade de conhecer.